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08/07/2004
-
11h29
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O fundador e ex-presidente da Enron, Kenneth Lay, se entregou na manhã de hoje ao FBI (polícia federal dos EUA) para enfrentar o processo criminal oriundo de uma investigação federal de quase três anos sobre o escândalo na empresa de energia.
Lay foi acusado ontem, depois de uma investigação federal que resultou em acusações contra alguns de seus principais auxiliares, incluindo o ex-executivo-chefe da empresa, Jeffrey Skilling, escolhido pessoalmente por Lay. Em um comunicado divulgado ontem, após o indiciamento, ele disse não ter feito nada de errado e que o indiciamento não era justificável.
"Vocês chegaram cedo", disse Lay ao grupo de repórteres em frente ao escritório do FBI, em Houston. "Legal da parte de vocês terem aparecido nesta manhã." A SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM dos EUA) também deverá abrir ações civis contra Lay hoje por declarações falsas e vazamento de informações privilegiadas, tal como o fez com todos os 21 outros ex-executivos da Enron acusados de crime. Lay foi 30° executivo de alto escalão da empresa a ser acusado.
Lay renunciou ao cargo de presidente da empresa pouco antes da quebra da empresa. Skilling sucedeu Lay no cargo em fevereiro de 2001 e renunciou inesperadamente em agosto do mesmo ano.
Concordata
A Enron, gigante americana do setor de energia, pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. Com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria.
Segundo investigadores federais, a Enron criara parcerias com empresas e bancos que permitiram manipular o balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões.
O lucro e os contratos da Enron foram inflados artificialmente. A investigação indicou que ex-executivos, contadores, instituições financeiras e escritórios de advocacia foram responsáveis direta ou indiretamente pelo colapso da empresa.
O governo americano abriu dezenas de investigações criminais contra executivos da Enron e da Andersen. Além disso, pessoas lesadas pela Enron também moveram processos.
"Kenny Boy"
Lay, um dos maiores executivos dos EUA e um dos amigos mais próximos do presidente norte-americano, George W. Bush --que tratava Lay por "Kenny Boy"--, realizou em 1985 a operação que criou a Enron e permaneceu à frente da empresa na maior parte de sua história, cedendo o cargo a Jeffrey Skilling em fevereiro de 2001.
Lay chegou a pedir ajuda ao Secretário de Comércio dos EUA, Donald Evans, quando a empresa se aproximava do colapso, mas foi ignorado.
Com agências internacionais
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o caso Enron
Ex-presidente da Enron se entrega ao FBI
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da Folha Online
O fundador e ex-presidente da Enron, Kenneth Lay, se entregou na manhã de hoje ao FBI (polícia federal dos EUA) para enfrentar o processo criminal oriundo de uma investigação federal de quase três anos sobre o escândalo na empresa de energia.
Lay foi acusado ontem, depois de uma investigação federal que resultou em acusações contra alguns de seus principais auxiliares, incluindo o ex-executivo-chefe da empresa, Jeffrey Skilling, escolhido pessoalmente por Lay. Em um comunicado divulgado ontem, após o indiciamento, ele disse não ter feito nada de errado e que o indiciamento não era justificável.
"Vocês chegaram cedo", disse Lay ao grupo de repórteres em frente ao escritório do FBI, em Houston. "Legal da parte de vocês terem aparecido nesta manhã." A SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM dos EUA) também deverá abrir ações civis contra Lay hoje por declarações falsas e vazamento de informações privilegiadas, tal como o fez com todos os 21 outros ex-executivos da Enron acusados de crime. Lay foi 30° executivo de alto escalão da empresa a ser acusado.
Lay renunciou ao cargo de presidente da empresa pouco antes da quebra da empresa. Skilling sucedeu Lay no cargo em fevereiro de 2001 e renunciou inesperadamente em agosto do mesmo ano.
Concordata
A Enron, gigante americana do setor de energia, pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. Com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria.
Segundo investigadores federais, a Enron criara parcerias com empresas e bancos que permitiram manipular o balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões.
O lucro e os contratos da Enron foram inflados artificialmente. A investigação indicou que ex-executivos, contadores, instituições financeiras e escritórios de advocacia foram responsáveis direta ou indiretamente pelo colapso da empresa.
O governo americano abriu dezenas de investigações criminais contra executivos da Enron e da Andersen. Além disso, pessoas lesadas pela Enron também moveram processos.
"Kenny Boy"
Lay, um dos maiores executivos dos EUA e um dos amigos mais próximos do presidente norte-americano, George W. Bush --que tratava Lay por "Kenny Boy"--, realizou em 1985 a operação que criou a Enron e permaneceu à frente da empresa na maior parte de sua história, cedendo o cargo a Jeffrey Skilling em fevereiro de 2001.
Lay chegou a pedir ajuda ao Secretário de Comércio dos EUA, Donald Evans, quando a empresa se aproximava do colapso, mas foi ignorado.
Com agências internacionais
Especial
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