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20/11/2004
-
09h14
FERNANDO RODRIGUES
Da Folha de S. Paulo, em Brasília
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ter dado uma ordem para retirada de todas as suas aplicações no Banco Santos na última quinta-feira, dia 11, véspera da intervenção do Banco Central naquela instituição. "Eu dei a ordem para movimentar na quinta-feira. Se fizeram na sexta, não sei", disse Sarney em uma rápida entrevista telefônica ontem, às 12h47.
Segundo a assessoria da presidência do Senado, Sarney embarcou no meio da tarde para Macapá (AP), onde receberia o título de doutor honoris (título universitário sem curso nem exame, como pura homenagem) do Centro de Ensino Superior do Amapá.
O senador já havia admitido anteontem ter retirado dinheiro do Banco Santos. Em nota, disse: "Eu, como centena de correntistas, em face dos rumores publicados na imprensa e existentes na praça sobre o Banco Santos, transferi meus depósitos, produtos da venda da minha fazenda Pericumã, para o Banco do Brasil, depósitos estes constantes da minha declaração de Imposto de Renda, há dois anos".
A Folha perguntou ontem ao presidente do Senado o valor da retirada. "É um assunto da minha privacidade", respondeu Sarney. Segundo ele, trata-se de "dinheiro pessoal", sobre o qual não tem a necessidade de dar satisfação: "Vendi o Pericumã há uns três anos. Estou protegendo um patrimônio meu de 30 anos. Comprei o Pericumã há 30 anos".
A última declaração de bens pública de Sarney é referente ao ano de 1997. Foi entregue à Justiça Eleitoral do Amapá em 1998, quando ele se candidatou ao seu mandato atual de senador.
Nessa declaração, a fazenda de 268 hectares São José do Pericumã, localizada nos arredores de Brasília, na cidade goiana de Luziânia, está listada com o valor de R$ 278 mil. O mesmo documento aponta que as benfeitorias no local valiam R$ 1,180 milhão. Total: R$ 1,458 milhão.
Sarney também declarou ter, em 31 de dezembro de 1997, cotas do fundo de investimento Maxi Money do Banco Santos, cujo valor era de R$ 270,7 mil.
Somados os valores da fazenda Pericumã, das benfeitorias no local e das aplicações que tinha no Banco Santos em 1997, o presidente do Senado tinha R$ 1,728 milhão na instituição de seu amigo Edemar Cid Ferreira.
Na quinta, dia 11, quando mandou retirar todo o seu dinheiro do Banco Santos, Sarney recebeu o dono da instituição para uma reunião extra-agenda, na presidência do Senado. Edemar Cid Ferreira estava em Brasília tentando salvar seu banco. Passou no Senado para conversar com o amigo.
O encontro entre Sarney e Edemar Cid Ferreira foi confirmado à Folha pela assessoria de comunicação da presidência do Senado. Não está registrada a hora em que ocorreu a reunião, por ter sido fora da agenda oficial.
Sarney negou à Folha ter recebido informações privilegiadas para retirar seu dinheiro do Banco Santos antes que a instituição sofresse intervenção. Apesar de ser amigo de Edemar Cid Ferreira, o presidente do Senado diz que soube da situação ruim do banco por meio de seu assessor, Fernando César Mesquita. "Foi o Fernando quem comentou comigo, faz uns dez ou 15 dias", disse.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre José Sarney
Leia o que já foi publicado sobre a intervenção do Banco Santos
Sarney diz ter autorizado saque na véspera
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Da Folha de S. Paulo, em Brasília
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ter dado uma ordem para retirada de todas as suas aplicações no Banco Santos na última quinta-feira, dia 11, véspera da intervenção do Banco Central naquela instituição. "Eu dei a ordem para movimentar na quinta-feira. Se fizeram na sexta, não sei", disse Sarney em uma rápida entrevista telefônica ontem, às 12h47.
Segundo a assessoria da presidência do Senado, Sarney embarcou no meio da tarde para Macapá (AP), onde receberia o título de doutor honoris (título universitário sem curso nem exame, como pura homenagem) do Centro de Ensino Superior do Amapá.
O senador já havia admitido anteontem ter retirado dinheiro do Banco Santos. Em nota, disse: "Eu, como centena de correntistas, em face dos rumores publicados na imprensa e existentes na praça sobre o Banco Santos, transferi meus depósitos, produtos da venda da minha fazenda Pericumã, para o Banco do Brasil, depósitos estes constantes da minha declaração de Imposto de Renda, há dois anos".
A Folha perguntou ontem ao presidente do Senado o valor da retirada. "É um assunto da minha privacidade", respondeu Sarney. Segundo ele, trata-se de "dinheiro pessoal", sobre o qual não tem a necessidade de dar satisfação: "Vendi o Pericumã há uns três anos. Estou protegendo um patrimônio meu de 30 anos. Comprei o Pericumã há 30 anos".
A última declaração de bens pública de Sarney é referente ao ano de 1997. Foi entregue à Justiça Eleitoral do Amapá em 1998, quando ele se candidatou ao seu mandato atual de senador.
Nessa declaração, a fazenda de 268 hectares São José do Pericumã, localizada nos arredores de Brasília, na cidade goiana de Luziânia, está listada com o valor de R$ 278 mil. O mesmo documento aponta que as benfeitorias no local valiam R$ 1,180 milhão. Total: R$ 1,458 milhão.
Sarney também declarou ter, em 31 de dezembro de 1997, cotas do fundo de investimento Maxi Money do Banco Santos, cujo valor era de R$ 270,7 mil.
Somados os valores da fazenda Pericumã, das benfeitorias no local e das aplicações que tinha no Banco Santos em 1997, o presidente do Senado tinha R$ 1,728 milhão na instituição de seu amigo Edemar Cid Ferreira.
Na quinta, dia 11, quando mandou retirar todo o seu dinheiro do Banco Santos, Sarney recebeu o dono da instituição para uma reunião extra-agenda, na presidência do Senado. Edemar Cid Ferreira estava em Brasília tentando salvar seu banco. Passou no Senado para conversar com o amigo.
O encontro entre Sarney e Edemar Cid Ferreira foi confirmado à Folha pela assessoria de comunicação da presidência do Senado. Não está registrada a hora em que ocorreu a reunião, por ter sido fora da agenda oficial.
Sarney negou à Folha ter recebido informações privilegiadas para retirar seu dinheiro do Banco Santos antes que a instituição sofresse intervenção. Apesar de ser amigo de Edemar Cid Ferreira, o presidente do Senado diz que soube da situação ruim do banco por meio de seu assessor, Fernando César Mesquita. "Foi o Fernando quem comentou comigo, faz uns dez ou 15 dias", disse.
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