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07/11/2000
-
08h27
Veja especial sobre as eleições nos EUA
TONI SCIARRETTA
Coordenador de Economia da Folha Online
O mundo econômico volta suas atenções hoje para as eleições nos Estados Unidos, a locomotiva que dá o tom do crescimento mundial. As pesquisas dão empate técnico entre os candidatos democrata e republicano.
Conseguirá o democrata Bill Clinton, que comandou os EUA durante a maior expansão econômica norte-americana jamais vista, fazer presidente seu vice Al Gore? Ou vencerá o republicano George W. Bush, governador do Texas, que carrega a herança genética do período de estagnação vivido pelo ex-presidente George Bush, seu pai?
A eleição terá pouca influência prática no desempenho hoje das Bolsas e dos mercados de títulos. Mas, claro, cada uma das candidaturas representa uma visão particular de mundo e carrega consigo empresas, grupos e personalidades de sua simpatia.
Na Europa, por exemplo, a vitória de Bush é vista como enfraquecedora do euro. Analistas europeus dizem que foi exatamente por esse motivo que o Banco Central Europeu interveio ontem para segurar o euro.
Alguns analistas latino-americanos acreditam que os republicanos garantam maiores recursos para a região.
Empresas tradicionais da chamada velha economia também são mais simpáticas à política conservadora de Bush. Já as empresas da nova economia, especialmente de Internet, preferem Gore. Mas são todas conjunturas que podem mudar ao sabor dos novos acontecimentos e oportunidades.
É fato que qualquer um dos dois que vença terá como maior desafio manter o ritmo de crescimento imposto durante o governo Clinton, não deixar a "peteca" cair (muito) ou, se deixar, que não provoque grandes estragos.
O comando disso tudo, no entanto, cabe ao Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, e não ao presidente da República. E o norte-americano médio sabe disso. Tanto que não vê a manutenção dos democratas no poder como essencial para garantir a prosperidade.
Ficará nas mãos do novo presidente a responsabilidade por gerir o superávit orçamentário do país -é nos EUA, sobra recursos da arrecadação-, previsto em quase US$ 3 trilhões. Enquanto Gore quer usar o superávit para pagar a dívida pública dos EUA, a maior do mundo, Bush que cortar os impostos.
Só que esse dinheiro não poderá ir para o consumo sob pena de impulsionar a recessão e forçar o Fed a colocar o pé no freio, com aumento de juros e recessão.
Leia mais no especial Eleições nos EUA.
Eleições nos EUA concentram atenções e paixões no mundo econômico
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TONI SCIARRETTA
Coordenador de Economia da Folha Online
O mundo econômico volta suas atenções hoje para as eleições nos Estados Unidos, a locomotiva que dá o tom do crescimento mundial. As pesquisas dão empate técnico entre os candidatos democrata e republicano.
Conseguirá o democrata Bill Clinton, que comandou os EUA durante a maior expansão econômica norte-americana jamais vista, fazer presidente seu vice Al Gore? Ou vencerá o republicano George W. Bush, governador do Texas, que carrega a herança genética do período de estagnação vivido pelo ex-presidente George Bush, seu pai?
A eleição terá pouca influência prática no desempenho hoje das Bolsas e dos mercados de títulos. Mas, claro, cada uma das candidaturas representa uma visão particular de mundo e carrega consigo empresas, grupos e personalidades de sua simpatia.
Na Europa, por exemplo, a vitória de Bush é vista como enfraquecedora do euro. Analistas europeus dizem que foi exatamente por esse motivo que o Banco Central Europeu interveio ontem para segurar o euro.
Alguns analistas latino-americanos acreditam que os republicanos garantam maiores recursos para a região.
Empresas tradicionais da chamada velha economia também são mais simpáticas à política conservadora de Bush. Já as empresas da nova economia, especialmente de Internet, preferem Gore. Mas são todas conjunturas que podem mudar ao sabor dos novos acontecimentos e oportunidades.
É fato que qualquer um dos dois que vença terá como maior desafio manter o ritmo de crescimento imposto durante o governo Clinton, não deixar a "peteca" cair (muito) ou, se deixar, que não provoque grandes estragos.
O comando disso tudo, no entanto, cabe ao Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, e não ao presidente da República. E o norte-americano médio sabe disso. Tanto que não vê a manutenção dos democratas no poder como essencial para garantir a prosperidade.
Ficará nas mãos do novo presidente a responsabilidade por gerir o superávit orçamentário do país -é nos EUA, sobra recursos da arrecadação-, previsto em quase US$ 3 trilhões. Enquanto Gore quer usar o superávit para pagar a dívida pública dos EUA, a maior do mundo, Bush que cortar os impostos.
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