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23/09/2004 - 21h03

DAC proíbe vôos com seis aviões da Vasp por medida de segurança

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da Folha Online

A Vasp, quarta maior empresa aérea do país, vive uma das piores crises de sua história. Seis aviões estão proibidos de operar por ordem do Ministério da Defesa. Vôos foram cancelados pelo terceiro dia consecutivo. A quarta maior empresa aérea do país quer ajuda do governo para renovar suas aeronaves.

Privatizada em 1990, a companhia acumula prejuízos nos últimos trimestres e enfrenta dificuldades de pagar em dia os salários dos funcionários, que fizeram nesta semana uma greve de advertência.

Nesta quinta-feira, vôos foram cancelados nos aeroportos do Rio, São Paulo e Recife (PE), causando transtornos aos passageiros. Já o DAC (Departamento de Aviação Civil), ligado ao Ministério da Defesa, proibiu operações com seis aviões do modelo Boeing 737-200 "por medida de segurança".

Antes da decisão do DAC, o Sindicato Nacional dos Aeronautas já contabilizava pelo menos cinco aviões retirados de operação por conta do vencimento do prazo de manutenção.

No fim de junho, a Vasp tinha uma frota de 31 aeronaves, sendo três Airbus A-300, 24 Boeing 737-200 e quatro Boeing 737-300. Desse total, seis aviões eram arrendados. Esse dado é do balanço do primeiro semestre.

Segundo o DAC, a Vasp precisa cumprir as exigências técnicas da Boeing, fabricante desse modelo de avião.

"As pendências se referem a modificações estruturais na fuselagem do equipamento, em razão do elevado número de ciclos [pousos] acumulados por essas aeronaves", diz a nota do DAC.

Devido ao cancelamento dos vôos, é recomendável que o passageiro com bilhete da Vasp ligue para o aeroporto a fim de confirmar o vôo.

Ontem, o presidente da Vasp, Wagner Canhedo, se reuniu com o Sindicato Nacional dos Aeronautas. O encontro ocorreu após a paralisação de 24 horas da categoria, realizada anteontem.

Os aeronautas cobram da Vasp o pagamento dos salários de agosto, das diárias de alimentação e o depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que não é feito regularmente desde 1998.

A Vasp prometeu pagar todos os salários atrasados e diz que está sempre realizando manutenção em suas aeronaves. Em nota recente, a empresa falou, sem dar nomes, que a paralisação interessa a pessoas que pretendem "denegrir a imagem da companhia e causar graves prejuízos às suas atividades" e que "continuará lutando para superar todas as dificuldades do momento".

Em recente balanço do DAC (Departamento de Aviação Civil), a Vasp, que neste ano teve incidentes envolvendo despressurização de aeronaves, liderava reclamações de passageiros em cancelamento e atrasos de vôos.

Neste ano, o dono da Vasp já tentou apoio no Ministério da Defesa para a obtenção de uma linha de financiamento em reais para a renovação de sua frota, mas o governo não demonstra interesse em socorrer a empresa.

A concessão da Vasp está vencida desde outubro do ano passado, bem como a da Varig. O motivo é que as empresas têm dívidas com o INSS e com o governo, logo, não podem renovar a licença.

Mas o Ministério da Defesa prorrogou por tempo indeterminado o prazo para que as empresas assinem um novo contrato de concessão para continuar voando.

Em agosto deste ano, a Vasp aparecia em quarto lugar no ranking das companhias aéreas, com participação de 9,93% do mercado doméstico.

A competição no setor, prejudicado no mundo interno desde o 11 de Setembro, também cresceu. Em 2003, a Vasp caiu do terceiro para o quarto lugar no ranking das companhias aéreas com maior número de passageiros transportados. Foi superada pela novata Gol, que recebeu neste ano injeção de recursos ao abrir capital na Bovespa.

Em 2003, a Vasp acumulava um prejuízo de R$ 15,912 milhões. No primeiro semestre de 2004, a perda somou R$ 25,837 milhões.

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