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13/10/2004
-
14h55
IVONE PORTES
da Folha Online
Apesar da melhora na economia brasileira, da austeridade fiscal e da política monetária apertada para o controle da inflação, o Brasil continua perdendo competitividade em relação aos demais países.
Estudo realizado com 104 países pelo Fórum Econômico Mundial e divulgado hoje em Nova York revela que o Brasil piorou no ranking global, caindo três posições no ICC (Índice de Competitividade de Crescimento), passando do 54º lugar para o 57º entre 2002 e 2003.
As melhores colocações --primeira e segunda-- são, respectivamente, da Finlândia e dos Estados Unidos.
Também estão na frente do Brasil países como Chile (22º), México (48º), Costa Rica (50º), Índia (55º) e Marrocos (56º). Turquia e Argentina ocupam, na ordem, o 67º e 74º lugares.
A colocação do Brasil no ranking em 2003 foi prejudicada pelas altas taxas de juros, especialmente os spreads bancários --diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes-- e pela inflação.
Para Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena a pesquisa no Brasil, os juros reais brasileiros continuam entre os mais altos do mundo. Ele avalia também que a inflação do Brasil medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE), apesar de ter recuado em relação a anos anteriores, "ainda é a mais alta do que na maioria dos países".
Influências
Augusto Lopez-Claros, economista-chefe e diretor do fórum, disse reconhecer os elogios feitos pelo FMI (Fundo Monetário Nacional) ao Brasil nas questões fiscais. No entanto, Lopez-Claros avalia que "não adianta o Brasil ter melhorado na questão da inflação e dos juros na comparação com anos anteriores", porque todos os outros países também tiveram avanços nesses indicadores.
Segundo ele, o ranking considera, além das condições macroeconômicas, variáveis que indicam a qualidade de instituições públicas, como independência do Judiciário, nível de corrupção no governo, fatores tecnológicos e qualidade de vida.
O subíndice tecnologia foi o que apresentou o pior resultado no Brasil entre 2002 e 2003, indo da 35ª posição para a 42ª. Essa queda mostra a incapacidade do país de gerar, absorver e difundir novas tecnologias.
Em relação ao ambiente macroeconômico, o índice brasileiro saiu do 75º lugar para o 80º.
O fato positivo ficou com o subíndice instituições públicos, que passou do 53º para o 50º lugar. A melhora neste índice, segundo Arruda, mostra uma maior confiança dos executivos nas instituições. O levantamento destaca, por exemplo, o ganho de nove pontos no fator corrupção (ocupando a 45ª posição) e de quatro no fator leis de contratos (53ª).
Fiesp
No IC-Fiesp (Índice de Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), calculado em parceria com a Fundação Dom Cabral, o Brasil ocupava a 39ª posição em 2002.
O ranking da Fiesp reúne 83 variáveis de 43 países para os anos de 1997 a 2002.
Pelo levantamento da federação, o Brasil perde em competitividade para países como Turquia (38º), África do Sul (33º) e Rússia (32º). As últimas colocações são da Argentina e Venezeula.
Entre os principais entraves à melhora da competitividade brasileira apontados pela Fiesp estão os spreads bancários, os juros, o baixo nível de crédito e a carga tributária.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a melhora na economia brasileira
Brasil cai três posições em ranking mundial de competitividade
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da Folha Online
Apesar da melhora na economia brasileira, da austeridade fiscal e da política monetária apertada para o controle da inflação, o Brasil continua perdendo competitividade em relação aos demais países.
Estudo realizado com 104 países pelo Fórum Econômico Mundial e divulgado hoje em Nova York revela que o Brasil piorou no ranking global, caindo três posições no ICC (Índice de Competitividade de Crescimento), passando do 54º lugar para o 57º entre 2002 e 2003.
As melhores colocações --primeira e segunda-- são, respectivamente, da Finlândia e dos Estados Unidos.
Também estão na frente do Brasil países como Chile (22º), México (48º), Costa Rica (50º), Índia (55º) e Marrocos (56º). Turquia e Argentina ocupam, na ordem, o 67º e 74º lugares.
A colocação do Brasil no ranking em 2003 foi prejudicada pelas altas taxas de juros, especialmente os spreads bancários --diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes-- e pela inflação.
Para Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena a pesquisa no Brasil, os juros reais brasileiros continuam entre os mais altos do mundo. Ele avalia também que a inflação do Brasil medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE), apesar de ter recuado em relação a anos anteriores, "ainda é a mais alta do que na maioria dos países".
Influências
Augusto Lopez-Claros, economista-chefe e diretor do fórum, disse reconhecer os elogios feitos pelo FMI (Fundo Monetário Nacional) ao Brasil nas questões fiscais. No entanto, Lopez-Claros avalia que "não adianta o Brasil ter melhorado na questão da inflação e dos juros na comparação com anos anteriores", porque todos os outros países também tiveram avanços nesses indicadores.
Segundo ele, o ranking considera, além das condições macroeconômicas, variáveis que indicam a qualidade de instituições públicas, como independência do Judiciário, nível de corrupção no governo, fatores tecnológicos e qualidade de vida.
O subíndice tecnologia foi o que apresentou o pior resultado no Brasil entre 2002 e 2003, indo da 35ª posição para a 42ª. Essa queda mostra a incapacidade do país de gerar, absorver e difundir novas tecnologias.
Em relação ao ambiente macroeconômico, o índice brasileiro saiu do 75º lugar para o 80º.
O fato positivo ficou com o subíndice instituições públicos, que passou do 53º para o 50º lugar. A melhora neste índice, segundo Arruda, mostra uma maior confiança dos executivos nas instituições. O levantamento destaca, por exemplo, o ganho de nove pontos no fator corrupção (ocupando a 45ª posição) e de quatro no fator leis de contratos (53ª).
Fiesp
No IC-Fiesp (Índice de Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), calculado em parceria com a Fundação Dom Cabral, o Brasil ocupava a 39ª posição em 2002.
O ranking da Fiesp reúne 83 variáveis de 43 países para os anos de 1997 a 2002.
Pelo levantamento da federação, o Brasil perde em competitividade para países como Turquia (38º), África do Sul (33º) e Rússia (32º). As últimas colocações são da Argentina e Venezeula.
Entre os principais entraves à melhora da competitividade brasileira apontados pela Fiesp estão os spreads bancários, os juros, o baixo nível de crédito e a carga tributária.
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