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30/07/2004 - 08h53

Planalto avalia que não há ambiente político para alta nos juros

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LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Um aumento de juros nos próximos meses, como sugeriu o Banco Central na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada ontem, causaria grave crise no governo, segundo ministro próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação no Planalto é que não há ambiente político hoje para uma elevação da taxa básica.

Segundo a Folha apurou, o presidente Lula já considera um forte desgaste para o governo a manutenção dos juros em 16% ao ano, percentual considerado elevado tanto pela base aliada quanto pela oposição. Lula tem aceitado as decisões do BC porque considera risco alto demais tolerar inflação maior, pondo em risco a relativa estabilidade de preços conquistada nos últimos dez anos.

A leitura da ata feita por integrantes da equipe econômica, no entanto, não é que o BC pretenda realmente aumentar os juros nos próximos meses.
A interpretação é que o BC quis apenas dar mais uma demonstração de conservadorismo, não aceitando aumentos dos preços e das expectativas inflacionárias acima das metas definidas para este ano e para 2005.

Na segunda-feira, o BC divulgou levantamento em que apontou elevação das projeções de mercado para a inflação neste ano pela 11ª semana consecutiva. Pela média das estimativas dos bancos, a inflação ficaria em 7,13% em 2004, enquanto a meta é de 5,5%, com 2,5 pontos percentuais de margem de tolerância para cima ou para baixo.

Candiota e Meirelles

Mesmo com os juros altos e as denúncias de supostas irregularidades na prestação de contas ao fisco, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, continua a contar com apoio tanto de Lula quanto do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), segundo a Folha apurou.

Na sexta-feira da semana passada, a revista ''IstoÉ'' publicou reportagem na qual informou que Meirelles não teria prestado declaração de seus rendimentos, em 2001 e 2002, corretamente à Receita Federal. Em nota divulgada no mesmo dia da veiculação da reportagem, Meirelles explicou que, na época, morava e trabalhava nos Estados Unidos (como presidente mundial do BankBoston), prestando contas, assim, ao fisco americano. Os argumentos de Meirelles teriam sido convincentes para o governo.

O ex-diretor de Política Monetária do BC Luiz Augusto Candiota, também apontado pela revista por supostas sonegação de impostos e evasão de divisas, contava com o apoio e a simpatia do ministro da Fazenda.
Inicialmente, Palocci queria que Candiota permanecesse no cargo, por considerá-lo operador eficiente e por ser flexível na condução da política monetária --teria defendido cortes nos juros em determinadas reuniões enquanto outros diretores do BC optaram pela manutenção da taxa.

Especial
  • Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre a ata do Copom
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