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05/11/2004 - 09h32

Iguatemi abre ala com grifes de luxo

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LAURA CAPRIGLIONE
da Folha de S.Paulo

"A gente tem os melhores jeans do mundo, com lavagens especiais, o melhor caimento e um toque vintage", explica Mariana Amaral Nahas, 32, uma das proprietárias da Jeans Hall.

Toque vintage? "É você ter uma calça jeans que parece coisa de brechó, tipo décimo proprietário", diz. O arremedo de roupinha de brechó custa entre R$ 800 e R$ 950 e pode ser comprado na loja, inaugurada ontem na nova ala do Shopping Iguatemi, zona oeste de São Paulo.

Na ala convivem em paz a loja de Ocimar Versolato (a sétima que ele abre em menos de três meses), um Emporio Armani, uma joalheria Bulgari, uma loja D&G, a marca jovem da grife italiana Dolce&Gabbana, seu primeiro ponto no país, além de um Café Armani, administrado pela turma chique do Fasano.

"Esse é um segmento que já não se lembra mais da palavra crise", diz Sandra Habib, sócia de Ocimar Versolato nas lojas, além de representante da fabricante de automóveis Jaguar no Brasil. "Neste ano, no Salão do Automóvel, vendemos 40% mais carros que na edição passada." Preço do mimo: R$ 400 mil.

Nicho

Os números do segmento dão razão a Sandra. O mercado nacional de artigos de luxo cresceu 33% anuais nos últimos cinco anos, contra a média do país, de 1,5% por ano. "Nós só estamos começando a explorar o nicho de luxury", diz Michelle Nasser, uma espécie de latifundiária na nova ala do shopping. São dela o Café Armani, a D&G e o Emporio Armani. Ela tem ainda, no mesmo shopping, a loja de Ermenegildo Zegna e a Giorgio Armani.

Poderosa, Michelle só fala ao celular no seu aparelho Motorola StarTAC, hoje um dinossauro dos telefones móveis. "Eu adoro. É vintage." A entrevista à Folha ela deu enquanto comemorava a inauguração com o arquiteto do prestigioso Studio Dordoni, enviado diretamente de Milão para cuidar da instalação da loja D&G.

Peça de museu

A loja de Ocimar Versolato exibe logo na entrada um vestido da coleção particular da proprietária, que o usou no casamento da filha. "É peça de museu", explica. Um vestido feito com a mesma técnica de confecção, chamada "moulage", custa na loja R$ 19.200.

É uma roupa toda bordada à mão com paetês, que o estilista molda diretamente sobre o corpo da cliente.

O preço explica-se pela exclusividade, diz Sandra. "Só temos dois exemplares desse modelo." Quem quiser, contudo, ostentar uma obra assinada por Versolato sem gastar tanto pode comprar uma camiseta toda recortada e difícil até de entender antes que se vista. A pecinha modesta custa R$ 210.

"A única exigência para usar um modelo Versolato é o bom gosto e a informação", afirma Sandra, exagerando.

O discurso repete-se em todas as lojas e denuncia a estratégia de marketing das grandes casas de moda. Todas possuem produtos "simplezinhos", que tomam emprestado o prestígio dos produtos de alto luxo.

É essa derivação do prestígio que explica a abertura de tantas lojas de marcas nos últimos anos. Enquanto se vende um vestido de R$ 19 mil, vendem-se também centenas de camisetas de R$ 200.

A diversidade de preços dentro de uma mesma loja, contudo, tem de estar a serviço do tal do conceito da marca. Michelle, a dona de tantas marcas, explica: "Enquanto D&G é para a mulher que gosta de se divertir, que é sensual e muito, muito feminina, o Emporio Armani é para a mulher bem resolvida, que procura precisão". Entendeu?

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