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03/03/2004 - 15h46

Belgas terão maior parte na AmBev, mas gestão será compartilhada

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ELAINE COTTA
VINICIUS ALBUQUERQUE

da Folha Online

A operação entre a belga Interbrew e a brasileira AmBev não pode ser caracterizada tecnicamente como uma fusão nem como compra, segundo as empresas envolvidas, apesar da empresa belga ter ficado com uma parcela maior do negócio. Isso porque a gestão das empresas será compartilhada igualitariamente.

As cervejarias anunciaram hoje em São Paulo e em Bruxelas, na Bélgica, uma proposta de troca de ações e ativos que fará com que a Interbrew assuma 57% do capital total e 85% do capital votante da empresa brasileira. Em troca, a AmBev terá uma participação de pouco menos de 25% no capital total da européia.

Pela manhã, algumas agências de notícias internacionais veicularam que a operação "acabaria com a Ambev", que teria sido comprada pela gigante belga. Mas essa informação foi negada pela AmBev e pelo próprio CEO da Interbrew, John Brock. "Não é uma aquisição. É uma combinação. Ainda teremos duas companhias bem separadas", disse Brock.

"No mundo moderno não se leva em conta essa teoria patrimonial e sim o poder decisório", afirmou o co-presidente da Ambev, Victorio Marchi, ao comentar as informações de que a empresa teria sido vendida para a Interbrew.

Segundo ele, o poder de decisão será igual para ambas as empresas. A Interbrew terá 50% de participação no Conselho da AmBev e a brasileira o mesmo percentual nas decisões da Interbrew. "O que vale é o acordo de acionistas", disse.

As empresas informaram que haverá uma troca de ações e de ativos na qual a AmBev vai incorporar a Labatt, controlada da Interbrew que atua nos EUA, no Canadá e no México. Em troca, a AmBev vai emitir 9,5 bilhões em ações ordinárias e 13,8 bilhões em preferenciais (sem direito a voto).

Aliança

Segundo o diretor da área de investimentos do Citibank no Brasil, José Olympio Pereira, a operação não pode ser caracterizada como compra porque o poder de voto na empresa será o mesmo para ambas as partes.

Para ele, a melhor terminologia para definir essa operação é "aliança". "Venda é quando você entrega o patrimônio, pega o dinheiro e não tem mais nenhuma influência na empresa e este não é o caso nesta operação, pois a AmBev vai ter uma participação igual nas decisões dessa nova companhia."

Olympio disse ainda que a operação não pode ser caracterizada como fusão porque tanto a AmBev quanto a Interbrew vão continuar existindo, ou seja, vão ter suas ações negociadas em Bolsas.

Segundo Pereira, uma fusão foi o que aconteceu quando se criou a AmBev em 1999, quando a Antarctica e a Brahma se fundiram em uma nova empresa. No caso da operação entre Interbrew e AmBev, vai se criar uma nova empresa para unificar as operações mundiais, sem que isso altere a composição jurídica de ambas.

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