Publicidade
Publicidade
06/09/2004
-
09h25
da Folha de S.Paulo
O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, chega ao Brasil na quinta-feira em busca de novos acordos estratégicos para o desenvolvimento industrial, tecnológico e exportador entre os dois países, cujas relações vêm sendo marcadas por recorrentes conflitos comerciais.
Lavagna se reunirá com o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) para tentar amarrar acordos de coordenação macroeconômica e de integração produtiva que ajudem a reduzir as tensões entre os dois principais países do Mercosul, formado ainda por Paraguai e Uruguai.
A Argentina busca mecanismos de emergência para situações específicas, para que as restrições comerciais, quando surgirem, durem pouco tempo e não sejam adotadas de maneira unilateral.
O tom da negociação deve seguir o lema adotado pelos governos dos dois países, segundo o qual "os problemas do Mercosul se resolvem com mais Mercosul".
O conflito comercial mais recente ocorreu em julho, quando a Argentina anunciou medidas para proteger sua indústria de importações brasileiras de TVs e da chamada linha branca, o que provocou queixas dos brasileiros. Ficou estabelecido então que os dois lados negociarão limitações voluntárias das exportações brasileiras à Argentina.
O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Martín Redrado, afirmou que, "com os eletrodomésticos, a Argentina enviou uma luz amarela ao Brasil, para dizer que nos falta um projeto de complementação de nossos setores produtivos".
O problema tem sua origem na disparidade de políticas e escalas produtivas dos países, cujas conseqüências não se limitam ao comércio, pois influem na atração de investimentos externos. Fontes argentinas citam o fato de, nos últimos anos, as montadoras terem instalado 21 plataformas no Brasil e somente duas na Argentina.
O secretário argentino da Indústria, Alberto Dumont, disse na sexta, em reunião com líderes da central industrial UIA, que a integração deve ajudar a Argentina a consolidar um perfil industrial. "O processo deve estar a serviço da consolidação de um perfil industrial do país, de acordo com nossas forças competitivas, com a complementaridade e a colaboração dos demais países do bloco."
O governo do presidente Néstor Kirchner dá grande relevância às conversações de Lavagna, assim como a outras destinadas a uma maior institucionalização do bloco, a ponto de algumas autoridades argentinas verem a possibilidade de um "novo Mercosul".
O subsecretário de Integração Econômica Americana e do Mercosul, Eduardo Sigal, disse na sexta que "se está trabalhando muito para que no fim do ano tenhamos um novo Mercosul, comercial e institucionalmente consolidado".
"Estamos trabalhando pela incorporação de mecanismos compensatórios contra desvios de comércio no caso de desvalorizações ou desequilíbrios macroeconômicos, em acordos de energia regionais, na eliminação da dupla taxação e na criação de um fundo de convergência estrutural para a redução das assimetrias entre os países-membros", disse Sigal.
A visita de Lavagna estava prevista para 30 de agosto, mas foi suspensa por causa da visita do diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, que depois esteve no Brasil.
Com France Presse
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Roberto Lavagna
Leia mais sobre os acordos entre o Brasil e a Argentina
Lavagna vem buscar acordo estratégico
Publicidade
O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, chega ao Brasil na quinta-feira em busca de novos acordos estratégicos para o desenvolvimento industrial, tecnológico e exportador entre os dois países, cujas relações vêm sendo marcadas por recorrentes conflitos comerciais.
Lavagna se reunirá com o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) para tentar amarrar acordos de coordenação macroeconômica e de integração produtiva que ajudem a reduzir as tensões entre os dois principais países do Mercosul, formado ainda por Paraguai e Uruguai.
A Argentina busca mecanismos de emergência para situações específicas, para que as restrições comerciais, quando surgirem, durem pouco tempo e não sejam adotadas de maneira unilateral.
O tom da negociação deve seguir o lema adotado pelos governos dos dois países, segundo o qual "os problemas do Mercosul se resolvem com mais Mercosul".
O conflito comercial mais recente ocorreu em julho, quando a Argentina anunciou medidas para proteger sua indústria de importações brasileiras de TVs e da chamada linha branca, o que provocou queixas dos brasileiros. Ficou estabelecido então que os dois lados negociarão limitações voluntárias das exportações brasileiras à Argentina.
O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Martín Redrado, afirmou que, "com os eletrodomésticos, a Argentina enviou uma luz amarela ao Brasil, para dizer que nos falta um projeto de complementação de nossos setores produtivos".
O problema tem sua origem na disparidade de políticas e escalas produtivas dos países, cujas conseqüências não se limitam ao comércio, pois influem na atração de investimentos externos. Fontes argentinas citam o fato de, nos últimos anos, as montadoras terem instalado 21 plataformas no Brasil e somente duas na Argentina.
O secretário argentino da Indústria, Alberto Dumont, disse na sexta, em reunião com líderes da central industrial UIA, que a integração deve ajudar a Argentina a consolidar um perfil industrial. "O processo deve estar a serviço da consolidação de um perfil industrial do país, de acordo com nossas forças competitivas, com a complementaridade e a colaboração dos demais países do bloco."
O governo do presidente Néstor Kirchner dá grande relevância às conversações de Lavagna, assim como a outras destinadas a uma maior institucionalização do bloco, a ponto de algumas autoridades argentinas verem a possibilidade de um "novo Mercosul".
O subsecretário de Integração Econômica Americana e do Mercosul, Eduardo Sigal, disse na sexta que "se está trabalhando muito para que no fim do ano tenhamos um novo Mercosul, comercial e institucionalmente consolidado".
"Estamos trabalhando pela incorporação de mecanismos compensatórios contra desvios de comércio no caso de desvalorizações ou desequilíbrios macroeconômicos, em acordos de energia regionais, na eliminação da dupla taxação e na criação de um fundo de convergência estrutural para a redução das assimetrias entre os países-membros", disse Sigal.
A visita de Lavagna estava prevista para 30 de agosto, mas foi suspensa por causa da visita do diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, que depois esteve no Brasil.
Com France Presse
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice