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17/02/2004 - 07h59

Petrobras oferece US$ 600 mi pela Agip

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GUILHERME BARROS
Editor do Painel S.A. da Folha de S.Paulo

A Petrobras já abriu negociações para a compra da distribuidora de GLP (gás liquefeito de petróleo) da Agip do Brasil, do gigante italiano da área de energia Eni. De acordo com o que a Folhaapurou, a Petrobras fez uma proposta de cerca de US$ 600 milhões para a compra da distribuidora (ex-Liquigás).

A proposta da Petrobras à Agip do Brasil foi feita por meio do Banco CS First Boston, o intermediário da transação. A proposta funciona como uma espécie de passaporte para a empresa ter acesso a todos os números da Agip do Brasil.

O banco CS First Boston estabeleceu prazo até o final de março para a estatal decidir, após a análise dos números, se irá ou não comprar a empresa. A Petrobras tem um "data room" (sala virtual) exclusivo.

Procurados pela Folha, a Petrobras, a Agip do Brasil e o banco CS First Boston preferiram não se pronunciar sobre a negociação.

Estratégia

Desde o ano passado, quando começou a preparar seu plano estratégico para os próximos anos, a Petrobras tem defendido a necessidade de entrar no mercado de distribuição de gás. A empresa já detém o monopólio na produção e no transporte de GLP às distribuidoras.

Em 2003, a Petrobras chegou a negociar a compra da Shell Gas, a distribuidora de GLP do grupo Shell, mas perdeu a corrida para a Ultragaz. Com a aquisição, a Ultragaz tornou-se a líder do mercado, com cerca de 24,5% de participação.

A Agip do Brasil (ex-Liquigás) é a segunda maior empresa do setor, com 21% de participação. Até a Ultragaz ter adquirido a Shell Gas, a empresa era a líder do mercado.

Para fechar a compra da Agip do Brasil, a Petrobras terá antes de fazer uma consulta aos órgãos de defesa ao consumidor. A SDE (Secretaria de Direito Econômico) e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) terão certamente que se pronunciar sobre a investida da Petrobras na área de distribuição de gás, já que ela é monopolista na produção e no transporte. Ao entrar na distribuição de GLP, a Petrobras terá grande poder na formação de preço do produto.

Depois de ter vetado a fusão Nestlé/Garoto, o Cade mostrou deu um sinal de que não se deixará influenciar por pressões externas nos julgamentos.

O assunto já começou a ser debatido superficialmente dentro do governo. Há uma grande preocupação, em alguns setores, sobre o avanço da Petrobras.

Outra preocupação se refere à manutenção de empregos. Caso compre a distribuidora de GLP, a Petrobras não deverá precisar de uma boa parte do atual contingente de 4.000 funcionários da Agip do Brasil.

A ofensiva da Petrobras na área de distribuição de GLP é apenas o início de uma nova fase que a empresa pretende adotar, a partir de agora. Após ter anunciado o lucro recorde de R$ 17,8 bilhões em 2003, a empresa abriu a temporada de caça aos diversos setores onde atua.

Além da área distribuição de GLP, outro setor que a Petrobras tem forte interesse é o de petroquímica. Nas próximas semanas, a estatal irá definir sua estratégia para o setor.
 

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