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20/02/2004 - 16h50

Wall Street aponta possível impasse na votação de reformas

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LUCIANA FINAZZI
da Folha Online


A crise política enfrentada pelo escândalo envolvendo pessoas ligadas ao Palácio do Planalto cria um possível impasse na votação das reformas pendentes no Congresso e deixa os investidores estrangeiros cautelosos em relação ao país.

O vácuo seria criado por causa do enfraquecimento político que o governo enfrentaria com a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso envolvendo o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República Waldomiro Diniz. Com o desgaste trazido por uma investigação parlamentar, os investidores estrangeiros acreditam que será mais difícil ao governo conseguir votar as reformas no Congresso ainda neste ano.

Wall Street, no entanto, vai aguardar os desdobramentos da crise depois do feriado de Carnaval para analisar mais profundamente os reflexos na economia brasileira.

"Acreditamos que o Brasil é uma democracia estruturada, com fortes instituições. Ficaremos, entretanto, de olho na força política do governo para o cumprimento da agenda no Congresso", disse a analista para o Brasil da agência de classificação de risco americana S&P, Lisa Schineller.

Entre os projetos na agenda do Congresso que são considerados de extrema importância por Wall Street estão a nova lei de falências e as reformas tributária e previdenciária.

Para o economista especializado em América Latina do JP Morgan em Nova York, Drausio Giacomelli, o mercado financeiro já pagou o preço da turbulência que o país atravessa.

Na manhã desta sexta-feira, a Bovespa chegou a despencar mais de 4%, o dólar bateu a marca dos R$ 3,00 e o risco-país alcançou 620 pontos.

O economista do JP Morgan, no entanto, afirma que a crise política ainda é muito recente para ser analisada de forma mais profunda.

"Ainda estamos aguardando o feriado de Carnaval. Depende de como o governo vai conseguir driblar a crise", disse. Giacomelli afirmou ainda que o importante para os investidores estrangeiros é que o governo não perca força política. "É complicado falar agora, quando ainda temos que analisar todos os fatos. O governo, porém, tem que manter a força política para a votação das reformas no Congresso", disse o economista, que é especialista em mercado brasileiro.

Para o economista-chefe da IdeaGlobal em Nova York, Ricardo Amorim, o maior problema do governo petista foi a demora na definição da agenda de votação das reformas pelo Congresso. "Criou-se um vácuo. Tanto é que essas denúncias contra o Waldomiro Diniz vieram à tona no ano passado e não tomaram fôlego, porque o Brasil estava ocupado com uma agenda política positiva", disse.
 

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