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16/07/2004
-
19h31
ELAINE COTTA
da Folha Online, em Brasília
A Telmex fez um empréstimo sindicalizado de aproximadamente US$ 2,4 bilhões com 22 instituições financeiras. Os recursos serão utilizados, entre outras coisas, para pagar a compra da Embratel --de US$ 400 milhões--, quitar e renegociar dívidas que vencem até o final do ano.
Os recursos não serão utilizados em pagamentos de dívidas, por exemplo, da Claro com o BNDES. A Claro e demais empresas celulares estão agrupadas na America Movil, uma subsidiária do grupo mexicano separada da Telmex.
A mexicana contratou um empréstimos em duas partes. A primeira, de US$ 1,52 bilhão, vence em três anos. A segunda parte, de US$ 900 milhões, terá prazo de 5 anos.
Parte dos recursos serão utilizados para o pagamento de uma dívida que vence em dezembro deste ano. No dia 31 de março, último dado disponível, a Embratel tinha uma dívida de R$ 4,126 bilhões. Desse total, R$ 1,175 bilhão é dívida de curto prazo, ou seja, vence nos próximos 12 meses.
"Os recursos se destinarão ao pagamento de dívida em dezembro, para manter a estrutura financeira sadia e apoiar planos de expansão na América Latina", informou a Telmex à Folha Online.
A informação do empréstimo foi divulgada hoje, no México, onde a Telmex tem ações negociadas em Bolsa. A expectativa do mercado financeiro é de que pelo menos US$ 293 milhões (aproximadamente R$ 870 milhões) sejam destinados ao "tag along", operação que assegura ao acionista minoritários o direito de receber pelas suas ações ordinárias o preço equivalente a, no mínimo, 80% do valor pago ao acionista majoritário.
Essa projeção para a remuneração aos minoritários já havia sido feita pela Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais), que questionou a opção da MCI pela proposta apresentada pelo mexicanos para a compra da operadora brasileira.
Na disputa também estava um consórcio formado por três operadoras brasileira (Telefônica, Brasil Telecom e Telemar, além da Geodex), que ofertou US$ 550 milhões. A MCI, no entanto, interpretou que a Telmex tinha uma oferta melhor. Os mexicanos ficaram com 51,79% do capital votante e 19,26% do capital total da Embratel.
Os mexicanos não quiseram comentar se parte dos recursos serão utilizados para pagar a aquisição da Net. A operação foi anunciada no final de junho. A Telmex poderá pagar entre US$ 250 milhões e US$ 370 milhões pelas operações da empresa de TV por cabo que pertence às Organizações Globo.
Claro
A Telmex também negou que possa utilizar os recursos para honrar a dívida da America Móvil, controladora da Claro, com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O motivo é que as duas empresas, apesar de pertencerem ao mesmo grupo, têm capitais sociais distintos. A Claro tem uma dívida de aproximadamente US$ 160,5 milhões com o banco estatal.
O conflito entre a América Movil e o BNDES começou em setembro do ano passado, quando os mexicanos ofereceram recomprar as ações por R$ 15,4 milhões. O BNDESPar (BNDES Participações) investiu em 1997 em ações de duas empresas posteriormente adquiridas pela América Móvil, a Americel e a Telet --de telefonia celular do Centro-Oeste e do Rio Grande do Sul.
Venda
A venda da Embratel para a Telmex foi aprovada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no dia 22 de junho. Até então, a operadora era controlada pela americana MCI, ex-WorldCom, que havia assumido o controle durante a privatização, em 1998. A agência deu um prazo de dois meses para a conclusão das análises do Cade sobre a concorrência e do mercado de telecomunicações.
A Anatel também deu um prazo de 18 meses para que a Telmex corrija e se desfaça de eventuais sobreposições de operação. Atualmente, o grupo da Telmex controla a Claro e a AT&T Latin America, que possuem licenças para operar serviços de DDD e DDI --chamadas de longa distância nacional
e internacional.
Já a Embratel, além de possuir licenças para operar telefonia local, DDD e DDI, adquiriu recentemente a Vésper, que atua nos mesmos segmentos. A agência exigiu que a compra da Embratel pela Telmex resulte no controle de apenas uma operação de cada tipo de serviço de telefonia.
