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28/04/2004 - 08h05

Para analistas, tarifa telefônica menor é incerta após venda da Embratel

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CÍNTIA CARDOSO
JOSÉ ALAN DIAS

da Folha de S.Paulo

A entrada da mexicana Telmex no mercado brasileiro por meio da compra da Embratel deve levar a companhia a adotar práticas de competição diferentes das utilizadas no mercado mexicano.

Os analistas ouvidos pela Folha avaliam que, no Brasil, o grau de concorrência entre as operadoras de telefonia --_fixas e móveis-- é, em tese, maior. Isso, entretanto, pode não significar uma queda das tarifas para os consumidores.

"A entrada da Telmex pode implicar o aumento da eficiência. Com mais recursos para realizar investimentos, a qualidade dos serviços oferecidos tende a subir", disse Jacqueline Lison, analista de investimento da corretora Fator.

Entre os segmentos que podem ser beneficiados pelo estímulo de mais um concorrente, estão os serviços como banda larga (conexão de alta velocidade para internet) e o mercado corporativo.

"A Telmex está começando a sua política de expansão. Nos países onde começou a atuar, ela mostrou uma postura agressiva de competição. Não dá para comparar a estrutura do mercado mexicano [no qual a empresa tem o monopólio] com a situação do Brasil", afirmou Lison.

Tarifas

Em serviços restritos à Embratel, como os vinculados à operação de satélite, há especialistas que argumentam que os mexicanos podem praticar preços altos no Brasil devido à falta de concorrentes no mercado.

Relatório preparado pelo banco norte-americano Bear Stearns no ano passado mostra que as tarifas praticadas pela Telmex no México, nos serviços de telefonia residencial e comercial, eram as mais altas entre as principais empresas do setor na América Latina.

Edigimar Maximiliano, do Unibanco, avalia que o ingresso da Telmex pode a vir a favorecer outra companhia: a Claro, de telefonia móvel.
A Claro é controlada pela Amércia Móvil, uma das subsidiárias do grupo Carso, o mesmo que controla a Telmex.

A Claro poderia passar a usar a estrutura da Embratel para ampliar a cobertura em áreas nas quais ainda tem restrições, como Minas Gerais e a região Norte do Brasil.

O analista argumenta que em somente três segmentos há competição no país: no de telefonia móvel (no qual o grupo de Carlos Slim atua por meio da Claro) e nos de telefonia de larga distância e corporativa, em que a Embratel tem participação expressiva.

"A Embratel perdeu um número considerável de clientes corporativos, com a entrada de novos concorrentes, mas permanece como um segmento interessante'', diz Maximiliano.

Segundo ele, o único setor em que a Embratel (controlada pelos mexicanos) atua e que tem menos potencial é o de telefonia local.
Para o consultor de telefonia Carlos Dascal, dificilmente a compra da Embratel pela Telmex significará queda de tarifas no setor de telefonia fixa local.

"A demanda se exauriu nesse mercado, não tem como as tarifas caírem. As fixas não têm muito para onde ir", disse.

De acordo com ele, a concorrência é pequena e a capilaridade (número de linhas de transmissão disponíveis) são alguns motivos apontados para a manutenção do preço desse serviço. Além disso, a telefonia local está perdendo espaço para a telefonia móvel.

Estudo

Um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que, se as tarifas --de linhas fixas e móveis-- permanecerem nos atuais níveis (nominais), 25 milhões novos usuários de telefones celulares poderão ser incorporados até 2007. O dado foi apresentado ontem durante seminário sobre telecomunicações realizado em São Paulo.
 

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