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12/05/2004 - 08h44

Proprietários da Golfo Petróleo são investigados por fraude no Sul

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ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo, no Rio

Os proprietários da empresa Golfo Brasil Petróleo, que acabam de reconquistar, por liminar judicial, a autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para produzir gasolina e óleo diesel, em Paulínia (SP), estão sendo processados no Rio Grande do Sul por suposta adulteração de combustível e por formação de quadrilha.

No dia 13 de abril, a juíza Isabel Cristina Longuinho de Souza, da 21ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou à ANP que restaurasse a autorização que havia sido dada à Golfo em agosto do ano passado para instalar a base de ''formulação'' de gasolina e diesel.

A licença visa a produção de até 42,2 milhões de litros de gasolina e 31,9 milhões de litros de óleo diesel por mês.

A autorização havia sido suspensa pela ANP em setembro, a pedido da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis, que dizia ter informações sobre o suposto envolvimento dos acionistas da Golfo com adulteração de combustíveis.

A ANP suspendeu a autorização até o encerramento dos trabalhos da CPI, que nada concluiu contra a empresa. Segundo a 21ª Vara Federal do Rio, esse foi o motivo da concessão da liminar.

Ação no Sul

O acionista da Golfo Rodrigo Luppi de Oliveira e o pai dele, Dirceu Antônio de Oliveira Júnior, conhecido como ''major'' Dirceu, foram denunciados pelo Ministério Público do RS por suposto crime contra a ordem econômica (comercialização de combustível adulterado), formação de quadrilha e crime continuado.

Os dois foram denunciados em um processo que envolve uma outra distribuidora da família, a Fórmula Brasil Petróleo, que teria vendido gasolina adulterada com adição de solventes a seis postos de abastecimento de Novo Hamburgo e Caxias do Sul.

Amostras do produto adulterado foram recolhidas em agosto de 2002. A denúncia judicial aconteceu em julho do ano passado.

A direção da ANP disse que ignorava a existência da ação judicial no Rio Grande do Sul e que a Golfo não responde a processo administrativo por suspeita de adulteração de combustível.

O diretor da agência Haroldo Lima disse que pedirá à Justiça Federal que mantenha a suspensão da licença de formulador da Golfo até o julgamento da ação de Canoas.

Segundo Haroldo Lima, o formulador de combustível _que compete com as refinarias da Petrobras na produção de gasolina e óleo diesel_ não é invenção brasileira e existe em vários países. Na avaliação dele, porém, o formulador não deveria ser autorizado neste momento de transição para a abertura de mercado.

No momento, só existe um formulador de combustível em operação no país: a Aster (ex-Copape), que, segundo a ANP, produz 35 milhões de litros de gasolina por mês (um terço da capacidade autorizada), com ingredientes importados, em Guarulhos (SP).

A figura do formulador foi criada em dezembro de 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Ela foi autorizada pela lei 10.336, que também criou a Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico).

Em junho do ano passado, a ANP suspendeu a portaria 316, que regulamentava a atividade, mas preservou o direito das empresas que já haviam solicitado a licença.

Segundo Haroldo Lima, apenas três empresas entraram com pedido no prazo de validade da portaria: Copape (atual Aster), Golfo e Egcel. O pedido da última, que tem sede em Mirassol do Oeste (MT), está sendo examinado.
 

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