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08/07/2004
-
08h37
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Pouco mais de US$ 519 milhões, o equivalente a R$ 1,5 bilhão, foram perdidos em 2003 pela indústria de software no Brasil com a pirataria de programas de computador. É o maior valor apurado entre os países da América Latina e reflete a atual posição do país no ranking anual de pirataria no mundo, apresentado ontem. No mundo, o país é o 11º em perdas.
No Brasil, a taxa de softwares pirateados atingiu 61% em 2003. De cada 10 programas vendidos pelo varejo, 6 foram falsificados no ano passado. Os dados fazem parte do primeiro estudo global sobre o assunto realizado pela BSA (Business Software Alliance), entidade sem fins lucrativos que estudo o tema ao lado do IDC (International Data Corporation).
Se no país a taxa ficou em 61%, no mundo o índice médio foi de 36% em 2003. O Paraguai teve o maior número entre os países latinos (83%), mas como a região comercializa volumes menores do produto em comparação com o Brasil, as perdas em dólares (US$ 8,7 milhões no ano) acabaram sendo menores.
Para Jeffrey Hardee, diretor regional da BSA, o problema está se agravando, em parte devido ao uso mais intenso das redes de troca de arquivos na Internet. Além disso, ainda há a questão da impunidade em determinadas regiões e do fácil acesso ao comércio pirata em países emergentes.
Em relação especificamente a 2003, foi a retração econômica e o maior interesse de novos consumidores --com menor poder de renda-- por esse mercado que mantiveram em patamares elevados os atuais níveis de compra de itens falsificados.
Pesquisas anteriores a respeito desse mesmo assunto mostram, no entanto, que entre 1996 e 2002 o Brasil conseguiu registrar uma redução de 12 pontos percentuais em sua taxa de pirataria. Isso levou a uma injeção de US$ 4,5 bilhões nos caixas das empresas.
Para a elaboração do estudo da BSA foram feitas 5.600 entrevistas com empresas em 15 países. No total, há dados de 86 países.
A BSA informa, porém, que não é correto fazer comparações com dados de anos anteriores porque a metodologia do levantamento foi alterada. Logo, é impossível afirmar se houve ou não aumento na taxa média de pirataria no mundo em 2003.
China na liderança
Pelas contas da BSA/IDC, as indústrias do setor perderam US$ 29 bilhões (R$ 87 bilhões) no mundo com a comercialização de programas falsos no ano passado. Na lista dos países que mais pirateiam, a liderança pertence ao Vietnã e à China (92%). Na outra ponta, no ranking de regiões com maior taxa de mercadorias originais estão EUA (22%) e Nova Zelândia (23%). Os dados mostram que a pirataria no mercado chinês custou US$ 3,8 bilhões ao setor, de acordo com as estimativas. O volume é considerado elevado, mas equivale a quase a metade daquele verificado nos EUA.
Isso porque o faturamento perdido atingiu US$ 6,5 bilhões nos Estados Unidos em 2003, o maior apurado na pesquisa. A questão é que, mesmo com índice de pirataria menor (22%), o mercado de softwares americano é o principal do mundo e, portanto, movimenta volumes extremamente altos.
Especial
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre softwares piratas
Brasil perde R$ 1,5 bi com software pirata
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da Folha de S.Paulo
Pouco mais de US$ 519 milhões, o equivalente a R$ 1,5 bilhão, foram perdidos em 2003 pela indústria de software no Brasil com a pirataria de programas de computador. É o maior valor apurado entre os países da América Latina e reflete a atual posição do país no ranking anual de pirataria no mundo, apresentado ontem. No mundo, o país é o 11º em perdas.
No Brasil, a taxa de softwares pirateados atingiu 61% em 2003. De cada 10 programas vendidos pelo varejo, 6 foram falsificados no ano passado. Os dados fazem parte do primeiro estudo global sobre o assunto realizado pela BSA (Business Software Alliance), entidade sem fins lucrativos que estudo o tema ao lado do IDC (International Data Corporation).
Se no país a taxa ficou em 61%, no mundo o índice médio foi de 36% em 2003. O Paraguai teve o maior número entre os países latinos (83%), mas como a região comercializa volumes menores do produto em comparação com o Brasil, as perdas em dólares (US$ 8,7 milhões no ano) acabaram sendo menores.
Para Jeffrey Hardee, diretor regional da BSA, o problema está se agravando, em parte devido ao uso mais intenso das redes de troca de arquivos na Internet. Além disso, ainda há a questão da impunidade em determinadas regiões e do fácil acesso ao comércio pirata em países emergentes.
Em relação especificamente a 2003, foi a retração econômica e o maior interesse de novos consumidores --com menor poder de renda-- por esse mercado que mantiveram em patamares elevados os atuais níveis de compra de itens falsificados.
Pesquisas anteriores a respeito desse mesmo assunto mostram, no entanto, que entre 1996 e 2002 o Brasil conseguiu registrar uma redução de 12 pontos percentuais em sua taxa de pirataria. Isso levou a uma injeção de US$ 4,5 bilhões nos caixas das empresas.
Para a elaboração do estudo da BSA foram feitas 5.600 entrevistas com empresas em 15 países. No total, há dados de 86 países.
A BSA informa, porém, que não é correto fazer comparações com dados de anos anteriores porque a metodologia do levantamento foi alterada. Logo, é impossível afirmar se houve ou não aumento na taxa média de pirataria no mundo em 2003.
China na liderança
Pelas contas da BSA/IDC, as indústrias do setor perderam US$ 29 bilhões (R$ 87 bilhões) no mundo com a comercialização de programas falsos no ano passado. Na lista dos países que mais pirateiam, a liderança pertence ao Vietnã e à China (92%). Na outra ponta, no ranking de regiões com maior taxa de mercadorias originais estão EUA (22%) e Nova Zelândia (23%). Os dados mostram que a pirataria no mercado chinês custou US$ 3,8 bilhões ao setor, de acordo com as estimativas. O volume é considerado elevado, mas equivale a quase a metade daquele verificado nos EUA.
Isso porque o faturamento perdido atingiu US$ 6,5 bilhões nos Estados Unidos em 2003, o maior apurado na pesquisa. A questão é que, mesmo com índice de pirataria menor (22%), o mercado de softwares americano é o principal do mundo e, portanto, movimenta volumes extremamente altos.
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