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18/10/2004 - 13h45

Embraer pode vender 50 aviões para Rússia, diz jornal

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da Folha Online

A Rússia quer "trocar" 12 caças Sukhoi por 50 aviões comerciais da Embraer, em um acordo de US$ 1,5 bilhão que deve ser fechado em novembro, segundo reportagem do jornal russo "Kommersant" desta segunda-feira.

O acordo teria caráter político e daria fim à longa novela envolvendo licitação para compra de 12 caças supersônicos pela FAB (Força Aérea Brasileira), em que Embraer e Sukhoi estão entre as concorrentes.

A fabricante brasileira defende que sua proposta contempla a transferência total de tecnologia e que um fornecedor nacional à FAB permite independência e soberania de decisão.

Em março passado, a também brasileira Avibras Aeroespacial, que se associou à Sukhoi para tentar vender os caças russos à FAB, disse estar confiante em uma decisão do governo baseada em fatores de custos e elementos técnicos, e não só em considerações políticas.

A reportagem do jornal russo desta segunda-feira cita fontes do governo e do Exército russo afirmando que o ministro da Defesa Sergei Ivanov, aliado próximo do presidente Vladimir Putin, está por trás da idéia de trocar os aviões. Putin deve visitar o Brasil no próximo mês.

Os 12 caças Su-35 da Sukhoi têm valor equivalente a 50 jatos da nova família de aviões da Embraer, com capacidade para entre 70 e 110 passageiros. Os aviões da fabricante brasileira seriam usados pela companhia aérea russa Aeroflot, de acordo com o jornal.

Dúvidas

Mas uma autoridade sênior da aviação russa disse que o movimento poderia ser contraditório ao esforço do Estado de fazer as companhias aéreas russas comprarem mais aviões civis produzidos localmente. A Sukhoi tem um plano de desenvolver jatos comerciais nos próximos anos.

"Trocar aviões Sukhoi por aviões brasileiros iria aumentar a nossa dependência de fabricantes de aeronaves ocidentais... Isso não é o que o governo quer fazer", disse à Reuters a fonte de uma grande empresa aeroespacial da Rússia.

Ao mesmo tempo, a Rússia quer encontrar um novo nicho para os caças Sukhoi depois que Putin, que esteve na China na semana passada, falhou em conseguir garantias de que Pequim vai continuar a comprar os jatos Su-30MKI, após término do contrato que vence em 2006, informou o jornal Kommersant.

O sul da Ásia, incluindo a Malásia e a Índia, são mercados tradicionais para a Sukhoi, maior exportadoras de produtos militares da Rússia.

O Kremlin, que tem dado mais atenção a setores considerados estratégicos da indústria, quer apontar Viktor Ivanov, outro aliado bem próximo de Putin, como chairman da Aeroflot.

O jornal russo disse que o trabalho de Ivanov envolve coordenar o acordo com a Embraer. A Aeroflot deve eleger um novo conselho e chairman no próximo dia 23 de outubro.

A concorrência da FAB, parte de um projeto de modernização da Força Aérea do país, foi adiada por meses desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela priorização de projetos sociais. A licitação foi retomada na segunda metade de 2003, mas o vencedor ainda não é conhecido.

A Embraer está na disputa do contrato em parceria com a francesa Dassault Aviation, com uma versão especial do caça Mirage. Também participam da concorrência o modelo F-16 --da norte-americana Lockheed Martin -- e o jato Gripen, da sueca Saab e da BAE Systems, bem como as russas Sukhoi e MiG.

Com informações da Reuters

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