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03/11/2004
-
12h03
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
O lucro da AmBev, dona das cervejas Skol, Brahma e Antarctica, desabou mais de 60% no terceiro trimestre. Pressionada pela concorrência, a companhia elevou suas despesas com marketing para evitar uma perda de mercado. No segmento de refrigerantes, a dona do guaraná Antarctica perdeu espaço.
De julho a setembro, a companhia acumulou um lucro de R$ 132 milhões. O valor representa uma queda expressiva de 61% em relação ao resultado registrado em igual período do ano passado (R$ 340 milhões) e ficou abaixo do esperado pelos analistas.
As despesas da companhia aumentaram 26%, totalizando cerca de R$ 478 milhões. "Assim como nos dois primeiros trimestres de 2004, a principal causa do aumento observado foram as maiores despesas com vendas e marketing, que chegaram neste trimestre a R$ 148,2 milhões", citou a empresa, em nota.
Desde o segundo semestre do ano passado, a AmBev enfrenta uma maior concorrência no mercado de cervejas, principalmente após a ofensiva do grupo Schincariol. Neste ano, a AmBev "fisgou" o garoto-propaganda da Schin, o cantor Zeca Pagodinho, com um contrato milionário, questionado até na Justiça.
Os números da AmBev mostram uma pressão também no segmento de refrigerantes, dominado pelas marcas da Coca-Cola, que reforçaram suas ações de marketing no período da Olímpiada. A participação da AmBev caiu de 16,4% para 16,2% no final de setembro deste ano.
Mas o comunicado da AmBev preferiu destacar os indicadores positivos, como o aumento de 46% da receita e da geração de caixa. Sobre o crescimento das despesas com vendas e marketing, a companhia ressaltou que esses gastos provocaram uma recuperação de participação de mercado ("market share"). Em setembro, a companhia registrava 67% do mercado brasileiro de cervejas.
A AmBev também adotou um discurso otimista, citando "perspectivas de crescimento econômico" na América Latina. "Na América do Norte, onde desembarcamos neste terceiro trimestre, seguimos animados pelo potencial de criação de valor da Labatt [cervejaria canadense adquirida da belga Interbrew], assim como com as perspectivas de Brahma no segmento de importados dos EUA."
No final de agosto, sob críticas dos acionistas minoritários, a AmBev e a belga Interbrew anunciaram a conclusão do negócio que cria a maior cervejaria do mundo em volume produzido, superando a norte-americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser.
A AmBev atribuiu a queda do lucro aos "lançamentos contábeis (e não caixa) relacionados aos efeitos da recompra de ações executada pela Quinsa [Quilmes Industrial, maior cervejaria da Argentina] em Luxemburgo e Nova York e à amortização de ágio referente aos investimentos de AmBev na Quinsa e na Labatt."
Na sexta-feira passada, a controladora da Quinsa rejeitou realizar neste ano uma troca de ações com a AmBev. As duas empresas são sócias na venda de bebidas no Cone Sul desde 2002. A parceria reforçou a presença da AmBev na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai por meio da combinação de fábricas e redes de distribuição.
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da Folha Online
O lucro da AmBev, dona das cervejas Skol, Brahma e Antarctica, desabou mais de 60% no terceiro trimestre. Pressionada pela concorrência, a companhia elevou suas despesas com marketing para evitar uma perda de mercado. No segmento de refrigerantes, a dona do guaraná Antarctica perdeu espaço.
De julho a setembro, a companhia acumulou um lucro de R$ 132 milhões. O valor representa uma queda expressiva de 61% em relação ao resultado registrado em igual período do ano passado (R$ 340 milhões) e ficou abaixo do esperado pelos analistas.
As despesas da companhia aumentaram 26%, totalizando cerca de R$ 478 milhões. "Assim como nos dois primeiros trimestres de 2004, a principal causa do aumento observado foram as maiores despesas com vendas e marketing, que chegaram neste trimestre a R$ 148,2 milhões", citou a empresa, em nota.
Desde o segundo semestre do ano passado, a AmBev enfrenta uma maior concorrência no mercado de cervejas, principalmente após a ofensiva do grupo Schincariol. Neste ano, a AmBev "fisgou" o garoto-propaganda da Schin, o cantor Zeca Pagodinho, com um contrato milionário, questionado até na Justiça.
Os números da AmBev mostram uma pressão também no segmento de refrigerantes, dominado pelas marcas da Coca-Cola, que reforçaram suas ações de marketing no período da Olímpiada. A participação da AmBev caiu de 16,4% para 16,2% no final de setembro deste ano.
Mas o comunicado da AmBev preferiu destacar os indicadores positivos, como o aumento de 46% da receita e da geração de caixa. Sobre o crescimento das despesas com vendas e marketing, a companhia ressaltou que esses gastos provocaram uma recuperação de participação de mercado ("market share"). Em setembro, a companhia registrava 67% do mercado brasileiro de cervejas.
A AmBev também adotou um discurso otimista, citando "perspectivas de crescimento econômico" na América Latina. "Na América do Norte, onde desembarcamos neste terceiro trimestre, seguimos animados pelo potencial de criação de valor da Labatt [cervejaria canadense adquirida da belga Interbrew], assim como com as perspectivas de Brahma no segmento de importados dos EUA."
No final de agosto, sob críticas dos acionistas minoritários, a AmBev e a belga Interbrew anunciaram a conclusão do negócio que cria a maior cervejaria do mundo em volume produzido, superando a norte-americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser.
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