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13/05/2004 - 08h09

Turbulência afeta pequeno investidor

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SANDRA BALBI
da Folha de S.Paulo

As chacoalhadas do mercado financeiro, nos últimos 15 dias, estão comendo os rendimentos dos pequenos e médios investidores que aplicam suas economias em fundos DI e de renda fixa.

Quando o investidor aplica em um fundo de renda fixa, seu dinheiro vai somar-se ao de outros cotistas do fundo e é usado pelo banco para comprar títulos do governo federal (em geral LTNs - Letras Financeiras do Tesouro Nacional). Esses papéis pagam juros prefixados e definem o rendimento do fundo.

No entanto, como os juros oscilam diariamente no mercado, os gestores fazem também operações no mercado futuro de juros, negociando contratos de DI na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). O contrato futuro de DI mostra a expectativa dos investidores sobre qual será a taxa Selic, na data do seu vencimento.

O que ocorreu nos últimos dias é que os contratos futuros de DI que vencem em janeiro do ano que vem, os mais procurados, começaram a sinalizar uma alta dos juros. A taxa do DI futuro saltou de 15,62% ao ano, no dia 6, para 17,15% ontem. "Esse movimento é totalmente atípico e fez os fundos de renda fixa perderem muito", diz Renato Ramos, gestor de renda fixa do HSBC Brain.

Segundo Ramos, até a próxima reunião do Copom, na semana que vem, o mercado de renda fixa vai continuar oscilando. "Estamos vivendo dias de estresse, mas não há motivos reais para que permaneça esse patamar de juros futuros." Ele diz que o Copom ainda deve baixar um pouco o juros até o final do ano e há pouca probabilidade de alta da Selic.

Já os fundos DI chegaram a ter cotas negativas este mês devido à desvalorização que vinham tendo as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro). Esses papéis são responsáveis por no mínimo 80% da carteira onde estão aplicados os recursos desses fundos.

As LFTs têm diferentes vencimentos --de curto, médio e longo prazos. Quanto menor o prazo do papel, menor é o juro que ele paga e menor o risco de sofrer oscilações de preço.

Nos últimos anos, o governo lançou LFTs com vencimentos em 2007, 2008 e 2009 para alongar o prazo da sua dívida. Esses papéis pagam juros maiores e muitos gestores --apostando num cenário otimista para a economia-- compraram LFTs longas para suas carteiras.

Mas, desde o início do ano, o cenário mudou. "Atualmente, 40% dos ativos dos fundos está girando no overnight", diz Alexandre Póvoa, economista-chefe do Banco Modal. Essa mudança fez as LFTs de longo prazo perderem liquidez (facilidade de negociação) e seu preço despencou, afetando os fundos DI.

Os analistas não esperam novas oscilações fortes dos DI, pois na semana passada o governo comprou parte dos títulos de longo prazo, dando liquidez ao papel.
 

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