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21/04/2004 - 07h10

Dona da Embratel sai da concordata nos EUA

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CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo

A MCI (ex-WorldCom) anunciou ontem o fim do processo de concordata, iniciado em julho de 2002.

A saída da concordata já era considerada uma certeza pela empresa. O passo, entretanto, não encerra a disputa que a mexicana Telmex e a Calais (consórcio formado pelas operadoras Telemar, Brasil Telecom e Telefônica) travam pela compra da Embratel.

"A audiência sobre a venda da Embratel para a Telmex continua mantida para o dia 27 de abril", disse à Folha Regla Pino Perez, porta-voz para a América Latina da MCI.

Na próxima terça-feira, a Corte de Falências de Nova York irá julgar a proposta de aquisição da Embratel feita pela empresa mexicana. Segundo Britney Hoff, porta-voz da MCI nos EUA, a audiência foi mantida, pois o processo que corre em Nova York foi iniciado quando a MCI ainda estava em concordata.

A empresa, contudo, não quis revelar qual a expectativa da MCI com relação ao resultado da audiência com o juiz Arthur González, encarregado do processo.

Procurada pela reportagem da Folha, a Telmex também não quis comentar o impacto que o fim da concordata da MCI pode exercer na negociação pela Embratel.

Já a Calais, por meio de sua assessoria de imprensa, declarou que o novo status da norte-americana não altera a estratégia do consórcio.

Anteontem, o grupo das operadoras de telefonia fixa aumentou a proposta de compra da Embratel. O pagamento inicial --não-reembolsável-- passou para US$ 396 milhões do total de US$ 550 milhões oferecidos pelo consórcio. Na proposta anterior, a primeira parcela era de US$ 360 milhões.

A oferta do consórcio das operadoras de telefonia fixa supera financeiramente a proposta da mexicana. A Telmex ofereceu um pagamento inicial de US$ 20 milhões, sendo o valor total para a transação de US$ 360 milhões.

Nova fase

Com o anúncio do encerramento do processo de concordata, a empresa também informou que já iniciou a distribuição de títulos a seus credores.

O novo status da MCI foi comemorado por Michael Capellas, presidente da empresa.

"Quando assumi esse posto, há 16 meses, eu disse para os nossos empregados que nós faríamos tudo certo e que entraríamos para a história", disse ontem em conferência telefônica para a imprensa. "Nós não vemos isso como a linha de chegada, mas como o começo de uma nova corrida", disse.

Segundo Capellas, a nova fase da empresa já conta com uma importante alavanca. O processo de concordata permitiu que a companhia reduzisse a sua dívida. De US$ 41 bilhões, o valor caiu para US$ 6 bilhões.

Esse abatimento vai permitir que a empresa economize US$ 2,1 bilhões por ano em pagamentos de juros. O faturamento anual da gigante da telefonia norte-americana é de US$ 21 bilhões.

No caminho da plena recuperação da MCI, porém, há obstáculos. No mês passado, foi anunciado que a empresa espera uma queda de 10% a 13% no seu faturamento neste ano. Além disso, a companhia também divulgou um plano que prevê a demissão de 4.000 funcionários.

Adicionalmente, ao longo do processo de concordata, a empresa perdeu cem grandes clientes.

O fim da vigência da concordata também tem um aspecto simbólico. A partir de agora, a companhia poderá usar apenas o nome MCI, afastando-se do estigma do nome WorldCom.

Em julho de 2002, a empresa protagonizou uma onda de grandes maiores escândalos contábeis nos ao lado de empresas como a Enron e a Tyco. O motivo da crise foi a revelação que a companhia havia maquiado demonstrações contábeis, inflando seus lucros.
 

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