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20/12/2003 - 09h27

Indústria farmacêutica faturou US$ 5,5 bilhões em 2003

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da Folha Online

A indústria farmacêutica faturou US$ 5,5 bilhões em 2003, um valor 5,9% superior ao resultado de 2002. Com relação às exportações, a expectativa é fechar o ano com R$ 279,5 milhões de medicamentos vendidos para o mercado externo, 10,3% a mais que em 2002.

Apesar disso, o setor lamenta uma queda 15,4% na produção e de 7,2% no volume de medicamentos vendidos. Alega que vem operando com ociosidade de 40% e põe a culpa na política de controle de preços do governo federal.

Não é difícil entender a matemática da indústria farmacêutica. Segundo pesquisa do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, de janeiro a novembro deste ano o preço dos remédios subiu 23% em média. Em alguns casos, como o da aspirina, o aumento chegou a 60%.

Além dos aumentos autorizados pelo governo, o setor conseguiu a liberação dos preços dos chamados medicamentos de venda livre, que representam 30% do total comercializado no país.

Por estas razões, a entidade contesta que a política de controle de preços do governo federal seja "restritiva", conforme afirmação constante no Balanço 2003 divulgado pela Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma).

O governo também se defende. Segundo Luis Milton Velloso, secretário executivo da Câmara de Medicamentos do governo, não houve reajuste de salários no setor e não haveria motivos para que fossem concedidos aumentos maiores.

Velloso defende o controle de preços, alegando que nos últimos dez anos a indústria farmacêutica praticou aumentos muito acima da inflação.

Antonio Barbosa, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal e conselheiro do Instituto de Defesa do Usuário de Medicamentos é taxativo: "A indústria está tentando pintar um quadro dramático para botar o governo no bolso, como sempre fez".
E vai além: "O que desmascara a indústria é a comparação do número de unidades produzidas com o faturamento, eles deveriam ser penalizados, pois produzindo menos estão faturando mais".

O controle de preços, na opinião de Barbosa, é necessário enquanto não houver mecanismos que aumentem a capacidade de escolha do consumidor. "Só existe mercado livre quando o consumidor é livre".

Ser livre, segundo ele, significa ter informações suficientes para optar por genéricos ou mesmo por diferentes marcas de um mesmo medicamento, que chegam a ter variação de preço de 1000%, dependendo do fabricante.

Barbosa sugere algumas ações para o governo federal. Uma delas é a adoção do sistema de fracionamento, adotado em muitos países, que permite ao usuário adquirir apenas quantidade prescrita do medicamento, sem necessidade de comprar caixas grandes.

Outra medida importante seria a divulgação de listas comparativas de preços com opções de substituição dos remédios mais consumidos, bem como uma campanha de relacionamento médico/paciente, nos moldes do que foi feito à época do lançamento dos genéricos.

Na segunda-feira (22), o Conselho divulgará uma lista de recomendações para auxiliar os consumidores na compra de medicamentos.

Com informações da Agência Brasil
 

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