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15/06/2004
-
20h26
MAURICIO RABAFFETTI
da France Presse
A 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento analisou esta terça-feira mecanismos para acelerar a ajuda aos países pobres e advertiu que, caso o fluxo de dinheiro para estas nações não aumente substancialmente, as metas do milênio sobre o desenvolvimento humano fixadas pela ONU para 2015 não serão atingidas.
Durante a reunião de Cúpula do Milênio, promovida pela ONU em setembro de 2000, o ano de 2015 foi definido como prazo para erradicar a pobreza extrema, garantir o acesso universal à educação, reduzir em dois terços a mortalidade infantil e conter a propagação da Aids.
Uma mesa-redonda avaliou os "mecanismos inovadores de financiamento do desenvolvimento", com base em propostas feitas nos últimos meses ou anos, entre elas a criação de impostos sobre transações financeiras e a venda de armas para financiar um fundo de combate à fome.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dirigiu a mesa-redonda, da qual também participou o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, citou o desafio de "criar as condições para convencer os governantes mundiais de que a fome é o que mais mata no mundo".
Lula voltou a insistir na idéia de obter dinheiro para o desenvolvimento a partir de impostos sobre transações financeiras, "principalmente de paraísos fiscais", e através de impostos sobre a venda de armas. Também pediu uma maior contribuição voluntária de setores e indivíduos.
O secretário-geral da ONU convocou os participantes a desenvolver idéias viáveis do ponto de vista técnico e que atraiam apoio político, para fomentar o fluxo de ajuda ao desenvolvimento. Annan destacou a "necessidade urgente de novos recursos" para combater a pobreza, e pediu a criação de "mecanismos que garantam níveis de ajuda adequados além do ano de 2015", prazo estabelecido por 189 países para atingir as metas de desenvolvimento do milênio.
Segundo Lula, a verba de que os organismos internacionais dispõem para atingir estas metas (US$ 50 bilhões por ano) são "modestas". Ele lembrou que equivalem a dois meses de gastos dos países desenvolvidos em subsídios agrícolas.
O parlamentar britânico Mike O'Brien, ministro de Comércio e Investimentos do governo Tony Blair, alertou para a "ameaça de não atingir estas metas".
"Com o andamento dos desembolsos e da consolidação de mecanismos de ajuda, a fome na África Subsaariana não poderá ser erradicada até 2165", disse O'Brien.
A França, representada pelo secretário de Estado para as Relações Exteriores, Renaud Muselier, e por Jean Pierre Landau, presidente do Grupo de Trabalho sobre o Desenvolvimento criado pelo presidente Jacques Chirac, considera que o problema se concentra, sobretudo, na melhora da eficiência do uso dos recursos.
"Cifras menores do que US$ 50 bilhões poderiam mudar as coisas", afirmou. "Com US$ 3 bilhões, poderia-se educar todas as crianças da África Subsaariana", disse.
Lula reiterou hoje sua proposta de celebrar uma reunião de chefes de Estado no próximo dia 20 de setembro, nos Estados Unidos, com o objetivo de discutir e consolidar a criação de um fundo para acelerar a ajuda aos países pobres, proposto pelo Reino Unido. A França aprovou a realização do encontro.
Especial
Veja especial sobre a 11ª Reunião da Unctad
Unctad vê ameça para meta da ONU de erradicação da pobreza até 2015
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da France Presse
A 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento analisou esta terça-feira mecanismos para acelerar a ajuda aos países pobres e advertiu que, caso o fluxo de dinheiro para estas nações não aumente substancialmente, as metas do milênio sobre o desenvolvimento humano fixadas pela ONU para 2015 não serão atingidas.
Durante a reunião de Cúpula do Milênio, promovida pela ONU em setembro de 2000, o ano de 2015 foi definido como prazo para erradicar a pobreza extrema, garantir o acesso universal à educação, reduzir em dois terços a mortalidade infantil e conter a propagação da Aids.
Uma mesa-redonda avaliou os "mecanismos inovadores de financiamento do desenvolvimento", com base em propostas feitas nos últimos meses ou anos, entre elas a criação de impostos sobre transações financeiras e a venda de armas para financiar um fundo de combate à fome.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dirigiu a mesa-redonda, da qual também participou o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, citou o desafio de "criar as condições para convencer os governantes mundiais de que a fome é o que mais mata no mundo".
Lula voltou a insistir na idéia de obter dinheiro para o desenvolvimento a partir de impostos sobre transações financeiras, "principalmente de paraísos fiscais", e através de impostos sobre a venda de armas. Também pediu uma maior contribuição voluntária de setores e indivíduos.
O secretário-geral da ONU convocou os participantes a desenvolver idéias viáveis do ponto de vista técnico e que atraiam apoio político, para fomentar o fluxo de ajuda ao desenvolvimento. Annan destacou a "necessidade urgente de novos recursos" para combater a pobreza, e pediu a criação de "mecanismos que garantam níveis de ajuda adequados além do ano de 2015", prazo estabelecido por 189 países para atingir as metas de desenvolvimento do milênio.
Segundo Lula, a verba de que os organismos internacionais dispõem para atingir estas metas (US$ 50 bilhões por ano) são "modestas". Ele lembrou que equivalem a dois meses de gastos dos países desenvolvidos em subsídios agrícolas.
O parlamentar britânico Mike O'Brien, ministro de Comércio e Investimentos do governo Tony Blair, alertou para a "ameaça de não atingir estas metas".
"Com o andamento dos desembolsos e da consolidação de mecanismos de ajuda, a fome na África Subsaariana não poderá ser erradicada até 2165", disse O'Brien.
A França, representada pelo secretário de Estado para as Relações Exteriores, Renaud Muselier, e por Jean Pierre Landau, presidente do Grupo de Trabalho sobre o Desenvolvimento criado pelo presidente Jacques Chirac, considera que o problema se concentra, sobretudo, na melhora da eficiência do uso dos recursos.
"Cifras menores do que US$ 50 bilhões poderiam mudar as coisas", afirmou. "Com US$ 3 bilhões, poderia-se educar todas as crianças da África Subsaariana", disse.
Lula reiterou hoje sua proposta de celebrar uma reunião de chefes de Estado no próximo dia 20 de setembro, nos Estados Unidos, com o objetivo de discutir e consolidar a criação de um fundo para acelerar a ajuda aos países pobres, proposto pelo Reino Unido. A França aprovou a realização do encontro.
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