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11/11/2004
-
16h48
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
Após a divulgação do lucro recorde no terceiro trimestre deste ano, os papéis da Companhia Vale do Rio Doce seguem rumos distintos em São Paulo e Nova York. Enquanto, a ação PNA (a mais negociada) cai 1% na Bovespa, o recibo da mineradora, negociado em Nova York, sobe 1,22%.
Ontem à noite, a mineradora divulgou um lucro de R$ 2,296 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o melhor resultado trimestral da história da companhia. Já o Ebitda (geração de caixa) somou R$ 1,53 bilhão, uma queda de 11% em relação ao trimestre anterior e abaixo da média das projeções (R$ 2,8 bilhões) de três analistas, divulgada pela consultoria Thomson e calculada com base no padrão contábil brasileiro.
Segundo o comunicado da Vale, a queda do Ebitda refletiu principalmente o aumento de despesas operacionais, do CPV (Custo dos Produtos Vendidos) e a redução no recebimento de dividendos de suas controladas e coligadas.
Pelo padrão contábil americano (US GAAP), o lucro trimestral foi de US$ 943 milhões, mais que o dobro do mesmo período do ano passado (US$ 468 milhões). A média de projeções da Thomson para o padrão contábil americano apontava um número menor, de US$ 833,5 milhões, informou hoje a consultoria.
Após ser informada pela reportagem sobre a média de projeções da Thomson, a Vale apresentou projeções de dez grandes bancos de investimentos apontando que o lucro e o Ebitda ficaram acima da média dessas expectativas.
A Merrill Lynch, maior banco de investimentos dos EUA, abriu seu relatório destacando que o Ebitda de US$ 988 milhões (excluindo os dividendos de subsidiárias não-consolidadas) ficou levemente abaixo do consenso (US$ 1,02 bilhão).
Mas o banco também destacou aspectos positivos e reiterou sua recomendação de compra para os papéis, a exemplo de outros bancos estrangeiros (Deutsche, JP Morgan e UBS).
A Merrill Lynch também citou que o volume de vendas de pelotas pela Vale ficou abaixo do esperado, que os preços desses produtos também vieram piores e ressaltou ainda as perdas da mineradora com "hedge" (proteção), além do aumento dos custos.
Já o banco suíço UBS considerou que o resultado operacional da Vale foi forte, acima de sua expectativa, com destaque para o aumento das vendas.
Nos últimos dias, as ações da Vale subiram forte com a expectativa de divulgação do lucro recorde. É possível que alguns investidores estejam vendendo o papel hoje para embolsar os ganhos acumulados e realizando operações de arbitragem (obter lucro com diferença de preços entre os mercados de SP e NY).
Segundo a consultoria Economática, a ação ON da Vale acumula alta de 7,5% no mês e de 20,2% no ano, enquanto a PNA acumula ganhos de 6,5% e de 17,5%, respectivamente. Neste ano, o desempenho dos papéis foi prejudicado em junho, quando subiu um rumor sobre a intenção da Vale de comprar a canadense Noranda.
Na época, a empresa informou, por meio de sua assessoria, que "muita gente pode ter perdido dinheiro no mercado de ações", em referência aos rumores que derrubaram suas ações.
O rumo do papel interessa ao trabalhador que usou o FGTS na oferta pública de março de 2002 e se tornou cotista de um fundo. A operação de pulverização do capital foi considerada na época um sucesso.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Vale do Rio Doce
Papel da Vale sobe em NY, mas cai em SP após lucro recorde
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da Folha Online
Após a divulgação do lucro recorde no terceiro trimestre deste ano, os papéis da Companhia Vale do Rio Doce seguem rumos distintos em São Paulo e Nova York. Enquanto, a ação PNA (a mais negociada) cai 1% na Bovespa, o recibo da mineradora, negociado em Nova York, sobe 1,22%.
Ontem à noite, a mineradora divulgou um lucro de R$ 2,296 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o melhor resultado trimestral da história da companhia. Já o Ebitda (geração de caixa) somou R$ 1,53 bilhão, uma queda de 11% em relação ao trimestre anterior e abaixo da média das projeções (R$ 2,8 bilhões) de três analistas, divulgada pela consultoria Thomson e calculada com base no padrão contábil brasileiro.
Segundo o comunicado da Vale, a queda do Ebitda refletiu principalmente o aumento de despesas operacionais, do CPV (Custo dos Produtos Vendidos) e a redução no recebimento de dividendos de suas controladas e coligadas.
Pelo padrão contábil americano (US GAAP), o lucro trimestral foi de US$ 943 milhões, mais que o dobro do mesmo período do ano passado (US$ 468 milhões). A média de projeções da Thomson para o padrão contábil americano apontava um número menor, de US$ 833,5 milhões, informou hoje a consultoria.
Após ser informada pela reportagem sobre a média de projeções da Thomson, a Vale apresentou projeções de dez grandes bancos de investimentos apontando que o lucro e o Ebitda ficaram acima da média dessas expectativas.
A Merrill Lynch, maior banco de investimentos dos EUA, abriu seu relatório destacando que o Ebitda de US$ 988 milhões (excluindo os dividendos de subsidiárias não-consolidadas) ficou levemente abaixo do consenso (US$ 1,02 bilhão).
Mas o banco também destacou aspectos positivos e reiterou sua recomendação de compra para os papéis, a exemplo de outros bancos estrangeiros (Deutsche, JP Morgan e UBS).
A Merrill Lynch também citou que o volume de vendas de pelotas pela Vale ficou abaixo do esperado, que os preços desses produtos também vieram piores e ressaltou ainda as perdas da mineradora com "hedge" (proteção), além do aumento dos custos.
Já o banco suíço UBS considerou que o resultado operacional da Vale foi forte, acima de sua expectativa, com destaque para o aumento das vendas.
Nos últimos dias, as ações da Vale subiram forte com a expectativa de divulgação do lucro recorde. É possível que alguns investidores estejam vendendo o papel hoje para embolsar os ganhos acumulados e realizando operações de arbitragem (obter lucro com diferença de preços entre os mercados de SP e NY).
Segundo a consultoria Economática, a ação ON da Vale acumula alta de 7,5% no mês e de 20,2% no ano, enquanto a PNA acumula ganhos de 6,5% e de 17,5%, respectivamente. Neste ano, o desempenho dos papéis foi prejudicado em junho, quando subiu um rumor sobre a intenção da Vale de comprar a canadense Noranda.
Na época, a empresa informou, por meio de sua assessoria, que "muita gente pode ter perdido dinheiro no mercado de ações", em referência aos rumores que derrubaram suas ações.
O rumo do papel interessa ao trabalhador que usou o FGTS na oferta pública de março de 2002 e se tornou cotista de um fundo. A operação de pulverização do capital foi considerada na época um sucesso.
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