Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/03/2004 - 17h27

Após Argentina, Uruguai também quer importar energia do Brasil

Publicidade

ELAINE COTTA
da Folha Online

Depois da Argentina, será a vez do Uruguai importar energia do Brasil. O governo uruguaio planeja comprar até 70 megawatts/hora de energia, que seriam disponibilizados pelo Brasil ao país nos próximos dias.

A compra da eletricidade brasileira foi admitida hoje pelo ministro da Indústria, Minas e Energia do país, Alvaro Bermúdez. Segundo agências internacionais, o ministro já teria até conversado sobre o tema com representantes do governo brasileiro.

Na semana passada, a ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) disse durante visita a Buenos Aires que o Brasil começaria a vender energia elétrica para a Argentina a partir de maio deste ano.

A ministra adiantou que a intenção é exportar cerca 300 megawatts médios, chegando no pico a 500 megawatts por meio de linhas de transmissão que ligam Itá (em Santa Catarina) a Garabi, na Província argentina de Corrientes.

A compra de energia do Brasil é um reflexo da crise energética vivida atualmente pela Argentina, já que a geração não é suficiente para cobrir a demanda no país e muito menos para garantir as exportações de energia elétrica para o Uruguai.

Os argentinos sempre foram o principal fornecedor de energia do Uruguai. Atualmente, o consumo dos uruguaios nas horas consideradas "de pico" supera os 1.000 megawatts por hora, dos quais quase 40% eram fornecidos pela Argentina (cerca de 338 megawatts/hora).

Nas últimas semanas, a venda de energia da Argentina para o país caiu para cerca de 20 megawatts por hora. A queda brusca no fornecimento obrigou a UTE (Empresa Estatal de Energia do Uruguai) a ativar usinas térmicas para cobrir a demanda.

O problema é que essa energia é mais cara que a fornecida anteriormente. O Uruguai teme que o aumento dos preços reduza o consumo e, conseqüentemente, a recuperação da economia.

O país foi o mais afetado pela crise que atingiu a Argentina entre os anos de 1999 e 2002, quando a economia teve retração de quase 20%. No Uruguai, no mesmo período, o recuo do PIB (Produto Interno Bruto) superou os 10%.

Crise

A crise de energia da Argentina é provocada pela falta de investimentos em obras de infra-estrutura, ampliação e manutenção dos serviços, que poderá até levar o país a um racionamento.

As empresas que administram as concessões públicas do setor de energia paralisaram investimentos por conta da crise econômica e do congelamento de preços, iniciado em janeiro de 2002.

Essas companhias, na sua maioria multinacionais européias que se instalaram no país durante o auge das privatizações dos anos 90, chegaram a ameaçar o governo com cortes nos fornecimentos caso os reajustes das tarifas não fossem autorizados.

Tentando um consenso, o governo argentino negocia com os investidores a adoção de "tarifas sociais" que não prejudiquem a população carente.

Atualmente, mais de 50% dos argentinos vive na pobreza e mais de 25% são considerados indigentes.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página