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25/11/2004
-
09h15
ADRIANA MATTOS
CINTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo
Há pouca possibilidade de que o dólar fraco tenha impacto na vida do consumidor neste momento. Efeito positivo nos preços talvez só após o primeiro bimestre do ano. Produtos à venda no país, como eletroeletrônicos, automóveis, bebidas e cosméticos --com influência direta do sobe e desce da moeda estrangeira--, já têm preço definido no varejo até dezembro porque foram comprados com antecedência, baseado na taxa do dólar de meses atrás.
Em suma, a recente queda no dólar pode ajudar em futuros contratos, daquelas mercadorias que devem chegar ao varejo daqui a dois ou três meses. Mesmo assim, representantes das indústrias questionam até mesmo a possibilidade de efeitos positivos nos preços em 2005.
No caso dos eletrônicos (TVs, DVDs) é preciso comprar componentes importados da Ásia. A produção local é mínima. A indústria que está recebendo as peças nas últimas semanas, e irá pagar pelos componentes agora, deve ter algum ganho. Esse ganho pode se refletir naquela mercadoria que o varejo encomendou para vender em janeiro ou fevereiro.
No entanto, a indústria pode não querer repassar esse eventual ganho ao varejo. E incorporá-lo a sua margem de lucro.
Essa situação se repete no caso dos celulares, que também importam componentes eletrônicos da Ásia. Toda vez que o dólar perde o seu valor frente ao real, a peça importada fica mais barata em moeda nacional.
O último aumento de preços no segmento, pelas contas da Eletros (Associação Nacional do fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) ocorreu em setembro, quando a alta variou de 7% a 11%.
No caso dos automóveis importados, a situação é ligeiramente diferente. Boa parte dos carros importados tem como origem a Europa. São carros da Alemanha e Itália, em sua maioria. Portanto, cotados em euro. Como o real está desvalorizado diante da moeda européia, ainda paga-se caro no país pela mercadoria.
Segundo Alfredo Srour, vice-presidente para assuntos de importação da Associação Brasileira de Exportação e Importação de Alimentos e Bebidas, existe uma situação semelhante a essa no setor de bebidas e alimentos.
Ele diz que a maioria dos importadores compra as mercadorias de fora para pagamento em euro. Isso tem jogado os preços para cima.
Em redes de varejo, como Pão de Açúcar e Carrefour, que vendem mercadorias importadas, os preços de venda já estão determinados para até o final do ano. E não devem sofrer altas.
Para janeiro e fevereiro, foi iniciada uma nova rodada de negociações com os importadores. Mas ela não terminou.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a variação do câmbio
Reflexos da variação cambial demoram a chegar ao consumidor
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CINTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo
Há pouca possibilidade de que o dólar fraco tenha impacto na vida do consumidor neste momento. Efeito positivo nos preços talvez só após o primeiro bimestre do ano. Produtos à venda no país, como eletroeletrônicos, automóveis, bebidas e cosméticos --com influência direta do sobe e desce da moeda estrangeira--, já têm preço definido no varejo até dezembro porque foram comprados com antecedência, baseado na taxa do dólar de meses atrás.
Em suma, a recente queda no dólar pode ajudar em futuros contratos, daquelas mercadorias que devem chegar ao varejo daqui a dois ou três meses. Mesmo assim, representantes das indústrias questionam até mesmo a possibilidade de efeitos positivos nos preços em 2005.
No caso dos eletrônicos (TVs, DVDs) é preciso comprar componentes importados da Ásia. A produção local é mínima. A indústria que está recebendo as peças nas últimas semanas, e irá pagar pelos componentes agora, deve ter algum ganho. Esse ganho pode se refletir naquela mercadoria que o varejo encomendou para vender em janeiro ou fevereiro.
No entanto, a indústria pode não querer repassar esse eventual ganho ao varejo. E incorporá-lo a sua margem de lucro.
Essa situação se repete no caso dos celulares, que também importam componentes eletrônicos da Ásia. Toda vez que o dólar perde o seu valor frente ao real, a peça importada fica mais barata em moeda nacional.
O último aumento de preços no segmento, pelas contas da Eletros (Associação Nacional do fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) ocorreu em setembro, quando a alta variou de 7% a 11%.
No caso dos automóveis importados, a situação é ligeiramente diferente. Boa parte dos carros importados tem como origem a Europa. São carros da Alemanha e Itália, em sua maioria. Portanto, cotados em euro. Como o real está desvalorizado diante da moeda européia, ainda paga-se caro no país pela mercadoria.
Segundo Alfredo Srour, vice-presidente para assuntos de importação da Associação Brasileira de Exportação e Importação de Alimentos e Bebidas, existe uma situação semelhante a essa no setor de bebidas e alimentos.
Ele diz que a maioria dos importadores compra as mercadorias de fora para pagamento em euro. Isso tem jogado os preços para cima.
Em redes de varejo, como Pão de Açúcar e Carrefour, que vendem mercadorias importadas, os preços de venda já estão determinados para até o final do ano. E não devem sofrer altas.
Para janeiro e fevereiro, foi iniciada uma nova rodada de negociações com os importadores. Mas ela não terminou.
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