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14/06/2004 - 12h45

Kofi Annan pede coerência em negociações entre países pobres e ricos

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SILVIO NAVARRO
da Folha Online

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, abriu hoje a 11ª Conferência Geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) com discurso pedindo coerência nas negociações entre os países pobres e os ricos e "um regime de desenvolvimento amigável".

Annan disse que, sem um espaço como a Unctad para debater desenvolvimento, alguns países poderiam estar em condições mais difíceis de negociação.

"Hoje temos experiência e sabemos o que funciona e o que não funciona. O que falta é coerência." Ele citou como exemplo as dificuldades que produtores agrícolas na África e de ervas medicinais da América Latina enfrentam para introduzirem seus produtos nos mercados dos países desenvolvidos.

Annan disse que "políticas não podem dar com uma mão e tirar com a outra" e que países que impõem liberdade de comércio devem também abrir suas portas.

O secretário-geral defendeu a eliminação de subsídios para que os países subdesenvolvidos tenham acesso aos mercados dos países desenvolvidos. Segundo ele, é preciso que os países em desenvolvimento aproveitem as oportunidades na nova rodada de negociações que está sendo lançada na Unctad.

Annan, em seu pronunciamento, fez referência direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar que, se os países subdesenvolvidos reduzissem em 50% suas tarifas, isso acrescentaria US$ 15,5 bilhões ao comércio entre esses países e seria "o primeiro passo para o que o presidente Lula chamou de uma "nova geografia de comércio global.

Homenagem

Annan fez uma homenagem ao embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Melo, morto no ano passado em um atentado terrorista com carro-bomba no escritório da ONU, em Bagdá. O secretário-geral pediu para que todos os presentes --chefes de Estado e platéia-- ficassem em pé e fizessem um minuto de silêncio.

Após o pronunciamento de Annan, o presidente da Assembléia Geral da ONU, Julian Hunte, endossou as palavras do secretário-geral sobre coerência nas negociações entre os países. Hunte disse que é preciso revisar estratégias nacionais de comércio levando em conta os processos econômicos globais. Afirmou que o processo de globalização e o crescimento da interdependência entre os países abriram novas frentes de comércio.

Hunte fez um comentário a critico em relação à disparidade econômica entre países ricos e pobres ao afirmar que muitas das nações subdesenvolvidas ainda estão se agarrando ao desenvolvimento tênue ao passo que os desenvolvidos flutuou em mar de prosperidade. Segundo Hunte, na 11ª Unctad, a atenção deve estar fixada em como remover barreiras e estabelecer sinergias para o crescimento.

Hunte disse também que "é preciso que o direito ao desenvolvimento de torne uma realidade". Ele afirmou que um quarto dos países que integram a ONU dependem da exportação de produtos agrícolas e que a questão dos commodities precisa ser revista e ter mais espaço no comércio.

Especial
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