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16/08/2004 - 07h48

Empresas brasileiras driblam protecionismo americano

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CÍNTIA CARDOSO
FABÍOLA SALANI

da Folha de S.Paulo

Em busca da abertura de novos mercados, e com o objetivo de driblar as restrições impostas por outros países para a entrada de seus produtos, empresas brasileiras optam por abrir unidades em nações como Estados Unidos, México, Canadá e Argentina.

Empresas siderúrgicas, como a Gerdau, e de suco de laranja, como a Cutrale e a Citrosuco, cuja produção esbarra em taxas e tarifas elevadas para entrar no mercado americano, investiram na construção de unidades nos EUA e no vizinho México.

A Gerdau planeja fechar 2004 com investimentos de US$ 80 milhões distribuídos na América do Norte, Argentina, Chile e Uruguai. Entre 1995 e 2003, a companhia investiu US$ 1 bilhão para a aquisição e modernização das empresas Co-Steel e da AmeriSteel, que estão localizadas na América do Norte.

A Weg, fabricante de motores e geradores, prepara-se para inaugurar nova unidade em solo mexicano neste mês, na qual investiu US$ 15 milhões. O faturamento da primeira unidade alcançou US$ 34,5 milhões em 2003 --sendo 4% em exportações para os EUA.

Outro caso é o da Marcopolo, fabricante de caminhões e ônibus, que começou com a instalação de uma montadora no México, cujo imposto de importação de produtos desmontados é zero. "A nossa opção de crescimento foi via internacionalização", diz Carlos Zignani, diretor de Relações com o Investidor da empresa.

A montadora possui projetos em fase de estudo para a entrada no mercado de ônibus dos EUA em 2005, ano previsto para a implementação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

O investimento no México se justifica pois, por ser membro do Nafta (sigla em inglês para Acordo de Livre Comércio da América do Norte), o país é uma via de acesso natural para os EUA.

Investimento restrito

Para Antonio Corrêa de Lacerda, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), a internacionalização das empresas brasileiras ainda está restrita a um número pequeno de companhias.

"Ainda não se criou essa cultura. Muitos pensam que um país como o Brasil não pode ser exportador de capital", argumenta.

O investimento produtivo além das fronteiras brasileiras não é incompatível com a preocupação do governo brasileiro com a geração de empregos no país, na avaliação de Michel Alaby, do Conselho de Estudos Econômicos da Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

Segundo ele, o aumento de empresas brasileiras instaladas no exterior contribuirá para uma elevação da demanda de peças e outros insumos produzidos no Brasil, além de diminuir o potencial de contenciosos comerciais entre o Brasil e os demais parceiros.

Plataforma latina

Os EUA são o maior receptor de investimento estrangeiro direto brasileiro nas Américas. Das 33 maiores filiais brasileiras, 18 estão no país, segundo a Unctad (órgão das Nações Unidas para comércio e desenvolvimento) compilados pela consultoria Prospectiva.

Apesar da nítida concentração nos Estados Unidos, os países do Mercosul e outros da América Latina também atraem investimentos brasileiros. A Weg, por exemplo, tem unidades na Argentina, além da fábrica no México.

Especial
  • Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre o protecionismo dos EUA

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