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06/01/2004 - 06h50

INSS dá salário a pescador de lagosta

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

Pescadores profissionais da lagosta que passaram a pagar a contribuição social há apenas um ano começam a ser beneficiados neste ano pelo chamado seguro-defeso, salário pago pelo INSS durante os quatro meses em que a pesca do crustáceo é proibida, para preservar sua reprodução.

Até novembro de 2003, só os pescadores com mais de três anos de registro profissional tinham direito ao benefício, equivalente a um salário mínimo (R$ 240).

Só no Ceará, foram beneficiados pela nova lei --de número 10.779, que encurtou o período de contribuição- cerca de mil pescadores. No Estado, trabalham com a pesca da lagosta cerca de 10 mil pescadores.

No defeso da lagosta, a pesca é proibida de 1º de janeiro a 30 de abril, período que coincide com a época da reprodução da espécie no Nordeste.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é o órgão responsável pela fiscalização. Logo em seguida, em 1º de maio, passa a ser proibida a pesca do camarão.

Também são protegidos pelo defeso os peixes de rios que se reproduzem na piracema. Apenas os pescadores registrados e enquadrados nessas categorias, junto à Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, é que têm direito ao benefício.

A maioria dos pescadores continua indo ao mar no período, mas atrás de peixes. "É uma coisa meio automática, porque o seguro é bom, mas não é suficiente, muitas vezes", disse René Schärer, integrante do Instituto Terramar, ONG voltada para a pesca, no Ceará.

"Ninguém fica de braços cruzados durante os quatro meses. Os pescadores aprenderam que têm de ir pescar outras coisas, porque muitas vezes, fora do defeso, falta lagosta no mar, e eles precisam sobreviver."

Só as jangadas vão ao mar: os barcos a motor ficam ancorados, porque a pesca de peixes não é tão rentável quanto à da lagosta, o que inviabiliza a compra do diesel para o abastecimento.
 

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