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15/03/2004 - 09h14

Sem Zeca Pagodinho, Schincariol afirma que Brahma é belga

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da Folha de S.Paulo

Atônito com a nova campanha de seu principal concorrente, o grupo Schincariol iniciou o contra-ataque. Depois de perder seu garoto-propaganda Zeca Pagodinho para a Brahma em um dos maiores lances de marketing recentes, a Schincariol decidiu atacar a concorrente, ao apelar para uma linha nacionalista.

Em publicidade veiculada ontem na grande imprensa, a Schincariol se apresenta como "brasileira", em contraposição à "belga" Brahma. A publicidade faz referência ao negócio fechado entre a AmBev (dona da marca Brahma) e a cervejaria belga Interbrew.

Aproveitando o slogan utilizado nas campanhas de lançamento da Nova Schin, a publicidade ataca a Brahma: "Experimenta investir 100% de seu lucro no país de origem" e "Experimenta construir novas fábricas no Brasil, que gerem empregos para brasileiros, desenvolvimento para cidades brasileiras e produzam cerveja brasileira".

Segundo sua assessoria, o grupo Schincariol pode entrar com uma representação no Conar (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária) contra a agência de publicidade Africa, de Nizan Guanaes, responsável pela nova campanha da Brahma. Zeca Pagodinho também poderá ser acionado por quebra de contrato que ainda estaria em vigor até setembro. Ele teria sido convencido pelo próprio Nizan Guanaes a estrelar a campanha da Brahma.

O publicitário Nizan Guanaes disse que não vai responder por enquanto às acusações da agência Fischer América, responsável pela campanha da Nova Schin, e festejou a polêmica.

"A reação da população é a melhor possível. Eu esperava essa repercussão. A cerveja é polêmica. A cerveja é gregária. É em torno da qual você se reúne com os amigos para discutir sobre futebol e política. É evidente que não íamos fazer um movimento desse e supor que não haveria controvérsia", disse.

Guanaes não quis revelar nem o valor do contrato com o cantor nem o valor da multa que Zeca supostamente terá que pagar por quebra de contrato. Disse que vai esperar para ver se a concorrente vai mesmo recorrer ao Conar.

"Acho que eles devem tomar uma Brahma, que refresca até pensamento, mas nós vamos esperar a reação. Não posso prever o futuro." Para Nizan, a guerra de propaganda entre as cervejas terá "mais capítulos que a novela Celebridade". Contou que teve a idéia da campanha a partir de informações que saíram nos jornais.

"É um caso peculiar. Não fui eu que inventei que o Zeca bebe Brahma, eu
li na Folha. A partir disso, vi o desconforto do artista e o procurei."

Procurado, Zeca Pagodinho não quis dar entrevista. Segundo sua assessoria, ele ficou irritado com o assédio dos jornalistas.

A Schincariol promete apresentar nesta quarta novidades e decisões sobre os próximos passos que dará em relação à disputa.

Queda-de-braço

A pendenga que envolve as duas cervejarias teve início na sexta-feira, quando um novo comercial da Brahma foi apresentado na TV com o cantor Zeca Pagodinho como principal estrela. Zeca era uma das estrelas da campanha de lançamento da Nova Schin.

Segundo a cervejaria, seu contrato ainda estava em vigor quando o cantor decidiu protagonizar a propaganda da concorrente Brahma.

No comercial, Zeca canta uma música cujo refrão ironiza sua passagem pela Nova Schin: "Fui provar outro sabor, eu sei. Mas não largo meu amor, voltei".

Após a divulgação da propaganda criada para a concorrente, o grupo Schincariol fez reunião de emergência na manhã de sábado com a agência Fischer-América para iniciar o contra-ataque.

O anúncio veiculado ontem, que leva o título "Sugestões da brasileira Nova Schin para a belga Brahma", acusa a Brahma de ser reincidente ao utilizar seus garotos-propaganda e suas idéias. "Talvez seja a primeira vez na história do país que uma empresa estrangeira copia a estratégia de uma empresa 100% nacional", diz a publicidade.
 

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