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19/10/2004
-
13h30
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou, por unanimidade, o nome do economista Rodrigo Azevedo para o cargo do diretor de Política Monetária do Banco Central.
A sabatina durou pouco mais de duas horas e os senadores se concentraram aos temas ligados à política monetária e à independência do BC.
Nenhum dos 20 senadores presentes perguntou sobre o relatório do CSFB (Credit Suisse First Boston) --instituição em que trabalhava até ser indicado para o BC-- que sinalizava a saída de Luiz Augusto Candiota da diretoria de Política Monetária antes dele pedir demissão.
Em sua exposição, Azevedo deixou claro que a 'firmeza' do Banco Central fez com que a inflação de médio prazo continue ancorada mesmo com a piora das expectativas no curto prazo, causada por choques de oferta.
'Este quadro demanda vigilância intensiva por parte do Banco Central, de maneira a resguardar os ganhos recentes na redução da inflação'. Para ele, a inflação baixa é necessária para o crescimento sustentável da economia e o BC deve trabalhar com um só objetivo: cumprimento das metas de inflação.
No curto prazo, Azevedo acredita que os preços internacionais do petróleo continuarão elevados, e que a autoridade monetária precisa trabalhar para acomodar os choques primários. 'É uma preocupação adequada do ponto de vista do Banco Central'.
O diretor indicado também se mostrou favorável à autonomia do BC. Segundo ele, estudos da área econômica mostram que países que adotaram formalmente a independência conseguiram taxas de inflação mais baixas no longo prazo. No entanto, ele disse que esse é um assunto que deve ser tratado pelo governo e pelo Congresso.
Sobre o "spread" bancário (ganho bruto dos bancos com empréstimos), o diretor indicado disse que aspectos estruturais devem ser trabalhados para sua redução.
Um dos pontos seria a redução do compulsório, mas isso só poderia ser feito com a melhora do ambiente macroeconômico, uma vez que é um instrumento de combate à inflação. Sobre os níveis de inadimplência, disse que iniciativas como a Lei de Falências colaboram, uma vez que dão mais garantias aos bancos. Por último, disse que é preciso estimular a competição entre as instituições financeiras.
Para Azevedo, a confiança do investidor, que possibilitaria juros mais baixos nos empréstimos de longo prazo, também se dará com um 'marco regulatório adequado, com ênfase na estabilidade de regras e cumprimento das condições contratuais'.
Para ocupar a vaga, o nome de Azevedo precisa ser votado no plenário do Senado, o que pode ocorrer, em caráter urgente, na sessão de hoje.
Gaúcho, o economista ocupava, desde 2002, o cargo de diretor-executivo do CSFB no Brasil. Ele é formado pela USP (Universidade de São Paulo) e tem doutorado nos EUA.
Desde a exoneração de Candiota, a diretoria está sendo ocupada interinamente pelo titular de Política Monetária, Afonso Sant'Anna Bevilaqua. A diretoria de Política Monetária está sendo ocupada, também interinamente, pelo diretor de Estudos Especiais do BC, Eduardo Loyo, que acumula ambas as funções.
Candiota pediu exoneração imediata do cargo por conta das denúncias publicadas pela revista 'Isto É', que apontavam que Candiota e o presidente do BC, Henrique Meirelles estariam sendo investigados pelo Ministério Público e pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado por suspeita de sonegação fiscal, evasão de divisas e omissão fiscal. Meirelles negou as denúncias e permaneceu no cargo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o economista Rodrigo Azevedo
Comissão do Senado aprova novo diretor do BC
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da Folha Online, em Brasília
A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou, por unanimidade, o nome do economista Rodrigo Azevedo para o cargo do diretor de Política Monetária do Banco Central.
A sabatina durou pouco mais de duas horas e os senadores se concentraram aos temas ligados à política monetária e à independência do BC.
Nenhum dos 20 senadores presentes perguntou sobre o relatório do CSFB (Credit Suisse First Boston) --instituição em que trabalhava até ser indicado para o BC-- que sinalizava a saída de Luiz Augusto Candiota da diretoria de Política Monetária antes dele pedir demissão.
Em sua exposição, Azevedo deixou claro que a 'firmeza' do Banco Central fez com que a inflação de médio prazo continue ancorada mesmo com a piora das expectativas no curto prazo, causada por choques de oferta.
'Este quadro demanda vigilância intensiva por parte do Banco Central, de maneira a resguardar os ganhos recentes na redução da inflação'. Para ele, a inflação baixa é necessária para o crescimento sustentável da economia e o BC deve trabalhar com um só objetivo: cumprimento das metas de inflação.
No curto prazo, Azevedo acredita que os preços internacionais do petróleo continuarão elevados, e que a autoridade monetária precisa trabalhar para acomodar os choques primários. 'É uma preocupação adequada do ponto de vista do Banco Central'.
O diretor indicado também se mostrou favorável à autonomia do BC. Segundo ele, estudos da área econômica mostram que países que adotaram formalmente a independência conseguiram taxas de inflação mais baixas no longo prazo. No entanto, ele disse que esse é um assunto que deve ser tratado pelo governo e pelo Congresso.
Sobre o "spread" bancário (ganho bruto dos bancos com empréstimos), o diretor indicado disse que aspectos estruturais devem ser trabalhados para sua redução.
Um dos pontos seria a redução do compulsório, mas isso só poderia ser feito com a melhora do ambiente macroeconômico, uma vez que é um instrumento de combate à inflação. Sobre os níveis de inadimplência, disse que iniciativas como a Lei de Falências colaboram, uma vez que dão mais garantias aos bancos. Por último, disse que é preciso estimular a competição entre as instituições financeiras.
Para Azevedo, a confiança do investidor, que possibilitaria juros mais baixos nos empréstimos de longo prazo, também se dará com um 'marco regulatório adequado, com ênfase na estabilidade de regras e cumprimento das condições contratuais'.
Para ocupar a vaga, o nome de Azevedo precisa ser votado no plenário do Senado, o que pode ocorrer, em caráter urgente, na sessão de hoje.
Gaúcho, o economista ocupava, desde 2002, o cargo de diretor-executivo do CSFB no Brasil. Ele é formado pela USP (Universidade de São Paulo) e tem doutorado nos EUA.
Desde a exoneração de Candiota, a diretoria está sendo ocupada interinamente pelo titular de Política Monetária, Afonso Sant'Anna Bevilaqua. A diretoria de Política Monetária está sendo ocupada, também interinamente, pelo diretor de Estudos Especiais do BC, Eduardo Loyo, que acumula ambas as funções.
Candiota pediu exoneração imediata do cargo por conta das denúncias publicadas pela revista 'Isto É', que apontavam que Candiota e o presidente do BC, Henrique Meirelles estariam sendo investigados pelo Ministério Público e pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado por suspeita de sonegação fiscal, evasão de divisas e omissão fiscal. Meirelles negou as denúncias e permaneceu no cargo.
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