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16/06/2004
-
16h27
ELAINE COTTA
da Folha Online
O impasse nas negociações comerciais envolvendo o setor agrícola mundial são resultado da falta de vontade política das nações desenvolvidas para solucionar o problema, segundo o secretário-geral da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para o desenvolvimento da região, José Luis Machinea.
A chamada "questão agrícola" resultou nos fracassos das rodadas de negociações de Doha e Cancún, além de emperrar os acordos da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e do Mercosul com a União Européia.
Segundo Machinea, os acordos multilaterais de comércio só vão destravar quando os países ricos estiverem dispostos a acabar com os subsídios.
"Para se ter um acordo hemisférico se necessita que os líderes tenham atitudes mais desprendidas. A impressão que há é que os EUA não estão dispostos a negociar os produtos agrícolas como deveriam estar", disse Machinea.
Machinea, que integrou um dos debates sobre o tema na 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), afirmou que EUA e União Européia precisam sair do discurso e anunciar medidas efetivas de redução dos subsídios.
O representante da Cepal criticou a queda-de-braço existente entre os EUA e o bloco europeu sobre a questão agrícola.
Os EUA dizem que só eliminam subsídios se Europa o fizer e vice-versa. Ele lembrou o fato de EUA e UE só terem dado declarações, mas não serem capazes de assumirem compromissos na mesa de negociação.
"Acredito que se o mundo estivesse disposto a reduzir subsídios agrícolas se poderia sentar e reduzir ao invés de dar tantas declarações. Creio que não há tanta vontade política, nem nos EUA nem na UE. E esse seria o único caminho possível para o sucesso de uma rodada multilateral", disse.
Acordo bilateral
Machinea também questionou os resultados de longo prazo de acordos bilaterais como os fechados entre Chile e EUA.
"Se está criando preferências país por país ao invés de ter um sistema multilateral que busque um acordo que inclua a liberzalização dos produtos agrícolas".
Machinea, que é ex-ministro da Economia da Argentina, disse que esses acordos debilitam os países da região na hora de negociar acordos como os da Alca. "É uma estratégia dos EUA para enfraquecer a região", afirmou.
Especial
Veja especial sobre a 11ª Reunião da Unctad
Cepal diz que falta "vontade política" para negociar produtos agrícolas
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da Folha Online
O impasse nas negociações comerciais envolvendo o setor agrícola mundial são resultado da falta de vontade política das nações desenvolvidas para solucionar o problema, segundo o secretário-geral da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para o desenvolvimento da região, José Luis Machinea.
A chamada "questão agrícola" resultou nos fracassos das rodadas de negociações de Doha e Cancún, além de emperrar os acordos da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e do Mercosul com a União Européia.
Segundo Machinea, os acordos multilaterais de comércio só vão destravar quando os países ricos estiverem dispostos a acabar com os subsídios.
"Para se ter um acordo hemisférico se necessita que os líderes tenham atitudes mais desprendidas. A impressão que há é que os EUA não estão dispostos a negociar os produtos agrícolas como deveriam estar", disse Machinea.
Machinea, que integrou um dos debates sobre o tema na 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), afirmou que EUA e União Européia precisam sair do discurso e anunciar medidas efetivas de redução dos subsídios.
O representante da Cepal criticou a queda-de-braço existente entre os EUA e o bloco europeu sobre a questão agrícola.
Os EUA dizem que só eliminam subsídios se Europa o fizer e vice-versa. Ele lembrou o fato de EUA e UE só terem dado declarações, mas não serem capazes de assumirem compromissos na mesa de negociação.
"Acredito que se o mundo estivesse disposto a reduzir subsídios agrícolas se poderia sentar e reduzir ao invés de dar tantas declarações. Creio que não há tanta vontade política, nem nos EUA nem na UE. E esse seria o único caminho possível para o sucesso de uma rodada multilateral", disse.
Acordo bilateral
Machinea também questionou os resultados de longo prazo de acordos bilaterais como os fechados entre Chile e EUA.
"Se está criando preferências país por país ao invés de ter um sistema multilateral que busque um acordo que inclua a liberzalização dos produtos agrícolas".
Machinea, que é ex-ministro da Economia da Argentina, disse que esses acordos debilitam os países da região na hora de negociar acordos como os da Alca. "É uma estratégia dos EUA para enfraquecer a região", afirmou.
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