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14/07/2004
-
07h59
ANDRÉ SOLIANI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O resultado da reunião de hoje entre os produtores de eletrodomésticos de linha branca do Brasil e da Argentina é crucial para o futuro do Mercosul, avaliam integrantes do governo. Se os empresários dos dois países não conseguirem fechar um acordo que restrinja voluntariamente as exportações brasileiras de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa, o processo de integração do bloco corre o risco de degringolar.
O governo em Buenos Aires deixou claro que vai impor restrições à importação de produtos da linha branca, caso não haja o acordo. O Brasil será obrigado a responder à retaliação até como forma de evitar que os argentinos adotem medidas similares para outros setores, como suínos, calçados, tecidos, carros, autopeças e sons para carro. Não fazer nada contra a Argentina já é uma hipótese descartada no Itamaraty.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) já avisou que o Brasil tem quatro medidas na gaveta contra produtos argentinos. O problema é que a troca de retaliações pode atrapalhar a integração e a coesão do bloco em negociações internacionais.
A expectativa do governo é que os empresários cheguem a um entendimento hoje. Amanhã, será a vez das autoridades dos países se reunirem para homologar o possível acordo e, talvez, discutir as demais disputas comerciais.
Apesar de preferir um acordo privado, o Brasil imporá condições para homologar o resultado da reunião de hoje. As cotas aos produtos brasileiros terão de ser temporárias e deverá haver mecanismos para monitorar o mercado argentino, para garantir que o produto brasileiro não seja substituído por importações de terceiros e que a argentina realize investimentos para se modernizar.
Desde o início da contenda com a Argentina, o Itamaraty e o Desenvolvimento assumiram discursos diferentes. Celso Amorim (Relações Exteriores) adotou um tom conciliador, enquanto Furlan se manteve mais duro. Amorim não quer que a disputa provoque crise entre os dois países. Furlan, que representa os industriais no governo, quer evitar prejuízos para as empresas brasileiras.
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Para governo, Mercosul depende de reunião hoje
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O resultado da reunião de hoje entre os produtores de eletrodomésticos de linha branca do Brasil e da Argentina é crucial para o futuro do Mercosul, avaliam integrantes do governo. Se os empresários dos dois países não conseguirem fechar um acordo que restrinja voluntariamente as exportações brasileiras de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa, o processo de integração do bloco corre o risco de degringolar.
O governo em Buenos Aires deixou claro que vai impor restrições à importação de produtos da linha branca, caso não haja o acordo. O Brasil será obrigado a responder à retaliação até como forma de evitar que os argentinos adotem medidas similares para outros setores, como suínos, calçados, tecidos, carros, autopeças e sons para carro. Não fazer nada contra a Argentina já é uma hipótese descartada no Itamaraty.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) já avisou que o Brasil tem quatro medidas na gaveta contra produtos argentinos. O problema é que a troca de retaliações pode atrapalhar a integração e a coesão do bloco em negociações internacionais.
A expectativa do governo é que os empresários cheguem a um entendimento hoje. Amanhã, será a vez das autoridades dos países se reunirem para homologar o possível acordo e, talvez, discutir as demais disputas comerciais.
Apesar de preferir um acordo privado, o Brasil imporá condições para homologar o resultado da reunião de hoje. As cotas aos produtos brasileiros terão de ser temporárias e deverá haver mecanismos para monitorar o mercado argentino, para garantir que o produto brasileiro não seja substituído por importações de terceiros e que a argentina realize investimentos para se modernizar.
Desde o início da contenda com a Argentina, o Itamaraty e o Desenvolvimento assumiram discursos diferentes. Celso Amorim (Relações Exteriores) adotou um tom conciliador, enquanto Furlan se manteve mais duro. Amorim não quer que a disputa provoque crise entre os dois países. Furlan, que representa os industriais no governo, quer evitar prejuízos para as empresas brasileiras.
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