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15/01/2004
-
08h31
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio
A Petrobras está disposta a desembolsar cerca de US$ 200 milhões para adquirir a IPQ (Ipiranga Petroquímica). O problema é que o grupo Ipiranga quer mais, por achar que a empresa vale US$ 300 milhões.
Segundo executivos do setor que acompanham de perto as negociações, a Petrobras já tomou a decisão de comprar a IPQ. O preço é o entrave atual.
O interesse da estatal no negócio são os 29% que a IPQ tem na Copesul, a central de matérias-primas petroquímicas do Rio Grande do Sul.
A Copesul é a empresa mais moderna do setor, e a direção da Petrobras tem como estratégia focar sua atuação em matérias-primas. Na avaliação de especialistas, uma outra vantagem é poder ampliar o fornecimento de nafta (insumo petroquímico) à central, que hoje importa a maior parte do que consome.
Além da participação na Copesul, a Ipiranga tem cinco fábricas de resinas plásticas, a chamada segunda geração da petroquímica. Oficialmente, tanto o grupo Ipiranga como a Petrobras negam que estejam em negociações nesse momento.
Um outro ponto que a Petrobras está analisando é como ficaria o arranjo societário da Copesul depois da possível aquisição da IPQ. A gigante brasileira Braskem, controlada pelos grupos Odebrecht e Mariani, tem outros 29% na Copesul e divide a gestão com a Ipiranga.
Se concretizada a compra, a Petrobras, por meio de sua subsidiária Petroquisa, passaria a ter 45% da Copesul. Pelo atual acordo de acionistas, a Petrobras está fora do bloco de controle. Com a compra da IPQ, a Petrobras passaria a compartilhar o comando da empresa com a Braskem, mesmo tendo uma participação maior.
A Petrobras também é sócia da Braskem. Tem 11% da companhia, mas também fora do controle acionário.
Quando a Braskem foi criada, em 2002, depois da compra da Copene (central petroquímica do Nordeste) pelo consórcio Odebrecht-Mariani, foi negociado o direito da estatal de igualar sua participação a dos controladores. Dessa forma, ficaria com cerca de 32% das ações ordinárias da companhia. Essa decisão a Petrobras tem de tomar até 2005.
Para entrar no controle da Braskem e aumentar sua participação, a Petrobras poderia integrar os ativos adquiridos da IPQ na companhia --e não com pagamento em dinheiro.
Na visão de executivos do setor, se isso se concretizar no futuro, a petroquímica brasileira teria dois grandes grupos nacionais. Em ambos, a Petrobras teria participação. De um lado, a Braskem, com a Copesul e a Copene.
De outro, a Suzano e a Unipar, que controlam os pólos do Sudeste --São Paulo e a Rio Polímeros, que será inaugurada em no ano que vem.
Preço entrava compra da IPQ pela Petrobras
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da Folha de S.Paulo, no Rio
A Petrobras está disposta a desembolsar cerca de US$ 200 milhões para adquirir a IPQ (Ipiranga Petroquímica). O problema é que o grupo Ipiranga quer mais, por achar que a empresa vale US$ 300 milhões.
Segundo executivos do setor que acompanham de perto as negociações, a Petrobras já tomou a decisão de comprar a IPQ. O preço é o entrave atual.
O interesse da estatal no negócio são os 29% que a IPQ tem na Copesul, a central de matérias-primas petroquímicas do Rio Grande do Sul.
A Copesul é a empresa mais moderna do setor, e a direção da Petrobras tem como estratégia focar sua atuação em matérias-primas. Na avaliação de especialistas, uma outra vantagem é poder ampliar o fornecimento de nafta (insumo petroquímico) à central, que hoje importa a maior parte do que consome.
Além da participação na Copesul, a Ipiranga tem cinco fábricas de resinas plásticas, a chamada segunda geração da petroquímica. Oficialmente, tanto o grupo Ipiranga como a Petrobras negam que estejam em negociações nesse momento.
Um outro ponto que a Petrobras está analisando é como ficaria o arranjo societário da Copesul depois da possível aquisição da IPQ. A gigante brasileira Braskem, controlada pelos grupos Odebrecht e Mariani, tem outros 29% na Copesul e divide a gestão com a Ipiranga.
Se concretizada a compra, a Petrobras, por meio de sua subsidiária Petroquisa, passaria a ter 45% da Copesul. Pelo atual acordo de acionistas, a Petrobras está fora do bloco de controle. Com a compra da IPQ, a Petrobras passaria a compartilhar o comando da empresa com a Braskem, mesmo tendo uma participação maior.
A Petrobras também é sócia da Braskem. Tem 11% da companhia, mas também fora do controle acionário.
Quando a Braskem foi criada, em 2002, depois da compra da Copene (central petroquímica do Nordeste) pelo consórcio Odebrecht-Mariani, foi negociado o direito da estatal de igualar sua participação a dos controladores. Dessa forma, ficaria com cerca de 32% das ações ordinárias da companhia. Essa decisão a Petrobras tem de tomar até 2005.
Para entrar no controle da Braskem e aumentar sua participação, a Petrobras poderia integrar os ativos adquiridos da IPQ na companhia --e não com pagamento em dinheiro.
Na visão de executivos do setor, se isso se concretizar no futuro, a petroquímica brasileira teria dois grandes grupos nacionais. Em ambos, a Petrobras teria participação. De um lado, a Braskem, com a Copesul e a Copene.
De outro, a Suzano e a Unipar, que controlam os pólos do Sudeste --São Paulo e a Rio Polímeros, que será inaugurada em no ano que vem.
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