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30/01/2004
-
08h12
LEONARDO SOUZA
enviado especial da Folha de S.Paulo a Genebras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem estar satisfeito com o Banco Central e que não está preocupado em conceder autonomia à instituição.
"Nós no Brasil não estamos preocupados com isso [a autonomia]. Se a sociedade brasileira quiser discutir, se o Congresso Nacional quiser discutir, é uma questão a mais", disse Lula em resposta a uma pergunta sobre o tema durante entrevista ontem em Genebra, onde participou de seminário sobre investimentos.
Para Lula, a autonomia do BC é uma "inquietação de tese acadêmica de alguém no Brasil". "O que eu quero é um BC sério, que leve em conta a necessidade de defender a moeda brasileira, de ter uma política monetária sem muitas oscilações, que não faça nenhuma aventura. E isso nós temos", afirmou.
As declarações foram dadas ao lado do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que defende a autonomia do BC. No final do ano passado, Palocci chegou a dizer que a medida seria votada pelo Congresso, sob a forma de projeto de lei, neste ano. Em encontro do PT, seu partido, em dezembro, Palocci disse que lutaria pela autonomia neste ano. Ontem, o ministro não falou sobre o tema.
Sobre a questão, existe um embate de bastidores entre Palocci e o presidente do BC, Henrique Meirelles, de um lado, e o ministro José Dirceu (Casa Civil) e alas mais radicais do PT, de outro.
No ano passado, Dirceu deu várias declarações sobre o percentual de corte nos juros que o Copom deveria fazer. Os comentários desagradaram Meirelles. Ele e Palocci acreditam que a autonomia do BC daria maior credibilidade à instituição, neutralizando interpretações de que a autoridade monetária segue apenas ordens do Palácio do Planalto.
No começo deste mês, Dirceu afirmou que o projeto de autonomia do banco não seria enviado pelo governo para votação no Congresso. Depois, recuou, mas na prática a medida não deverá acontecer neste ano.
Ao ser questionado sobre se as declarações de Lula significavam que não haverá autonomia, o ministro Guido Mantega (Planejamento) disse apenas: "Se o chefe falou, então está falado".
Lula, no entanto, fez questão de elogiar Meirelles. Disse que o presidente do BC é um homem que merece todo o seu respeito.
BC autônomo não preocupa o Brasil, diz Lula
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enviado especial da Folha de S.Paulo a Genebras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem estar satisfeito com o Banco Central e que não está preocupado em conceder autonomia à instituição.
"Nós no Brasil não estamos preocupados com isso [a autonomia]. Se a sociedade brasileira quiser discutir, se o Congresso Nacional quiser discutir, é uma questão a mais", disse Lula em resposta a uma pergunta sobre o tema durante entrevista ontem em Genebra, onde participou de seminário sobre investimentos.
Para Lula, a autonomia do BC é uma "inquietação de tese acadêmica de alguém no Brasil". "O que eu quero é um BC sério, que leve em conta a necessidade de defender a moeda brasileira, de ter uma política monetária sem muitas oscilações, que não faça nenhuma aventura. E isso nós temos", afirmou.
As declarações foram dadas ao lado do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que defende a autonomia do BC. No final do ano passado, Palocci chegou a dizer que a medida seria votada pelo Congresso, sob a forma de projeto de lei, neste ano. Em encontro do PT, seu partido, em dezembro, Palocci disse que lutaria pela autonomia neste ano. Ontem, o ministro não falou sobre o tema.
Sobre a questão, existe um embate de bastidores entre Palocci e o presidente do BC, Henrique Meirelles, de um lado, e o ministro José Dirceu (Casa Civil) e alas mais radicais do PT, de outro.
No ano passado, Dirceu deu várias declarações sobre o percentual de corte nos juros que o Copom deveria fazer. Os comentários desagradaram Meirelles. Ele e Palocci acreditam que a autonomia do BC daria maior credibilidade à instituição, neutralizando interpretações de que a autoridade monetária segue apenas ordens do Palácio do Planalto.
No começo deste mês, Dirceu afirmou que o projeto de autonomia do banco não seria enviado pelo governo para votação no Congresso. Depois, recuou, mas na prática a medida não deverá acontecer neste ano.
Ao ser questionado sobre se as declarações de Lula significavam que não haverá autonomia, o ministro Guido Mantega (Planejamento) disse apenas: "Se o chefe falou, então está falado".
Lula, no entanto, fez questão de elogiar Meirelles. Disse que o presidente do BC é um homem que merece todo o seu respeito.
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