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30/01/2004
-
08h16
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
A Nestlé informou grandes supermercados do país que deverá enviar novas tabelas com reajustes de preços dos produtos derivados do leite. De acordo com o que a Folha apurou, os aumentos negociados neste momento variam de 10% a 20% e atingem a mesma linha de produtos fabricados pela Parmalat. Oficialmente, a companhia nega que esteja interessada em alterar as tabelas.
As negociações ocorrem dias após a Nestlé, por meio de seu presidente, Ivan Zurita, ter se reunido com o governo e afirmado que o grupo iria se esforçar para reduzir o impacto da crise da empresa italiana no setor leiteiro.
Zurita disse no último dia 14 que a Nestlé poderia comprar parte da produção de leite que hoje é absorvida pela Parmalat, caso a indústria italiana suspendesse as atividades no país.
Nesta semana, os gerentes de venda da Nestlé sondaram supermercados e hipermercados com a possibilidade de aumentos nas tabelas de preços de fevereiro e março. Os reajustes solicitados são em itens como iogurtes, leite em pó, biscoitos e bolinhos, leite condensado e creme de leite.
Não houve pressão no valor das matérias-primas usadas nessas mercadorias recentemente. A alta foi verificada em 2002 e 2003. Ocorreu, na prática, uma queda no dólar neste mês, o que tende a baratear o preço de insumos presentes nesses itens.
A possibilidade de repassar ao varejo as pressões no valor das matérias-primas em anos anteriores poderia levar a reajustes agora. A busca da recomposição de margem de lucro também pode ser outra razão para aumentos.
A Parmalat reduziu de forma expressiva a sua produção de algumas mercadorias que devem sofrer reajustes da Nestlé agora.
A linha de produção de biscoitos, por exemplo, ficou dez dias paralisada. Além disso, a empresa está inadimplente com algumas transportadoras. Resultado: as lojas têm recebido itens da Parmalat sem regularidade.
A rede Nordestão, por exemplo, segunda maior cadeia de loja do Nordeste, teve dificuldade para receber leite condensado da marca Glória nesta semana. Na semana passada, houve problemas na entrega de leite em pó.
Nesse cenário, empresas de alimentos tendem a aumentar o poder de barganha ao negociar preços e descontos com as lojas.
A Nestlé, concorrente direta da empresa, compra 8% da produção nacional de leite -é a maior compradora do produto no país.
Parmalat perde mercado
Dados obtidos pela Folha mostram que a participação de mercado da Parmalat já cai. Pesquisa da empresa ACNielsen, só disponível para os executivos das companhias, mostra que a participação da marca no mercado de leite condensado, que estava em 24,9% de novembro a dezembro de 2002, passou para 16,8% no mesmo período de 2003.
Houve queda, menos forte (de 0,1 ponto percentual), nos segmentos de petit suisse e iogurte.
Nestlé negocia reajuste de preços de até 20% para derivados de leite
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da Folha de S.Paulo
A Nestlé informou grandes supermercados do país que deverá enviar novas tabelas com reajustes de preços dos produtos derivados do leite. De acordo com o que a Folha apurou, os aumentos negociados neste momento variam de 10% a 20% e atingem a mesma linha de produtos fabricados pela Parmalat. Oficialmente, a companhia nega que esteja interessada em alterar as tabelas.
As negociações ocorrem dias após a Nestlé, por meio de seu presidente, Ivan Zurita, ter se reunido com o governo e afirmado que o grupo iria se esforçar para reduzir o impacto da crise da empresa italiana no setor leiteiro.
Zurita disse no último dia 14 que a Nestlé poderia comprar parte da produção de leite que hoje é absorvida pela Parmalat, caso a indústria italiana suspendesse as atividades no país.
Nesta semana, os gerentes de venda da Nestlé sondaram supermercados e hipermercados com a possibilidade de aumentos nas tabelas de preços de fevereiro e março. Os reajustes solicitados são em itens como iogurtes, leite em pó, biscoitos e bolinhos, leite condensado e creme de leite.
Não houve pressão no valor das matérias-primas usadas nessas mercadorias recentemente. A alta foi verificada em 2002 e 2003. Ocorreu, na prática, uma queda no dólar neste mês, o que tende a baratear o preço de insumos presentes nesses itens.
A possibilidade de repassar ao varejo as pressões no valor das matérias-primas em anos anteriores poderia levar a reajustes agora. A busca da recomposição de margem de lucro também pode ser outra razão para aumentos.
A Parmalat reduziu de forma expressiva a sua produção de algumas mercadorias que devem sofrer reajustes da Nestlé agora.
A linha de produção de biscoitos, por exemplo, ficou dez dias paralisada. Além disso, a empresa está inadimplente com algumas transportadoras. Resultado: as lojas têm recebido itens da Parmalat sem regularidade.
A rede Nordestão, por exemplo, segunda maior cadeia de loja do Nordeste, teve dificuldade para receber leite condensado da marca Glória nesta semana. Na semana passada, houve problemas na entrega de leite em pó.
Nesse cenário, empresas de alimentos tendem a aumentar o poder de barganha ao negociar preços e descontos com as lojas.
A Nestlé, concorrente direta da empresa, compra 8% da produção nacional de leite -é a maior compradora do produto no país.
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Dados obtidos pela Folha mostram que a participação de mercado da Parmalat já cai. Pesquisa da empresa ACNielsen, só disponível para os executivos das companhias, mostra que a participação da marca no mercado de leite condensado, que estava em 24,9% de novembro a dezembro de 2002, passou para 16,8% no mesmo período de 2003.
Houve queda, menos forte (de 0,1 ponto percentual), nos segmentos de petit suisse e iogurte.
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