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27/04/2004
-
13h16
ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio
O aumento do desemprego em março, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi resultado da frustração dos empresários com o corte de juros pelo governo. Para o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Pereira, os empregadores deixaram de abrir vagas em razão de uma quebra de expectativa. Enquanto isso, a procura por emprego aumentou.
"O processo de queda de juros não aconteceu como esperado pelos investidores", disse. Na sua avaliação, o quadro do mercado de trabalho "não é nem de longe favorável", embora considere positiva a recuperação da renda média do trabalhador.
Depois de reduzir a taxa básica de juros em dez pontos percentuais até dezembro de 2003, o Banco Central manteve a Selic inalterada em janeiro e fevereiro, contrariando a expectativa do mercado. A queda só foi retomada em março e abril, quando houve um corte de 0,25 ponto percentual em cada mês, para 16% ao ano.
"Não há um cenário favorável à abertura de vagas. Se esperava um aumento na taxa de desocupação, mas não nesse patamar. Foi uma taxa que só foi vista em maio do ano passado", disse.
A taxa de desemprego ficou em 12,8% em março --a maior desde outubro passado (12,9%)-- na média das seis maiores regiões metropolitanas do país. Em fevereiro, havia registrado 12%.
O aumento da taxa deveu-se à alta no contingente de pessoas desempregadas que estavam procurando emprego. Este grupo cresceu 8,1% de fevereiro para março e significou a entrada de mais 203 mil desempregados no mercado de trabalho. No total, as seis maiores metrópoles brasileiras registraram 2,73 milhões de desempregados procurando por trabalho.
Por outro lado, o número de postos de trabalho cresceu apenas 0,4% --o correspondente a cerca de 81 mil novas vagas. Tal aumento não foi suficiente para absorver a força de trabalho disponível.
Já a renda do trabalhador vem se recuperando gradualmente, principalmente devido às menores taxas de inflação. Em março, a renda real subiu pelo terceiro mês seguido na comparação com o mês anterior, com alta de 1,4%.
Quando se compara com a renda recebida no mesmo mês do ano anterior, o IBGE apurou uma desaceleração da queda há cinco meses seguidos. A renda caiu 2,4% em março deste ano em relação a março do ano passado. O percentual mostra uma melhora no cenário desde novembro, quando a queda na renda foi de 13%, nessa mesma comparação.
Leia mais
Desemprego sobe e atinge 2,7 milhões de pessoas
Renda média do trabalhador caiu 2,4% em março
Frustração com corte de juros influenciou aumento do desemprego, diz IBGE
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da Folha Online, no Rio
O aumento do desemprego em março, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi resultado da frustração dos empresários com o corte de juros pelo governo. Para o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Pereira, os empregadores deixaram de abrir vagas em razão de uma quebra de expectativa. Enquanto isso, a procura por emprego aumentou.
"O processo de queda de juros não aconteceu como esperado pelos investidores", disse. Na sua avaliação, o quadro do mercado de trabalho "não é nem de longe favorável", embora considere positiva a recuperação da renda média do trabalhador.
Depois de reduzir a taxa básica de juros em dez pontos percentuais até dezembro de 2003, o Banco Central manteve a Selic inalterada em janeiro e fevereiro, contrariando a expectativa do mercado. A queda só foi retomada em março e abril, quando houve um corte de 0,25 ponto percentual em cada mês, para 16% ao ano.
"Não há um cenário favorável à abertura de vagas. Se esperava um aumento na taxa de desocupação, mas não nesse patamar. Foi uma taxa que só foi vista em maio do ano passado", disse.
A taxa de desemprego ficou em 12,8% em março --a maior desde outubro passado (12,9%)-- na média das seis maiores regiões metropolitanas do país. Em fevereiro, havia registrado 12%.
O aumento da taxa deveu-se à alta no contingente de pessoas desempregadas que estavam procurando emprego. Este grupo cresceu 8,1% de fevereiro para março e significou a entrada de mais 203 mil desempregados no mercado de trabalho. No total, as seis maiores metrópoles brasileiras registraram 2,73 milhões de desempregados procurando por trabalho.
Por outro lado, o número de postos de trabalho cresceu apenas 0,4% --o correspondente a cerca de 81 mil novas vagas. Tal aumento não foi suficiente para absorver a força de trabalho disponível.
Já a renda do trabalhador vem se recuperando gradualmente, principalmente devido às menores taxas de inflação. Em março, a renda real subiu pelo terceiro mês seguido na comparação com o mês anterior, com alta de 1,4%.
Quando se compara com a renda recebida no mesmo mês do ano anterior, o IBGE apurou uma desaceleração da queda há cinco meses seguidos. A renda caiu 2,4% em março deste ano em relação a março do ano passado. O percentual mostra uma melhora no cenário desde novembro, quando a queda na renda foi de 13%, nessa mesma comparação.
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