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29/07/2004
-
15h57
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
Os títulos da dívida externa do Brasil se valorizam nesta quinta-feira. Há o rumor de que uma agência de classificação de risco pode melhorar em breve sua avaliação sobre a economia do país.
Em tese, uma melhora do chamado "rating soberano" (nota que mede o risco de calote de um título emitido por um governo) favorece a tomada de empréstimos no exterior, pois sinaliza uma chance menor de moratória na dívida.
Nos últimos dias, profissionais do mercado financeiro voltaram a especular sobre uma possível elevação do "rating" do Brasil, após a divulgação de dados indicando uma recuperação da produção industrial, das vendas do comércio, recuo do desemprego, arrecadação recorde de impostos e avanço do saldo positivo da balança comercial.
Há quem se limite a comentar que, em vez de melhora da nota, uma agência de classificação de risco coloque apenas o "rating" brasileiro em perspectiva positiva --o primeiro passo para elevar a nota no futuro.
Como é de praxe, as principais agências de classificação de risco (Standard & Poor's, Moody's e Fitch) evitam se manifestar sobre os rumores do mercado.
Em dezembro do ano passado, instituições financeiras como o Bradesco, o maior banco privado do país, chegou a prever uma elevação do "rating" do Brasil para o fim do primeiro trimestre deste ano.
Mas a expectativa não vingou devido ao surgimento de focos de tensão no mercado, como a crise política alimentada pelo caso Waldomiro Diniz e o receio de uma fuga de capital dos países emergentes com o processo de alta dos juros nos EUA.
Para alguns economistas, como Octavio de Barros, do Brasil, um risco-país no patamar de 500 pontos sugere uma elevação do "rating" no horizonte.
Hoje esse indicador, medido pelo banco JP Morgan, cai 4%, aos 585 pontos, contribuindo para uma queda de 0,65% do dólar, que está cotado a R$ 3,034. Já a Bovespa oscila bastante e sobe 0,60% (22.303 pontos), após operar em baixa pressionada pelo medo de uma alta dos juros pelo Banco Central e a divulgação de lucros abaixo do esperado.
O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, avança 0,66%, cotado a US$ 0,94. Já o Global 40 valoriza 0,82%, negociado a US$ 0,974. Ontem, o rumor sobre o possível "upgrade" na avaliação do país também contribuiu para a alta de quase 2% da Bovespa.
Mas o alto grau de dependência externa para o financiamento da economia, a vulnerabilidade a choques externos --como uma forte elevação da taxa básica de juros da economia americana-- e pendências nas reformas estruturais são problemas geralmente apontados por alguns analistas para apostar que o "rating" do país ficará inalterado pelos próximos anos.
Memória
A última melhora de perspectiva da nota brasileira, de estável para positiva, foi feita em 11 de dezembro passado pela Standard & Poor's, que considerou o país menos vulnerável a choques externos, graças, entre outros motivos, ao avanço nas exportações.
Já a Fitch foi a última agência a elevar diretamente a nota do Brasil, em 6 de novembro passado, quando citou a melhora da economia do país e o fechamento do acordo com o FMI.
As agências de classificação de risco atribuem notas aos países (e empresas) de acordo com a capacidade de honrar compromissos. Quanto maior a percepção de que o país pode enfrentar problemas de solvência, pior a nota.
Isso tem conseqüência direta no interesse dos investidores por títulos daquele país e em sua capacidade de obter novos financiamentos. Uma eventual melhora na perspectiva da classificação do governo poderia também resultar em melhora da avaliação de empresas nacionais, o que diminuiria seus custos para captação de recursos.
Especial
Acompanhe a cotação do dólar durante o dia
Dólar e risco caem e Bolsa sobe com rumor de melhora de nota do Brasil
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da Folha Online
Os títulos da dívida externa do Brasil se valorizam nesta quinta-feira. Há o rumor de que uma agência de classificação de risco pode melhorar em breve sua avaliação sobre a economia do país.
Em tese, uma melhora do chamado "rating soberano" (nota que mede o risco de calote de um título emitido por um governo) favorece a tomada de empréstimos no exterior, pois sinaliza uma chance menor de moratória na dívida.
Nos últimos dias, profissionais do mercado financeiro voltaram a especular sobre uma possível elevação do "rating" do Brasil, após a divulgação de dados indicando uma recuperação da produção industrial, das vendas do comércio, recuo do desemprego, arrecadação recorde de impostos e avanço do saldo positivo da balança comercial.
Há quem se limite a comentar que, em vez de melhora da nota, uma agência de classificação de risco coloque apenas o "rating" brasileiro em perspectiva positiva --o primeiro passo para elevar a nota no futuro.
Como é de praxe, as principais agências de classificação de risco (Standard & Poor's, Moody's e Fitch) evitam se manifestar sobre os rumores do mercado.
Em dezembro do ano passado, instituições financeiras como o Bradesco, o maior banco privado do país, chegou a prever uma elevação do "rating" do Brasil para o fim do primeiro trimestre deste ano.
Mas a expectativa não vingou devido ao surgimento de focos de tensão no mercado, como a crise política alimentada pelo caso Waldomiro Diniz e o receio de uma fuga de capital dos países emergentes com o processo de alta dos juros nos EUA.
Para alguns economistas, como Octavio de Barros, do Brasil, um risco-país no patamar de 500 pontos sugere uma elevação do "rating" no horizonte.
Hoje esse indicador, medido pelo banco JP Morgan, cai 4%, aos 585 pontos, contribuindo para uma queda de 0,65% do dólar, que está cotado a R$ 3,034. Já a Bovespa oscila bastante e sobe 0,60% (22.303 pontos), após operar em baixa pressionada pelo medo de uma alta dos juros pelo Banco Central e a divulgação de lucros abaixo do esperado.
O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, avança 0,66%, cotado a US$ 0,94. Já o Global 40 valoriza 0,82%, negociado a US$ 0,974. Ontem, o rumor sobre o possível "upgrade" na avaliação do país também contribuiu para a alta de quase 2% da Bovespa.
Mas o alto grau de dependência externa para o financiamento da economia, a vulnerabilidade a choques externos --como uma forte elevação da taxa básica de juros da economia americana-- e pendências nas reformas estruturais são problemas geralmente apontados por alguns analistas para apostar que o "rating" do país ficará inalterado pelos próximos anos.
Memória
A última melhora de perspectiva da nota brasileira, de estável para positiva, foi feita em 11 de dezembro passado pela Standard & Poor's, que considerou o país menos vulnerável a choques externos, graças, entre outros motivos, ao avanço nas exportações.
Já a Fitch foi a última agência a elevar diretamente a nota do Brasil, em 6 de novembro passado, quando citou a melhora da economia do país e o fechamento do acordo com o FMI.
As agências de classificação de risco atribuem notas aos países (e empresas) de acordo com a capacidade de honrar compromissos. Quanto maior a percepção de que o país pode enfrentar problemas de solvência, pior a nota.
Isso tem conseqüência direta no interesse dos investidores por títulos daquele país e em sua capacidade de obter novos financiamentos. Uma eventual melhora na perspectiva da classificação do governo poderia também resultar em melhora da avaliação de empresas nacionais, o que diminuiria seus custos para captação de recursos.
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