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25/08/2004
-
07h05
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Houve uma deterioração do perfil da dívida pública mobiliária (em títulos do Tesouro Nacional) em julho, apesar de a parcela corrigida pelo dólar ter diminuído. Enquanto a participação dos títulos corrigidos a juros fixos (prefixados) foi reduzida, aumentou o percentual dos papéis atrelados à taxa básica de juros (pós-fixados). Em julho, a dívida total subiu 0,13%, para R$ 759,20 bilhões.
Segundo o chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldstein, o mercado financeiro esteve "muito volátil" em julho devido, entre outros motivos, "a ruídos políticos".
Ele evitou falar diretamente, mas referia-se à crise política provocada por denúncias de supostas irregularidades fiscais cometidas pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, e pelo ex-diretor de Política Monetária da instituição Luiz Augusto Candiota, que acabou pedindo demissão do cargo.
Nos papéis prefixados, o governo transfere o risco da operação para o investidor, que recebe uma taxa definida, independentemente da variação dos juros na economia. Já no caso dos pós-fixados, o risco fica com o governo, que garante ao investidor juros de mercado. É por isso que se considera piora do perfil da dívida quando há aumento da parcela pós-fixada em detrimento da prefixada.
Assim, quando há nervosismo no mercado financeiro, os investidores tendem a preferir títulos pós-fixados a prefixados. No caso das LTNs (Letras do Tesouro Nacional), um papel prefixado, o governo fez no mês passado um resgate líquido (descontadas as emissões) de R$ 14,1 bilhões.
Por outro lado, emitiu R$ 10,2 bilhões de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, um título com taxas pós-fixadas).
Goldstein afirmou, no entanto, que já a partir deste mês começará a haver uma reversão do quadro verificado em julho. O Tesouro já emitiu neste mês R$ 8 bilhões em LTNs. Ontem, estava previsto o lançamento de mais R$ 2 bilhões dos títulos.
Em julho, a parcela prefixada caiu para 15,13% do total da dívida, ante 16,82% em junho. Já a participação dos pós-fixados subiu de 50,62% para 53,77%.
Apesar desses números, Goldstein comemorou a redução da parcela atrelada ao dólar, que caiu para 14,11% --em junho, estava em 15,80%. Segundo ele, é a menor participação da dívida cambial desde dezembro de 1999.
Nesses números já estão incluídos os chamados "swaps" cambiais, negociados no mercado futuro, por meio dos quais o BC confere aos investidores proteção contra a variação do dólar em relação ao real. No mês passado, houve resgate líquido de R$ 11 bilhões entre títulos corrigidos pela moeda americana e "swaps". Além disso, a apreciação do real respondeu por diminuição da dívida em mais R$ 2,9 bilhões.
O governo vem reduzindo a parcela cambial da dívida desde o ano passado. Em 2003, foram renegociados 61,13% dos vencimentos totais de títulos e "swaps". Neste ano, a renovação até agora foi de apenas 5,2% dos vencimentos, com resgate líquido de US$ 23,383 bilhões.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Houve uma deterioração do perfil da dívida pública mobiliária (em títulos do Tesouro Nacional) em julho, apesar de a parcela corrigida pelo dólar ter diminuído. Enquanto a participação dos títulos corrigidos a juros fixos (prefixados) foi reduzida, aumentou o percentual dos papéis atrelados à taxa básica de juros (pós-fixados). Em julho, a dívida total subiu 0,13%, para R$ 759,20 bilhões.
Segundo o chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldstein, o mercado financeiro esteve "muito volátil" em julho devido, entre outros motivos, "a ruídos políticos".
Ele evitou falar diretamente, mas referia-se à crise política provocada por denúncias de supostas irregularidades fiscais cometidas pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, e pelo ex-diretor de Política Monetária da instituição Luiz Augusto Candiota, que acabou pedindo demissão do cargo.
Nos papéis prefixados, o governo transfere o risco da operação para o investidor, que recebe uma taxa definida, independentemente da variação dos juros na economia. Já no caso dos pós-fixados, o risco fica com o governo, que garante ao investidor juros de mercado. É por isso que se considera piora do perfil da dívida quando há aumento da parcela pós-fixada em detrimento da prefixada.
Assim, quando há nervosismo no mercado financeiro, os investidores tendem a preferir títulos pós-fixados a prefixados. No caso das LTNs (Letras do Tesouro Nacional), um papel prefixado, o governo fez no mês passado um resgate líquido (descontadas as emissões) de R$ 14,1 bilhões.
Por outro lado, emitiu R$ 10,2 bilhões de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, um título com taxas pós-fixadas).
Goldstein afirmou, no entanto, que já a partir deste mês começará a haver uma reversão do quadro verificado em julho. O Tesouro já emitiu neste mês R$ 8 bilhões em LTNs. Ontem, estava previsto o lançamento de mais R$ 2 bilhões dos títulos.
Em julho, a parcela prefixada caiu para 15,13% do total da dívida, ante 16,82% em junho. Já a participação dos pós-fixados subiu de 50,62% para 53,77%.
Apesar desses números, Goldstein comemorou a redução da parcela atrelada ao dólar, que caiu para 14,11% --em junho, estava em 15,80%. Segundo ele, é a menor participação da dívida cambial desde dezembro de 1999.
Nesses números já estão incluídos os chamados "swaps" cambiais, negociados no mercado futuro, por meio dos quais o BC confere aos investidores proteção contra a variação do dólar em relação ao real. No mês passado, houve resgate líquido de R$ 11 bilhões entre títulos corrigidos pela moeda americana e "swaps". Além disso, a apreciação do real respondeu por diminuição da dívida em mais R$ 2,9 bilhões.
O governo vem reduzindo a parcela cambial da dívida desde o ano passado. Em 2003, foram renegociados 61,13% dos vencimentos totais de títulos e "swaps". Neste ano, a renovação até agora foi de apenas 5,2% dos vencimentos, com resgate líquido de US$ 23,383 bilhões.
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