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20/09/2004 - 07h27

Preços de eletrônicos vão subir em até 11%

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GUILHERME BARROS
Editor do Painel S.A. da Folha de S.Paulo

Depois de fracassarem as negociações com o governo federal para tentar baixar a zero as alíquotas do PIS/Cofins sobre os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, a indústria decidiu que, a partir desta semana, irá reajustar os preços dos produtos eletroeletrônicos em 7% a 11%.

O presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Paulo Saab, explicou que o aumento é conseqüência da grande defasagem acumulada pela indústria neste ano, da forte pressão de custos de insumos como o aço, plástico e vidros, e também das mudanças nas regras do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que, segundo ele, oneraram fortemente o setor.

Uma medida provisória editada neste ano eliminou a isenção de PIS/Cofins e o direito de crédito de 9,25% nas vendas de matérias-primas e componentes brasileiros para o Pólo Industrial de Manaus.

Segundo Saab, os preços dos bens de consumo eletroeletrônicos vêm registrando variações abaixo dos índices de inflação, inclusive com queda em alguns casos. "Não podemos mais segurar os aumentos, pois estamos sendo muito pressionados pelos fornecedores com altas de custos, além do ônus tributário provocado pelas mudanças nas regras do PIS/ Cofins", disse. "Se a indústria permanecer nessa situação, os prejuízos irão se acumular, afetando a atividade e o nível de produção."

Saab afirmou que se as empresas não dessem o aumento teriam de baixar a produção. "Os aumentos não são fruto de oportunismo, mas de necessidade".

De acordo com Saab, os dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostram que os preços dos eletroeletrônicos de consumo tiveram uma variação de 0,15% de janeiro a agosto deste ano, abaixo dos 4,4% apurados pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) no período, que foi de 4,4%.

Em alguns produtos, os preços dos eletroeletrônicos caíram. Os valores dos televisores, por exemplo, tiveram queda de 3,24% nominal de janeiro a agosto deste ano. Nos aparelhos de som, a queda foi de 8,57% e no rádio gravador, de 4,55%.

Saab diz que, mesmo em agosto, quando as pressões de custos se ampliaram, os eletroeletrônicos continuaram em descompasso com a inflação. Os produtos da linha de imagem e som tiveram uma redução média de 0,93%, enquanto o IPC da Fipe subiu 0,99%. Na linha branca, as geladeiras caíram 1%.

A Eletros chama a atenção para o fato de que a defasagem também é expressiva quando se considera um prazo maior. De janeiro de 2003 a agosto deste ano, os preços dos eletroeletrônicos caíram 0,35%, enquanto o IPC da Fipe no período subiu 12,92%.

Em alguns produtos a queda foi maior. Os aparelhos de som, por exemplo, caíram 27,69% desde o início de 2003. Os preços dos televisores baixaram 10,86%; os dos fornos de microondas caíram 16,67%; os ventiladores e circuladores de ar ficaram 14,67% mais baratos, e as máquinas de lavar, 7,63%.
Em contrapartida, insumos importantes vêm registrando altas consecutivas e que chegam até a 60% -caso de alguns tipos de aço. Em abril, maio, julho e agosto deste ano, o preço desse insumo subiu entre 5% e 10% a cada mês. Alguns tipos acumularam alta, no período, de 40%, sendo que o aço fino a frio (não revestido) chegou a subir até 60%.

Na linha de imagem e som, cujos preços vêm caindo, parte da pressão decorre do aumento na cobrança dos impostos. As novas regras do PIS e da Cofins representaram uma alta de 9,25% no custo dos televisores com maior índice de nacionalização, e que representam 85% do mercado. Outro insumo cujo reajuste também está afetando o setor é o plástico (polímeros, monômero de estireno e isocianato), com altas de até 60% no primeiro semestre.

Apesar do aumento de preços, Saab mantém a previsão de um crescimento entre 7% a 10% na produção de de eletroeletrônicos neste ano, o que irá corresponder a um total de cerca de 33 milhões de unidades, um número próximo aos 35 milhões obtidos em 2001. O recorde foi atingido em 1996, com uma produção de 46 milhões de unidades.

No primeiro semestre, as vendas do setor tiveram alta de 34% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. Apesar de os números mostrarem uma recuperação do setor, a base de comparação era fraca.

As vendas de linha branca (geladeiras e máquinas de lavar) registraram alta de 25,27%, as de imagem e som, de 50,31%, e a de portáteis, de 25,28%.

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