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10/11/2000 - 17h32

Greve nas montadoras de começa hoje e pára Ford e Volks

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Depois de mais de uma semana de negociações frustradas com o Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores), a CUT já começou o movimento de paralisação por tempo indeterminado que deve cruzar os braços de cerca de 60 mil metalúrgicos a partir de segunda-feira.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC avançou a pressão em cima das empresas do setor, paralisando as unidades de produção de São Bernardo da Ford, das 9 às 12h, e da Volkswagen, das 6h às 8h.

Em Taubaté, as linhas de produção da Ford e Volkswagen estão paradas desde ontem. Com isso, os 8.500 funcionários das duas montadoras entram hoje no segundo dia de paralisação.

O diretor da FEM (Federação Estadual dos Metalúrgicos) da CUT, Turíbio Liberato, disse que os 8.000 operários da General Motors, em São Caetano, aprovaram em assembléia hoje a deflagração de greve por tempo indeterminado.

"A GM é da base da Força, mas nas negociações com as montadoras as duas centrais estão unidas", disse.

Segundo ele, a Ford Ipiranga e Mogi das Cruzes, pertencentes à base da Força, também vão entrar em greve.

"Não haverá acordo enquanto os empresários não oferecerem reajustes melhores para seus funcionários". Os empregados estão insatisfeitos e por eles (funcionários) entrariam em greve a partir de hoje mesmo", afirmou o representante da comissão de fábrica da Ford de São Bernardo, Rafael Marques da Silva.

Apesar das greves de advertência iniciadas desde segunda-feira, os empresários do setor têm esperanças de fechar um acordo coletivo com os metalúrgicos até domingo, último dia para evitar a greve geral marcada para segunda-feira.

'Acredito que as duas partes envolvidas da negociação consigam chegar a um acordo até domingo e evitar a greve', disse o diretor de Recursos Humanos da Volkswagen, Fernando Tadeu Perez.

Para o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e vice-presidente da General Motors, José Carlos Pinheiro Netto, é natural que as centrais pressionem as montadoras com greve agora.

"Estamos em época de dissídio coletivo e esse tipo de pressão é natural. Mas acreditamos que possa haver um acordo, pois nem as montadoras nem os sindicatos querem greve', afirmou.

O impasse entre montadoras e centrais sindicais envolve a campanha salarial de 60 mil metalúrgicos da indústria automotiva, com data base em novembro.

As centrais sindicais querem um reajuste mínimo de 10% e o Sinfavea oferece 6,5% para quem ganha até R$ 1.560 por mês e abono de R$ 124 para quem recebe mais que isso.

As contrapropostas do setor patronal serão analisadas pela Força e CUT em assembléias diferenciadas. A Força coloca as propostas em votação hoje, e a CUT, amanhã.

Pela evolução das negociações, a indústria automotiva é o único setor que deve contar com a adesão das duas centrais na decretação de uma greve geral por tempo indeterminado a partir de segunda-feira.

A CUT promete paralisar a produção de mais 700 empresas com 270 mil funcionários em todo Estado do setor de máquinas, autopeças e lustres.

A central rejeitou a proposta dos empresários desses segmentos de 8% de reajuste mais abono de 20%.

A Força, que só decide se aceita a contraproposta em assembléia hoje à noite, já deu sinais de que vai fechar acordo de 8% de reajuste.

E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
 

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