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02/09/2004
-
17h06
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
O presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, pediu hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que acabe com as reuniões mensais do Banco Central para avaliar a taxa básica de juros, que passariam a ser realizadas a cada dois meses.
Segundo ele, a reunião mensal causa expectativas desnecessárias que atrapalham a economia do país. "Todos os meses vem essa novela, essa expectativa", afirmou Skaf após se reunir com o presidente no Palácio do Planalto.
Segundo ele, no intervalo entre as reuniões, o BC poderia utilizar uma ferramenta que já existe, o viés de alta ou de baixa.
Hoje, o Copom se reúne todos os meses para avaliar a necessidade de mudança na taxa Selic, que está em 16% ao ano. O BC também pode indicar um viés para a taxa, o que dá ao presidente do banco o direito de mudar a taxa de juros a qualquer momento no período entre as duas reuniões, mas apenas na direção do viés. Além disso, o presidente do BC também pode convocar reuniões extraordinárias.
Desde 1996, quando o Copom foi criado, o viés já foi utilizado oito vezes, todas entre março de 1999 e julho de 2000, sempre para baixar a taxa.
O modelo adotado no Brasil foi inspirado na experiência do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que decide sobre a taxa de juros nas reuniões do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed, na sigla em inglês). Porém, nos EUA, há oito reuniões por ano, e não 12, como no Brasil.
Perguntado sobre a reação de Lula diante da proposta, Skaf afirmou que não poderia responder pelo presidente da República.
Investimentos
O presidente eleito da Fiesp também conversou com Lula sobre a necessidade de aumentar os investimentos na produção e na área de infra-estrutura para garantir o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos próximos anos. Ele disse que a Fiesp vai trabalhar junto ao Congresso Nacional para que o Projeto de Lei que cria as PPPs (Parcerias Público-Privadas) seja aprovado.
Para os partidos de oposição, o projeto do governo aprovado na Câmara fere a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e a Lei de Licitações.
Juros.
Ontem, Skaf disse ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que um aumento na taxa de juros seria nocivo ao país nesse momento.
A taxa Selic está em 16% ao ano desde abril, mas o Banco Central já afirmou que pode elevá-la em breve caso seja necessário conter o processo inflacionário.
Além disso, o crescimento do PIB de 4,2% no primeiro semestre, acima do esperado, levou o ministro Palocci a dizer na última terça-feira que não estavam descartados "ajustes" na política econômica, o que foi interpretado pelo mercado financeiro como uma sinalização de que o BC pode aumentar os juros.
Esse foi o primeiro encontro de Skaf com Lula e Palocci após as eleições na Fiesp. Ele também se reuniu com representantes do Poder Legislativo e Judiciário.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Paulo Skaf, novo presidente da Fiesp
Leia o que já foi publicado sobre as reuniões do Copom
Skaf pede para Lula acabar com reuniões mensais do Copom
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da Folha Online, em Brasília
O presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, pediu hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que acabe com as reuniões mensais do Banco Central para avaliar a taxa básica de juros, que passariam a ser realizadas a cada dois meses.
Segundo ele, a reunião mensal causa expectativas desnecessárias que atrapalham a economia do país. "Todos os meses vem essa novela, essa expectativa", afirmou Skaf após se reunir com o presidente no Palácio do Planalto.
Segundo ele, no intervalo entre as reuniões, o BC poderia utilizar uma ferramenta que já existe, o viés de alta ou de baixa.
Hoje, o Copom se reúne todos os meses para avaliar a necessidade de mudança na taxa Selic, que está em 16% ao ano. O BC também pode indicar um viés para a taxa, o que dá ao presidente do banco o direito de mudar a taxa de juros a qualquer momento no período entre as duas reuniões, mas apenas na direção do viés. Além disso, o presidente do BC também pode convocar reuniões extraordinárias.
Desde 1996, quando o Copom foi criado, o viés já foi utilizado oito vezes, todas entre março de 1999 e julho de 2000, sempre para baixar a taxa.
O modelo adotado no Brasil foi inspirado na experiência do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que decide sobre a taxa de juros nas reuniões do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed, na sigla em inglês). Porém, nos EUA, há oito reuniões por ano, e não 12, como no Brasil.
Perguntado sobre a reação de Lula diante da proposta, Skaf afirmou que não poderia responder pelo presidente da República.
Investimentos
O presidente eleito da Fiesp também conversou com Lula sobre a necessidade de aumentar os investimentos na produção e na área de infra-estrutura para garantir o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos próximos anos. Ele disse que a Fiesp vai trabalhar junto ao Congresso Nacional para que o Projeto de Lei que cria as PPPs (Parcerias Público-Privadas) seja aprovado.
Para os partidos de oposição, o projeto do governo aprovado na Câmara fere a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e a Lei de Licitações.
Juros.
Ontem, Skaf disse ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que um aumento na taxa de juros seria nocivo ao país nesse momento.
A taxa Selic está em 16% ao ano desde abril, mas o Banco Central já afirmou que pode elevá-la em breve caso seja necessário conter o processo inflacionário.
Além disso, o crescimento do PIB de 4,2% no primeiro semestre, acima do esperado, levou o ministro Palocci a dizer na última terça-feira que não estavam descartados "ajustes" na política econômica, o que foi interpretado pelo mercado financeiro como uma sinalização de que o BC pode aumentar os juros.
Esse foi o primeiro encontro de Skaf com Lula e Palocci após as eleições na Fiesp. Ele também se reuniu com representantes do Poder Legislativo e Judiciário.
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