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03/05/2004
-
08h01
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O Brasil poderá atuar como mediador no conflito existente entre Argentina e Chile por conta do corte das exportações argentinas de gás para os chilenos.
O presidente do Chile, Ricardo Lagos, já reconhece que a arbitragem internacional poderá ser a forma de resolver o conflito. Primeiro, porém, a idéia é deixar que as negociações bilaterais existentes se esgotem. Antes do Brasil, a OMC (Organização Mundial do Comércio) será chamada a mediar o caso. O Brasil, portanto, seria uma segunda opção para a arbitragem.
A mediação brasileira seria natural, na medida em que a Argentina é o principal sócio do Mercosul, e o Chile tem participação no bloco --sem direito a voto.
"Está aberta a possibilidade de uma arbitragem. É bastante possível", afirmou a chanceler chilena Soledad Alvear, um dos nomes mais cotados para a candidatura situacionista na eleição presidencial que se realiza em 2005.
O gás argentino, usado por 25% das residências de Santiago, é o principal insumo das centrais termelétricas que geram 35% da eletricidade do país. A Argentina, em meio à atual crise energética, vem cortando suas exportações para o Chile. O problema sai da esfera econômica e atinge a política: neste ano, haverá eleições municipais no Chile. No ano que vem, as presidenciais. A oposição tem utilizado o problema energético como bandeira eleitoral, na medida em que o país teria se tornado dependente da Argentina.
Evitando conotações político-eleitorais e criticando a oposição por utilizar essa estratégia, Alvear afirmou que o Chile trabalha, por ora, em três níveis: o diplomático, com entendimentos bilaterais; o técnico, com o Ministério de Energia, e o empresarial, com uma equipe que, na semana passada, visitava a Argentina, liderada pela CPC (Confederação da Produção e do Comércio).
"Não se pode fazer política interna com a política exterior. A política exterior é demasiado séria e deve ser tratada como visão de Estado", disse Alvear.
A contrariedade chilena em relação ao comportamento do país vizinho aumentou quando o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, afirmou não ser possível que tratados internacionais, como o que há com o Chile em relação à compra de gás, estejam acima das leis argentinas. Lagos já havia afirmado que o que os argentinos fazem é um descumprimento de um tratado internacional de 1995.
Já o candidato opositor à Presidência, Joaquín Lavín (de direita), criticou o governo por não passar "das palavras à ação". A "ação" proposta por Lavín é um boicote aos produtos argentinos enquanto houver o corte.
Brasil pode mediar conflito entre Argentina e Chile
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da Agência Folha, em Porto Alegre
O Brasil poderá atuar como mediador no conflito existente entre Argentina e Chile por conta do corte das exportações argentinas de gás para os chilenos.
O presidente do Chile, Ricardo Lagos, já reconhece que a arbitragem internacional poderá ser a forma de resolver o conflito. Primeiro, porém, a idéia é deixar que as negociações bilaterais existentes se esgotem. Antes do Brasil, a OMC (Organização Mundial do Comércio) será chamada a mediar o caso. O Brasil, portanto, seria uma segunda opção para a arbitragem.
A mediação brasileira seria natural, na medida em que a Argentina é o principal sócio do Mercosul, e o Chile tem participação no bloco --sem direito a voto.
"Está aberta a possibilidade de uma arbitragem. É bastante possível", afirmou a chanceler chilena Soledad Alvear, um dos nomes mais cotados para a candidatura situacionista na eleição presidencial que se realiza em 2005.
O gás argentino, usado por 25% das residências de Santiago, é o principal insumo das centrais termelétricas que geram 35% da eletricidade do país. A Argentina, em meio à atual crise energética, vem cortando suas exportações para o Chile. O problema sai da esfera econômica e atinge a política: neste ano, haverá eleições municipais no Chile. No ano que vem, as presidenciais. A oposição tem utilizado o problema energético como bandeira eleitoral, na medida em que o país teria se tornado dependente da Argentina.
Evitando conotações político-eleitorais e criticando a oposição por utilizar essa estratégia, Alvear afirmou que o Chile trabalha, por ora, em três níveis: o diplomático, com entendimentos bilaterais; o técnico, com o Ministério de Energia, e o empresarial, com uma equipe que, na semana passada, visitava a Argentina, liderada pela CPC (Confederação da Produção e do Comércio).
"Não se pode fazer política interna com a política exterior. A política exterior é demasiado séria e deve ser tratada como visão de Estado", disse Alvear.
A contrariedade chilena em relação ao comportamento do país vizinho aumentou quando o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, afirmou não ser possível que tratados internacionais, como o que há com o Chile em relação à compra de gás, estejam acima das leis argentinas. Lagos já havia afirmado que o que os argentinos fazem é um descumprimento de um tratado internacional de 1995.
Já o candidato opositor à Presidência, Joaquín Lavín (de direita), criticou o governo por não passar "das palavras à ação". A "ação" proposta por Lavín é um boicote aos produtos argentinos enquanto houver o corte.
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