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03/03/2004 - 07h16

Inadimplente culpa salário atrasado

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MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo

Uma pesquisa realizada em dezembro e janeiro aponta que atraso nos salários e o desemprego são a justificativa apontada por 37,8% dos inadimplentes para justificar atraso na prestação.

O dado foi obtido em levantamento da TeleCheque, empresa de verificação e garantia de cheques, junto a 500 consumidores. No levantamento anterior (outubro e novembro), os dois fatores combinados representavam 25% das justificativas para o atraso.

A TeleCheque, que atende 7.000 lojas no país, realiza pesquisa sobre o perfil do inadimplente a cada dois meses. Para isso, a empresa entrevista, aleatoriamente, emitentes de cheques que não regularizaram seus débitos.

O salário atrasado foi a motivação para não pagamento de débitos que teve o maior aumento de participação no total: de 13,4% em outubro e novembro para 24% em dezembro e janeiro.

"Empresas que vinham pagando em dia passaram a atrasar o salário por conta da retração da economia", afirma Otacílio Santos, diretor da TeleCheque.

Na pesquisa mais recente, o desemprego é usado como justificativa para o atraso por 13,8% dos entrevistados. Nos dados de outubro e novembro, era 11,6%.

Enquanto isso, o descontrole nos gastos --apesar de ter permanecido como principal razão citada para inadimplência-- teve queda, de 36,4% para 24,8%.

Segundo Santos, esse motivo permanece o mais citado por conta da renda em baixa, que faz com que o consumidor se submeta a parcelamentos com prazos muito longos e juros altos.

"As pessoas acabam calculando as parcelas, e não o custo financeiro total embutido no crédito, o que causa a inadimplência."

Um dado que comprova essa relação, argumenta, é a inadimplência mais alta entre a população que ganha menos: segundo a pesquisa, 36,6% dos entrevistados possuem renda mensal entre R$ 501 e R$ 1.000; 22,4%, entre R$ 1.000 e R$ 2.000.

Outro fator apontado por ele é o valor médio de compra dos inadimplentes: 27,6% gastam de R$ 1 a R$ 99; 18,8%, de R$ 100 a R$ 199, e 18,2%, de R$ 200 a R$ 399.

"Essa maioria de valores mais baixos é devido ao grande volume de parcelamentos. Há alguns produtos, como DVDs e celulares, que estão na moda e cujos preços são altos. Por isso o consumidor recorre a crédito para comprá-los", afirma Santos.
 

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