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03/08/2004 - 17h24

Meirelles foge de jornalistas e evita confirmar ida à CAE no Senado

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ELAINE COTTA
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fugiu pelo segundo dia consecutivo dos jornalistas e não quis comentar sobre as pressões dos partidos de oposição ao governo para que compareça de livre e espontânea vontade à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado para esclarecer as denúncias que o acusam de sonegação fiscal.

"Não vamos falar agora. Vamos falar outro dia", respondeu o presidente do BC ao ser questionado se pretende ou atender ao pedido dos parlamentares para ir ao Senado. Questionado sobre quando e se irá prestar esclarecimentos à sociedade, Meirelles disse: "vamos marcar. A gente avisa para vocês."

O presidente do BC almoçou hoje com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Os diretores de política monetária, Afonso Bevilaqua, e de assuntos internacionais, Alexandre Schwartsman, do Banco Central também participaram. A reunião faz parte da agenda semanal do ministro, que toda terça-feira almoça com Meirelles e com os diretores do BC para discutir temas econômicos.

Pela manhã, Meirelles se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e com os ministros da Casa Civil, José Dirceu, da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, além de Palocci. Meirelles optou por se explicar pessoalmente ao presidente e aos ministros sobre as denúncias publicadas nas últimas semanas.

Segundo Bastos, Meirelles pretende ir ao Senado se explicar. A informação, no entanto, ainda não foi confirmada pelo Banco Central. De acordo com o presidente da CAE, o senador Ramez Tebet, até agora, nenhum senador fez um requerimento oficial para convidar Meirelles a prestar esclarecimento.

"Acho que a explicação que ele deu ao presidente, deveria ser dada também ao país", disse Tebet à Folha Online. O senador, no entanto, disse que não poderá ele próprio fazer o requerimento por ser o presidente da comissão. Segundo ele, o ideal seria Meirelles comparecer de livre e espontânea vontade.

O presidente do BC está sendo investigado pelo Ministério Público por suposta sonegação fiscal. Em 2001, Meirelles teria declarado à Receita Federal residir no exterior e pagar impostos fora do Brasil. No mesmo ano, o presidente do BC declarou à Justiça eleitoral que morava no Brasil. Em sua defesa, Meirelles afirmou nos últimos dias que domicílio eleitoral e domicilio fiscal são coisas "distintas".

Suplicy

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse ontem após reunião com Palocci que o ministro pediria a Meirelles para comparecer ao Senado. "Palocci disse que vai falar com Meirelles", afirmou o senador. Na última sexta-feira, Suplicy já havia manifestado o interesse do Senado em ouvir explicações de Meirelles sobre as denúncias publicadas contra ele por duas revistas semanais neste final de semana.

Suplicy chegou a cogitar que o presidente do BC poderia receber um convite da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado para prestar esclarecimentos. O convite, segundo o presidente da comissão, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), não chegou a ser solicitado e, por isso, Meirelles só irá comparecer se decidir, por conta própria, prestar esclarecimentos.

Na semana passada, a revista "IstoÉ" trouxe reportagem denunciando que Meirelles, e o então diretor de Política Monetária do BC, Luiz Augusto Candiota, estariam sendo investigados pelo Ministério Público por sonegação fiscal, evasão de divisas e omissão fiscal.

A denúncia levou ao pedido de exoneração de Candiota na última quarta-feira. Meirelles descartou que tivesse cogitado renunciar ao cargo, mas voltou a ser alvo de denúncias no final de semana passado. Além da "IstoÉ", que voltou a denunciar o presidente do BC, a revista "Veja" publicou que Meirelles teria agido de forma irregular para comprar um imóvel. Ele teria comprado uma casa com US$ 32 mil, cuja procedência não chegou a ser informada ao governo.

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