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02/02/2004 - 20h20

Pinguelli Rosa fala de sua suposta demissão

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PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio

Pela primeira vez o presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, falou, em público, sobre os rumores de que perderá o cargo para um indicado pelo PMDB.

"Sou professor da Coppe [Coordenação de Programas de Pós-Graduação, da UFRJ] e estou presidente da Eletrobrás", disse ele, hoje.

Foi a primeira manifestação de Pinguelli Rosa sobre o assunto desde que começaram os boatos sobre sua demissão, no começo do ano. "Sou presidente da Eletrobrás convidado pelo presidente Lula", acrescentou.

O presidente da estatal afirmou ainda que conversou com o ministro José Dirceu (Casa Civil), que, segundo ele, reiterou que a decisão de afastá-lo cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro não assegurou que ficaria no cargo, segundo Pinguelli Rosa. "Dirceu disse que não estava no seu nível de decisão", afirmou ele. Afirmou ainda não saber a origem das informações publicadas pela imprensa sobre sua suposta demissão e a pressão do PMDB pelo cargo. Hoje, já existe uma vaga na diretoria da estatal: a de diretor financeiro. Pinguelli Rosa disse que fez indicações, mas espera a decisão do governo.

Durante a cerimônia de lançamento do projeto da primeira usina de geração de energia a partir das ondas do mar, na Coppe, Pinguelli Rosa fez um balanço de suas realizações à frente da estatal.

Comemorou especialmente a saída da companhia do PND (Programa Nacional de Desestatização), o que foi possível com a medida provisória que instituiu o novo modelo do setor elétrico.

Fora do PND, a Eletrobrás, segundo Pinguelli Rosa, poderá dobrar seus investimentos para 2004 -no orçamento, estão previstos R$ 4,2 bilhões. Em 2003, a estatal investiu R$ 3 bilhões somente com recursos próprios.

Ele disse que, a partir de agora, a companhia poderá tomar empréstimos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O primeiro será em fevereiro, de R$ 400 milhões, que serão gastos na duplicação da usina de Tucuruí (PA), cuja capacidade será ampliada de 4.000 MW para 8.000 MW.

Pinguelli Rosa queria a saída da Eletrobrás do PND, o que chegou a gerar atritos com o Tesouro. À Folha no final de 2003, disse que "brigava" com o Tesouro para retirar a companhia do PND e flexibilizar as regras de contabilização do superávit primário.

Hoje, ele afirmou que a companhia terá mais recursos de empréstimos por deixar o PND, no qual estava desde o governo Fernando Henrique Cardoso. No PND, a estatal não podia aumentar seu endividamento. De acordo com Pinguelli Rosa, as duas principais subsidiárias da Eletrobrás --as geradoras Chesf e Furnas-- darão cada uma um lucro de cerca de R$ 900 milhões em 2003. Em 2002, o lucro foi de R$ 1,1 bilhão.

Defesa

Presente ao evento, o reitor da UFRJ, Aloisio Teixeira, defendeu a permanência do presidente do BNDES, Carlos Lessa, e de Pinguelli Rosa no governo. Disse que a possível saída dos dois é "extremamente preocupante". "A mudança iria romper mais um elo na esperança que o povo tem no governo Lula", afirmou.

Lançado hoje, o projeto da usina de ondas é o primeiro das Américas.

Prevê a construção de uma unidade até 2006 no Ceará, numa parceria de Eletrobrás, Coppe e governo do Estado. A Eletrobrás desembolsou R$ 400 mil para a construção do protótipo, que será testado na câmara hiperbárica (unidade que simula as condições marinhas de até 5.000 metros) da Coppe.
 

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