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29/07/2004
-
08h20
GABRIELA WOLTHERS
da Folha de S.Paulo, no Rio
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou que o banco não está recebendo pedidos de financiamentos para projetos industriais das grandes empresas, apesar da recuperação econômica.
"Tudo no BNDES está indo bem, menos grandes projetos, que têm chegado a conta-gotas e numa imensa e terrível lentidão."
Lessa, que esteve ontem no porto de Sepetiba, em Itaguaí (cidade a 73 km do Rio), a convite da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), afirmou que o BNDES apostou desde o início do ano que o país retomaria o crescimento. Por isso, propôs um orçamento para 2004 de R$ 47,3 bilhões, maior do que o executado no ano passado, de R$ 33,4 bilhões. Para 2005, o orçamento é de R$ 60,8 bilhões.
"Para executar [o orçamento] por inteiro, eu preciso de alguns grandes projetos", disse Lessa.
Para Lessa, as grandes empresas são mais cautelosas do que as pequenas e médias na definição de grandes projetos industriais. "A grande empresa sempre olha qualquer reativação da economia se perguntando se é para valer mesmo antes de se mexer."
Outro motivo, segundo o presidente do BNDES, é que segmentos da indústria estavam com margens expressivas de capacidade ociosa. Ele citou o caso da indústria de cimento. "Não tem projetos de ampliação de cimento. A verdade é que a construção civil teve um desempenho muito ruim em 2003 e neste ano ainda não entrou em calor."
Ele afirmou que, neste ano, o BNDES só recebeu um projeto de grande porte de ampliação no setor de bens de capital, da Dedini Indústrias de Base, de São Paulo. O projeto é, segundo Lessa, de cerca de R$ 140 milhões.
Ele disse que espera pedidos de financiamento principalmente nos setores de exportação e infra-estrutura. "Toda a cadeia de petróleo e gás tem repartimentos muito fortes em máquinas e equipamentos. A construção naval deu um salto e tem toda uma cadeia que está se reativando."
Lessa demonstrou animação com a possibilidade de expansão do porto de Sepetiba, administrado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e pala Vale do Rio Doce, que pretende chegar ao final do ano com 90 mil contêineres. A capacidade é de 250 mil contêineres.
Para aumentar o fluxo do porto, a Firjan vai apresentar até o fim do ano um plano para a construção de um Rodoanel no Rio que facilite a chegada de mercadorias aos terminais. O custo estimado da obra é de R$ 700 milhões. "Vocês estão vendo nascer o maior porto do Atlântico", disse Lessa.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, também presente à visita, disse que a viabilização da obra pode se dar por meio de concessão ou utilizando a PPP (Parceria Público-Privada), cujo projeto ainda não foi votado pelo Senado.
"Sendo um projeto que tem base econômica, não vale a pena ficar esperando o dinheiro da coroa", disse Levy, referindo-se a recursos do Orçamento da União. Rindo, Lessa foi rápido na resposta. "A gente vai meter a mão no bolsinho dele", afirmou, apontando para o guardião do Tesouro.
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Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o BNDES
Pedidos de grandes financiamentos só chegam a conta-gotas, diz Lessa
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da Folha de S.Paulo, no Rio
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou que o banco não está recebendo pedidos de financiamentos para projetos industriais das grandes empresas, apesar da recuperação econômica.
"Tudo no BNDES está indo bem, menos grandes projetos, que têm chegado a conta-gotas e numa imensa e terrível lentidão."
Lessa, que esteve ontem no porto de Sepetiba, em Itaguaí (cidade a 73 km do Rio), a convite da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), afirmou que o BNDES apostou desde o início do ano que o país retomaria o crescimento. Por isso, propôs um orçamento para 2004 de R$ 47,3 bilhões, maior do que o executado no ano passado, de R$ 33,4 bilhões. Para 2005, o orçamento é de R$ 60,8 bilhões.
"Para executar [o orçamento] por inteiro, eu preciso de alguns grandes projetos", disse Lessa.
Para Lessa, as grandes empresas são mais cautelosas do que as pequenas e médias na definição de grandes projetos industriais. "A grande empresa sempre olha qualquer reativação da economia se perguntando se é para valer mesmo antes de se mexer."
Outro motivo, segundo o presidente do BNDES, é que segmentos da indústria estavam com margens expressivas de capacidade ociosa. Ele citou o caso da indústria de cimento. "Não tem projetos de ampliação de cimento. A verdade é que a construção civil teve um desempenho muito ruim em 2003 e neste ano ainda não entrou em calor."
Ele afirmou que, neste ano, o BNDES só recebeu um projeto de grande porte de ampliação no setor de bens de capital, da Dedini Indústrias de Base, de São Paulo. O projeto é, segundo Lessa, de cerca de R$ 140 milhões.
Ele disse que espera pedidos de financiamento principalmente nos setores de exportação e infra-estrutura. "Toda a cadeia de petróleo e gás tem repartimentos muito fortes em máquinas e equipamentos. A construção naval deu um salto e tem toda uma cadeia que está se reativando."
Lessa demonstrou animação com a possibilidade de expansão do porto de Sepetiba, administrado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e pala Vale do Rio Doce, que pretende chegar ao final do ano com 90 mil contêineres. A capacidade é de 250 mil contêineres.
Para aumentar o fluxo do porto, a Firjan vai apresentar até o fim do ano um plano para a construção de um Rodoanel no Rio que facilite a chegada de mercadorias aos terminais. O custo estimado da obra é de R$ 700 milhões. "Vocês estão vendo nascer o maior porto do Atlântico", disse Lessa.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, também presente à visita, disse que a viabilização da obra pode se dar por meio de concessão ou utilizando a PPP (Parceria Público-Privada), cujo projeto ainda não foi votado pelo Senado.
"Sendo um projeto que tem base econômica, não vale a pena ficar esperando o dinheiro da coroa", disse Levy, referindo-se a recursos do Orçamento da União. Rindo, Lessa foi rápido na resposta. "A gente vai meter a mão no bolsinho dele", afirmou, apontando para o guardião do Tesouro.
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