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20/02/2004
-
12h59
ELAINE COTTA
da Folha Online
O humor do mercado financeiro continua negativo nesta sexta-feira, mas a pressão sobre a cotação do dólar e sobre os negócios na Bovespa diminuiu no começo da tarde.
A moeda norte-americana, que chegou a bater os R$ 3 pela manhã após seis meses sem operar neste patamar, era negociada no começo da tarde a R$ 2,984, alta de 0,81%.
A pressão menor sobre o preço da moeda, segundo analistas, é explicada pela proximidade do feriado do Carnaval, que até ontem motivava a alta das cotações. Os bancos preferiram redobrar a cautela e comprar dólares para se proteger.
Essas operações se concentraram nos negócios de ontem e no começo da manhã de hoje e tendem a diminuir a partir da tarde.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, a tensão também se reduziu. O Ibovespa, que chegou a recuar quase 4% no meio da manhã, operava no começo da tarde em queda de 0,93%, aos 20.754 pontos. A Bovespa também chegou a superar os 24 mil pontos no final de janeiro.
No mercado externo, no entanto, a pressão continua forte. A taxa de risco-país, que mede o nível de confiança dos investidores, bateu os 615 pontos básicos, alta de 4,41%. A última vez que esse indicador superou a marca dos 600 pontos foi no dia 29 de outubro do ano passado.
O C-Bond (Capitalization Bond, bônus de capitalização), principal título da dívida externa do Brasil, recua 1,59%, cotado a 92,625% do valor de face.
No dia 8 de janeiro, o clima de "lua-de-mel" entre o governo e o mercado havia feito o papel bater os 100% de valor de face pela primeira vez desde que foi emitido, em abril de 1994.
A tensão foi provocada por mais denúncias, publicadas pelas revistas "Veja" e "Época" desta semana. A "Época" afirma que o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República Waldomiro Diniz fez tráfico de influência em 2003, quando já trabalhava no Palácio do Planalto.
Já a "Veja" traz uma entrevista com José Vicente Brizola, filiado ao PT. Ele afirma que foi pressionado a intermediar pedidos de dinheiro a empresário de jogos de azar para campanha petista no Estado em 2002.
Na semana passada, a "Época" revelou uma fita de vídeo em que Waldomiro aparece cobrando contribuições de campanha e propina do empresário Carlos Augusto Ramos, em 2002.
Mais rumor
A crise política também fez surgir novos rumores envolvendo o "núcleo duro" do governo. O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, veio à público negar informações de que assumiria o comando da coordenação política do governo, no lugar de José Dirceu. Palocci classificou as informações como "boataria".
EUA
O mercado também começa a ficar atento ao resultado do principal índice de inflação dos EUA. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) teve alta e 0,5% em janeiro. O mercado recebeu a notícia com apreensão.
Os investidores têm receio de que o Fed (BC americano) poderá aumentar os juros mais cedo do que previsto. Atualmente, a taxa está em 1% ao ano, a menor dos últimos 45 anos.
Leia mais
Entenda o caso Waldomiro Diniz
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Acompanhe agora a cotação do dólar
Pressão sobre dólar e Bolsa diminui, mas risco supera os 600 pontos
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da Folha Online
O humor do mercado financeiro continua negativo nesta sexta-feira, mas a pressão sobre a cotação do dólar e sobre os negócios na Bovespa diminuiu no começo da tarde.
A moeda norte-americana, que chegou a bater os R$ 3 pela manhã após seis meses sem operar neste patamar, era negociada no começo da tarde a R$ 2,984, alta de 0,81%.
A pressão menor sobre o preço da moeda, segundo analistas, é explicada pela proximidade do feriado do Carnaval, que até ontem motivava a alta das cotações. Os bancos preferiram redobrar a cautela e comprar dólares para se proteger.
Essas operações se concentraram nos negócios de ontem e no começo da manhã de hoje e tendem a diminuir a partir da tarde.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, a tensão também se reduziu. O Ibovespa, que chegou a recuar quase 4% no meio da manhã, operava no começo da tarde em queda de 0,93%, aos 20.754 pontos. A Bovespa também chegou a superar os 24 mil pontos no final de janeiro.
No mercado externo, no entanto, a pressão continua forte. A taxa de risco-país, que mede o nível de confiança dos investidores, bateu os 615 pontos básicos, alta de 4,41%. A última vez que esse indicador superou a marca dos 600 pontos foi no dia 29 de outubro do ano passado.
O C-Bond (Capitalization Bond, bônus de capitalização), principal título da dívida externa do Brasil, recua 1,59%, cotado a 92,625% do valor de face.
No dia 8 de janeiro, o clima de "lua-de-mel" entre o governo e o mercado havia feito o papel bater os 100% de valor de face pela primeira vez desde que foi emitido, em abril de 1994.
A tensão foi provocada por mais denúncias, publicadas pelas revistas "Veja" e "Época" desta semana. A "Época" afirma que o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República Waldomiro Diniz fez tráfico de influência em 2003, quando já trabalhava no Palácio do Planalto.
Já a "Veja" traz uma entrevista com José Vicente Brizola, filiado ao PT. Ele afirma que foi pressionado a intermediar pedidos de dinheiro a empresário de jogos de azar para campanha petista no Estado em 2002.
Na semana passada, a "Época" revelou uma fita de vídeo em que Waldomiro aparece cobrando contribuições de campanha e propina do empresário Carlos Augusto Ramos, em 2002.
Mais rumor
A crise política também fez surgir novos rumores envolvendo o "núcleo duro" do governo. O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, veio à público negar informações de que assumiria o comando da coordenação política do governo, no lugar de José Dirceu. Palocci classificou as informações como "boataria".
EUA
O mercado também começa a ficar atento ao resultado do principal índice de inflação dos EUA. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) teve alta e 0,5% em janeiro. O mercado recebeu a notícia com apreensão.
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