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10/09/2004 - 18h11

"Traumatizada" com juros, Bovespa fecha 3ª semana de perdas

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A Bovespa fechou hoje a terceira semana consecutiva de perdas, abatida pelo temor de que o Banco Central coloque um freio no ritmo de crescimento da economia para conter o avanço da inflação. Com receio de uma conseqüente queda nos lucros das companhias, investidores aumentam as vendas de ações e procuram refúgio em aplicações de menor risco.

Na próxima quarta-feira, será anunciada a decisão sobre os juros básicos, que estão em 16% ao ano desde abril. Desde agosto, com a disparada do petróleo, ganhou força a aposta de que a taxa Selic sofrerá a primeira alta desde o início da guerra do Iraque, em março de 2003.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa --índice das 55 ações mais negociadas-- encerrou em baixa de 1,43%, atingindo 21.968 pontos, menor nível desde 16 de agosto. Na semana, o indicador acumulou perda de 1,9%. No ano, voltou ao vermelho com baixa acumulada de 1,2%.

O mal-estar com a ameaça de uma alta dos juros atingiu o ápice nesta sexta-feira após a divulgação de que a inflação oficial de agosto ficou acima das expectativas. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,69% em agosto.

Até o governo acena explicitamente para a possibilidade de aumento dos juros. Na quarta-feira passada, o ministro José Dirceu (Casa Civil) declarou que uma alta de 0,50 ponto percentual nos juros não afetaria a rota de crescimento do país.

Porém, alguns analistas consideram que a elevação da taxa pode desestimular investimentos, pois encarece o crédito e afeta o sentimento do consumidor e dos empresários.

"Os efeitos inflacionários existem, mas tendem a arrefecer, pois a queda do dólar reduz custos nas empresas", diz o gerente de tesouraria do Banif Investment Banking, Alberto Oliveira, para quem o Copom deveria esperar antes de elevar os juros.

Termômetro da Bovespa, a ação preferencial da Telemar encerrou em queda de 0,29%, negociada a R$ 37,75. No mês passado, estava acima de R$ 40.

Só quatro papéis fecharam hoje com valorização. Um deles é o da Gerdau, com leve alta de 0,02%, cotado a R$ 45,86. Ontem à noite, a siderúrgica anunciou a compra de quatro usinas de aço e quatro unidades de transformação nos EUA, pertencentes a Cargill.

O preço da aquisição (US$ 266 milhões) foi considerado baixo, embora analistas ainda estão com dúvidas sobre o impacto do negócio, já que a Gerdau também assumirá dívidas das unidades adquiridas.
 

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