Especial
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre a dívida da Claro com o BNDES
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre a compra da Embratel pela Telmex
Telmex faz dívida de US$ 2,5 bi para honrar compromissos na AL
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da Folha Online, em Brasília
A Telmex fez um empréstimo sindicalizado de aproximadamente US$ 2,4 bilhões com 22 instituições financeiras. Os recursos serão utilizados, entre outras coisas, para pagar a compra da Embratel --de US$ 400 milhões--, quitar e renegociar dívidas que vencem até o final do ano.
Os recursos não serão utilizados em pagamentos de dívidas, por exemplo, da Claro com o BNDES. A Claro e demais empresas celulares estão agrupadas na America Movil, uma subsidiária do grupo mexicano separada da Telmex.
A mexicana contratou um empréstimos em duas partes. A primeira, de US$ 1,52 bilhão, vence em três anos. A segunda parte, de US$ 900 milhões, terá prazo de 5 anos.
Parte dos recursos serão utilizados para o pagamento de uma dívida que vence em dezembro deste ano. No dia 31 de março, último dado disponível, a Embratel tinha uma dívida de R$ 4,126 bilhões. Desse total, R$ 1,175 bilhão é dívida de curto prazo, ou seja, vence nos próximos 12 meses.
"Os recursos se destinarão ao pagamento de dívida em dezembro, para manter a estrutura financeira sadia e apoiar planos de expansão na América Latina", informou a Telmex à Folha Online.
A informação do empréstimo foi divulgada hoje, no México, onde a Telmex tem ações negociadas em Bolsa. A expectativa do mercado financeiro é de que pelo menos US$ 293 milhões (aproximadamente R$ 870 milhões) sejam destinados ao "tag along", operação que assegura ao acionista minoritários o direito de receber pelas suas ações ordinárias o preço equivalente a, no mínimo, 80% do valor pago ao acionista majoritário.
Essa projeção para a remuneração aos minoritários já havia sido feita pela Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais), que questionou a opção da MCI pela proposta apresentada pelo mexicanos para a compra da operadora brasileira.
Na disputa também estava um consórcio formado por três operadoras brasileira (Telefônica, Brasil Telecom e Telemar, além da Geodex), que ofertou US$ 550 milhões. A MCI, no entanto, interpretou que a Telmex tinha uma oferta melhor. Os mexicanos ficaram com 51,79% do capital votante e 19,26% do capital total da Embratel.
Os mexicanos não quiseram comentar se parte dos recursos serão utilizados para pagar a aquisição da Net. A operação foi anunciada no final de junho. A Telmex poderá pagar entre US$ 250 milhões e US$ 370 milhões pelas operações da empresa de TV por cabo que pertence às Organizações Globo.
Claro
A Telmex também negou que possa utilizar os recursos para honrar a dívida da America Móvil, controladora da Claro, com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O motivo é que as duas empresas, apesar de pertencerem ao mesmo grupo, têm capitais sociais distintos. A Claro tem uma dívida de aproximadamente US$ 160,5 milhões com o banco estatal.
O conflito entre a América Movil e o BNDES começou em setembro do ano passado, quando os mexicanos ofereceram recomprar as ações por R$ 15,4 milhões. O BNDESPar (BNDES Participações) investiu em 1997 em ações de duas empresas posteriormente adquiridas pela América Móvil, a Americel e a Telet --de telefonia celular do Centro-Oeste e do Rio Grande do Sul.
Venda
A venda da Embratel para a Telmex foi aprovada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no dia 22 de junho. Até então, a operadora era controlada pela americana MCI, ex-WorldCom, que havia assumido o controle durante a privatização, em 1998. A agência deu um prazo de dois meses para a conclusão das análises do Cade sobre a concorrência e do mercado de telecomunicações.
A Anatel também deu um prazo de 18 meses para que a Telmex corrija e se desfaça de eventuais sobreposições de operação. Atualmente, o grupo da Telmex controla a Claro e a AT&T Latin America, que possuem licenças para operar serviços de DDD e DDI --chamadas de longa distância nacional
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Já a Embratel, além de possuir licenças para operar telefonia local, DDD e DDI, adquiriu recentemente a Vésper, que atua nos mesmos segmentos. A agência exigiu que a compra da Embratel pela Telmex resulte no controle de apenas uma operação de cada tipo de serviço de telefonia.
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