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07/11/2000
-
20h21
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
O governo federal encontrou um novo argumento para jogar para o trabalhador a responsabilidade de pagar a dívida da correção das contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), estimada em R$ 43 bilhões.
O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, disse hoje, após reunião com as centrais sindicais para negociar o pagamento da correção do FGTS, que se o governo assumir a dívida será obrigado a suspender os financiamentos habitacionais concedidos com recursos do FGTS.
Na sua opinião, o Tesouro só pode arcar com a dívida se suspender a concessão de financiamento imobiliário. "Se o Fundo parar de aplicar, não faz nenhum empréstimo, pega os R$ 5 bilhões que geralmente são aplicados em financiamento de moradia e emprestado com TR mais 6%, bota na faixa Selic, capitaliza e resolve o problema."
Para Dornelles, essa solução vai parar o país. "O governo capitalizaria muito mais rápido dessa forma. Mas pararia o Brasil, colocaria 2,5 milhões de pessoas na rua."
Por conta disso, Dornelles disse que a dívida do FGTS tem de ser paga com recursos do patrimônio do próprio Fundo.
"O Fundo é privado e o Tesouro não vai colocar um tostão. Nós temos que examinar as alternativas e eu quero deixar bem claro que um passivo a descoberto de R$ 40 bilhões de reais não pode ser coberto com eloqüência vazia, com fraseologia, com discurso. Tem que ter número. Um passivo de R$ 40 bilhões exige um ativo de R$ 40 bilhões", afirmou o ministro.
Dornelles foi designado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como interlocutor do governo federal nas negociações do pagamento da correção do FGTS com as centrais sindicais.
Na quinta-feira haverá novas reuniões para discutir a correção do FGTS. Dornelles se encontra em Brasília com os representantes patronais do Conselho Curador do FGTS e as centrais se reúnem em São Paulo com técnicos da Caixa Econômica Federal e Dieese.
"Eles (centrais) vão apresentar propostas na quinta-feira e nós vamos discutir. O governo aceita as propostas das centrais desde que se zere a conta, ou seja, zere o passivo e o ativo das contas do FGTS", disse Dornelles.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
Conta do FGTS pára país e cessa financiamento, diz Dornelles
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da Folha Online
O governo federal encontrou um novo argumento para jogar para o trabalhador a responsabilidade de pagar a dívida da correção das contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), estimada em R$ 43 bilhões.
O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, disse hoje, após reunião com as centrais sindicais para negociar o pagamento da correção do FGTS, que se o governo assumir a dívida será obrigado a suspender os financiamentos habitacionais concedidos com recursos do FGTS.
Na sua opinião, o Tesouro só pode arcar com a dívida se suspender a concessão de financiamento imobiliário. "Se o Fundo parar de aplicar, não faz nenhum empréstimo, pega os R$ 5 bilhões que geralmente são aplicados em financiamento de moradia e emprestado com TR mais 6%, bota na faixa Selic, capitaliza e resolve o problema."
Para Dornelles, essa solução vai parar o país. "O governo capitalizaria muito mais rápido dessa forma. Mas pararia o Brasil, colocaria 2,5 milhões de pessoas na rua."
Por conta disso, Dornelles disse que a dívida do FGTS tem de ser paga com recursos do patrimônio do próprio Fundo.
"O Fundo é privado e o Tesouro não vai colocar um tostão. Nós temos que examinar as alternativas e eu quero deixar bem claro que um passivo a descoberto de R$ 40 bilhões de reais não pode ser coberto com eloqüência vazia, com fraseologia, com discurso. Tem que ter número. Um passivo de R$ 40 bilhões exige um ativo de R$ 40 bilhões", afirmou o ministro.
Dornelles foi designado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como interlocutor do governo federal nas negociações do pagamento da correção do FGTS com as centrais sindicais.
Na quinta-feira haverá novas reuniões para discutir a correção do FGTS. Dornelles se encontra em Brasília com os representantes patronais do Conselho Curador do FGTS e as centrais se reúnem em São Paulo com técnicos da Caixa Econômica Federal e Dieese.
"Eles (centrais) vão apresentar propostas na quinta-feira e nós vamos discutir. O governo aceita as propostas das centrais desde que se zere a conta, ou seja, zere o passivo e o ativo das contas do FGTS", disse Dornelles.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
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