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10/02/2004 - 17h01

Bradesco vai usar "moeda de privatização" para pagar BEM

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IVONE PORTES
da Folha Online

O Bradesco vai utilizar a chamada "moeda de privatização", títulos usualmente negociados com deságio e aceitos pelo governo em vendas de estatais, para pagar "grande" parte do valor de aquisição do BEM (Banco do Estado do Maranhão). A informação foi dada pelo presidente do banco privado, Márcio Cypriano.

O banco maranhense foi comprado hoje pelo Bradesco por R$ 78 milhões em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo. O Itaú também participou do leilão e ofereceu o preço mínimo (R$ 77,172 milhões).

"Realmente o pagamento vai ser feito, em grande parte, com moeda de privatização. Mas não temos condições de dar os valores", disse Cypriano.

Segundo o edital de venda do banco maranhense, apenas 10% do valor da compra, obrigatoriamente, deve ser pago em dinheiro.

Foco

Um dos principais atrativos do banco maranhense para a iniciativa privada é a concentração de contas do funcionalismo público estadual e municipal.

"O Bradesco se interessou pela privatização basicamente porque o Estado vai agregar para o banco as contas dos funcionários e do governo", disse o executivo.

Além disso, Cypriano considera que o Maranhão tem forte potencial de desenvolvimento. Ele citou o aumento do plantio de soja na região e a possibilidade de a Companhia Vale do Rio Doce montar uma unidade de pelotização no Estado.

Incorporação

A liquidação financeira da aquisição será feita no próximo dia 13, data em que será feita também a eleição dos novos administradores. O cronograma de incorporação do BEM pelo Bradesco, porém, ainda não foi definido.

"Vamos fazer um estudo para verificar onde vale a pena manter duas agências. Caso contrário, faremos a incorporação, dependendo do prédio e localização. O Bradesco não tem plano de demissão de funcionários. O objetivo sempre é aproveitar as melhores cabeças", disse.

Próximas aquisições

Cypriano afirmou que o conglomerado está de "olho" nas próximas privatizações e que as aquisições de estatais que o grupo fez "até agora" agregaram valor para os acionistas do Bradesco.

Em 1999, o Bradesco comprou o Baneb (Banco do Estado da Bahia), por R$ 260 milhões. Em 2002, ficou com o BEA (Banco do Estado do Amazonas), por R$ 1,372 bilhão.

Na opinião dele, a próxima privatização será a do BEC (Banco do Estado do Ceará). Também estão na lista de venda do governo o Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) e o BEP (Banco do Estado do Piauí).

O executivo não informou qual destes bancos interessa mais ao conglomerado, mas afirmou que o Besc é o que tem o número de ativos mais representativo além de estar localizado em um Estado promissor, com uma economia "bem diversificada".

O presidente do Bradesco informou que em 60 anos o grupo fez 40 aquisições, incluindo a compra do BEM.

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