15/10/2004 - 17h55

Termina sem acordo negociação salarial da Embraer na Fiesp

SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

Terminou sem acordo a negociação de reajuste salarial dos funcionários da Embraer, em reunião realizada na tarde desta sexta-feira na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região reivindica aumento real de 10%, além da variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 12 meses. Mas a empresa só oferece o repasse da inflação (em torno de 6%) no período de novembro de 2003 e outubro deste ano.

Com data-base em novembro, os funcionários da Embraer devem rejeitar essa proposta em assembléia na próxima semana, segundo o vice-presidente do sindicato, Adilson dos Santos. Ele diz que a proposta dos funcionários inclui ainda a redução da jornada de trabalho, de 43 para 36 horas semanais, entre outros pontos.

Segundo Santos, na negociação, foi citado o exemplo da GM (General Motors), onde a jornada de trabalho é de 40 horas.

"Se a assembléia dos trabalhadores rejeitar a proposta da Embraer, vamos colocar em discussão o decreto de um estado de greve", disse o sindicalista.

Sobre a reunião de hoje, a Embraer divulgou o seguinte comentário: "As negociações coletivas com vistas à data-base estão acontecendo entre Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e Fiesp, como sempre ocorreram. Temos informações de que a primeira reunião ocorreu hoje, já sendo programada uma nova para o dia 26 de outubro."

No último dia 22 de setembro, o presidente da Embraer, Maurício Botelho, usou a crise de um de seus maiores clientes, a americana US Airways, que pediu concordata no mês passada, para mandar um recado para os funcionários. Questionado se a empresa estudava demitir, ele respondeu: "Eu não descarto nada, nenhuma medida."

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